Rui Car
03/09/2019 08h59

Galvão se diz contra a demissão de Scolari, e Muricy vê apatia em últimos jogos: “Não era o Felipão”

Terceira passagem do treinador é encerrada com 77 jogos, com 46 vitórias, 21 empates e 10 derrotas

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O Palmeiras demitiu Luiz Felipe Scolari nesta segunda-feira, reflexo claro da derrota por 3 a 0 para o Flamengo. E a decisão da diretoria do atual campeão brasileiro, claro, foi um dos temas principais do “Bem, Amigos” desta segunda-feira. Galvão Bueno se disse radicalmente contra à saída de Felipão.

 

– Sou contra, sempre serei contra que não se cumpra o contrato até o final. Assim como fui contra o Rogério Ceni, que não cumpriu o contrato até o final. Sou contra o Palmeiras, que demitiu o Felipão. Sou contra quem demite técnico pelo meio do caminho. E sou contra técnico que sai do contrato pelo meio do caminho.

Terceira passagem do treinador é encerrada com 77 jogos, com 46 vitórias, 21 empates e 10 derrotas. No total, são 485 jogos pelo clube palmeirense, com 238 vitórias, 132 empates e 115 derrotas.

 

Felipão e Paulo Turra, treinador e auxiliar do Palmeiras — Foto: Cesar Greco/PalmeirasFelipão e Paulo Turra, treinador e auxiliar do Palmeiras — Foto: Cesar Greco/Palmeiras

Felipão e Paulo Turra, treinador e auxiliar do Palmeiras — Foto: Cesar Greco/Palmeiras

 

O comentarista e ex-jogador Júnior chamou atenção para o comportamento de Luiz Felipe Scolari. Em sua visão, nas derrotas para Grêmio e Flamengo, Felipão não passou vibração à beira do campo.

 

– Sabe o que mais me chamou atenção? A gente está acostumado a ver o Felipão como um cara extremamente ativo à beira do campo. Na eliminação do Palmeiras, eu o vi como se não fosse mais aquele Felipão que vibrava. É uma coisa que não faz parte do perfil do Felipão. Será que ele não estava mais com a vibração de sempre? – afirmou Júnior, completando:

 

– Antes do jogo entre Flamengo e Inter, eu falei da passividade do Felipão. Foi a palavra que eu falei. Ele está passivo, não é o Felipão que a gente conhece.

Muricy Ramalho concordou com Júnior em relação à apatia de Felipão, viu o ex-palmeirense desconfortável e entregue no cargo no fim de sua terceira passagem pelo Palmeiras.

 

– O treinador, em determinado momento, ele mesmo vê que não consegue mais atingir o que acha com um jogador. É igual ao Mano no Cruzeiro. Aí o cara na beira do campo mostra o que está sentindo. Às vezes é um alívio o cara ser mandado embora. O treinador não fica mais tão bravo não.

 

– Ele não consegue mais tirar do jogador o que ele sempre tirou. É verdade o que você (Júnior) está falando. Contra o Flamengo, ele estava igual, apático. Não era o Felipão. Na coletiva, não era o Felipão também. O Felipão é meio grosso, e ele estava meio calmo. Ele não estava se sentindo bem, e o cara fica entregue – completou Muricy.

Marco Antônio Rodrigues, o Bodão, fez coro a Muricy e Júnior ao afirmar que Felipão já não é mais o mesmo, porém, a exemplo de Galvão Bueno, disse ser contra a demissão do treinador.

 

– A falta desse jogador que decide ficou bem clara em todas as decisões. Nunca gostei do Felipão e do jeito que ele gosta de ver o futebol. Mas sempre respeitei muito um técnico campeão do mundo e por todos os técnicos que teve. E ele teve tudo isso por causa da energia que ele tinha. Era um comandante desde quando chegou do Caxias ao Grêmio. Era um cara que incentiva. O atual Felipão perdeu energia. É um homem de 70 anos, mais calmo e talvez até mais sábio, mas não conseguiu passar o dinamismo e a liderança que ele sempre teve. 

 

 

– Só que eu também sou contra, assim como você. Parece que o Flamengo já é campeão, parece que o Palmeiras já foi eliminado. Flamengo tem um belo time, quatro atacantes fabulosos, mas se dois ficarem fora vai ter problema. Acho que há uma precipitação geral no futebol brasileiro.

 

Roger Flores, apoiado em declaração de Casagrande, disse que o Palmeiras está com mania de perseguição.

 

– O ambiente do Palmeiras é muito estranho. Vi uma declaração do Casão em que ele foi muito duro com o Palmeiras, e eu estou mais ou menos nessa linha. Tudo no Palmeiras é contra o Palmeiras. Jogadores não dão entrevistas, não falam com seu torcedor e não comemoram junto ao seu torcedor.

 

– O próprio Felipão, que é um sujeito pelo qual tenho admiração gigante. Sou fã do Felipão, infelizmente não fui jogador dele, gostaria muito de ter sido. Depois da Copa do Mundo, ele disse durante seus trabalhos no Brasil que todo mundo está contra ele e que não quer falar com ninguém. Nas próprias coletivas pós-jogo, monossilábico ou não dissertando sobre os temas pelos quais era perguntado.

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