Rui Car
04/12/2020 11h13 - Atualizado em 04/12/2020 11h21

Onze prisões e R$ 1 milhão recuperado: o que a polícia já sabe sobre o assalto a banco em Criciúma

Casas no Rio Grande do Sul e um galpão em Içara foram utilizados pelos criminosos

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PF e PC seguem com investigação do assalto a banco em Criciúma (Foto: Diorgenes Pandini / NSC Total)

PF e PC seguem com investigação do assalto a banco em Criciúma (Foto: Diorgenes Pandini / NSC Total)

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Três dias depois do maior assalto de Santa Catarina, ocorrido em Criciúma, na madrugada de terça-feira (01), a Polícia Federal e Polícia Civil de Santa Catarina continuam a investigação sobre o crime e apuram as ligações com facções e lavagem de dinheiro. Ao todo, foram localizados mais de R$ 1 milhão e onze suspeitos foram presos.

 

 

A recuperação da quantia roubada iniciou na mesma madrugada da ocorrência. Quatro homens foram detidos por furtarem as cédulas abandonadas pelos criminosos, com cerca de R$ 810 mil. Ainda no mesmo dia, a polícia recolheu R$ 300 mil espalhados pelas ruas de Criciúma. 

 

Na quarta-feira, foram encontrados dois homens na BR-116 em São Leopoldo/RS com R$ 8,1 mil e três homens na divisa entre Torres (RS) e Passo de Torres (SC), com R$ 49 mil. Somando as quantias recolhidas pela polícia, o total recuperado até o momento é de R$ 1,1 milhão.

 

As prisões de suspeitos do assalto

 

• Na noite de quinta-feira, 3 de dezembro, um casal foi encontrado em Campinas (SP). Eles teriam abastecido um dos carros usados no assalto. Mensagens teriam confirmado envolvimento com os assaltantes que atacaram SC.

 

• Na manhã de quinta-feira, 3 de dezembro, dois homens foram encontrados em Gramado (RS). Um dentro de uma casa alugada por aplicativo e outro escondido no mato. A localidade foi identificada pelo serviço de inteligência da polícia.

 

• No começo da manhã de quinta-feira, 3 de dezembro, um homem foi encontrado em uma casa em Morrinhos do Sul (RS). Ele diz ter sido pago para queimar as provas do crime que estariam na residência. A hipótese é que o imóvel foi usado durante a fuga.

 

• No final da tarde de quarta-feira, 2 de dezembro, dois homens foram encontrados na BR-116 em São Leopoldo (RS). Eles tinham R$ 8.100 e, segunda investigação, o carro em que estavam foi usado como batedor para locomover os demais veículos do assalto.

 

• Na tarde de quarta-feira, 2 de dezembro, três homens foram encontrados na divisa entre Torres (RS) e Passo de Torres (SC). Eles tinham R$ 49 mil e um deles alugou a casa de Morrinhos do Sul/RS, segundo informações de testemunhas. 

 

• Na manhã de quarta-feira, 2 de dezembro, uma mulher foi encontrada em São Paulo (SP). Na casa em que estava foram recolhidas munições de fuzil e detonadores de explosivos. As munições eram do mesmo calibre de um dos fuzis usados na ação em Criciúma.

 

Galpão usado pelos assaltantes

 

Na quarta-feira (02), a polícia também encontrou um galpão utilizado pelos assaltantes na madrugada do crime em Içara, cidade localizada a 9km de Criciúma. Segundo a PM, o local foi utilizado para pintar os carros usados pelos criminosos no assalto. A suspeita é de que os assaltantes saíram do galpão em direção ao 9º Batalhão da Polícia Militar (BPM) em Criciúma. O Instituto Geral de Perícias (IGP) esteve no local para fazer a perícia.

 

Imagens de câmeras de segurança dos arredores do galpão mostram os assaltantes passando pelo local em um comboio de carros um pouco antes do início do roubo. O caminhão queimado pelos criminosos para bloquear o batalhão da PM também aparece nas imagens.

 

Como foi o assalto

 

Conforme a polícia, cerca de 30 homens encapuzados atuaram no assalto à agência bancária. A ação teve início no fim da noite de segunda (30), por volta das 23h50, e se estendeu ao longo da madrugada de terça.

 

Os criminosos provocaram incêndios, bloquearam ruas e acessos à cidade, atiraram contra o BPM e usaram pessoas como escudos – a polícia estima que entre 10 e 15 pessoas foram feitas reféns, seis delas funcionários do Departamento de Trânsito e Transporte (DTT) de Criciúma que pintavam faixas nas ruas da cidade.

 

Desde então, esforços policiais e da perícia levam a investigação em direção aos suspeitos. O andamento das investigações do grande assalto já apontou que os bandidos teriam ficado ao menos três meses na cidade organizando o crime, chegou ao galpão utilizado pelos criminosos em Içara, à suposta identificação de um dos envolvidos e à prisão de onze suspeitos.


POR: MARIA EDUARDA DALPONTE / DIÁRIO CATARINENSE – NSC


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