Ela costuma entrar em cena apenas na reta final do Brasileiro. Mas a situação do Fluminense, em 18º na tabela, é tão dramática que os tricolores já se veem diante da necessidade de recorrer à matemática. O time de Oswaldo de Oliveira está próximo de bater seu próprio recorde negativo na era dos pontos corridos. E começa a fazer contas para evitar o rebaixamento.
A três jogos do fim do primeiro turno, o risco de queda já é alto. De acordo com o Grupo de Probabilidades no Futebol do Departamento de Matemática da Universidade Federal de Minas Gerais, ele é de 72,3%. Só Avaí (85,5%) e CSA (75,6%) estão mais ameaçados. A diferença para o Cruzeiro, primeiro fora do Z-4 é grande. A possibilidade de os mineiros caírem é de 27,1%.
Não é difícil entender como o Flu chegou a esta situação. São 12 pontos em 16 jogos. O aproveitamento de 25% é o pior em dez anos. Num recorte desde 2003, quando o Brasileiro passou a ser disputado neste formato, o índice só está acima do de 2009 (22,9%), edição em que o Tricolor chegou a ter 98% de risco de queda. Se não vencer o Fortaleza, sábado, fora de casa, o desempenho ficará abaixo até mesmo do de uma década atrás.
— Lembro que em 2009 eu estava aqui naquela arrancada. Ninguém acreditava na gente — disse o zagueiro Digão.
O momento pede união. Para chegar aos 46 pontos que garantem a permanência na Série A, a equipe precisa de mais 34. Ou seja: um aproveitamento de 51% nos 22 jogos restantes. Para se ter uma ideia do tamanho do desafio, equivale ao dobro do que o Fluminense fez em 16 rodadas.
Se a matemática não é animadora, a tabela tampouco. Nas próximas quatro rodadas, o Fluminense vai encarar uma sequência de partidas fora de casa: Fortaleza (sábado), Palmeiras (dia 10, em São Paulo), Corinthians (dia 15, em Brasília) e Goiás (dia 23, em Goiânia). Sem tempo a perder, o time vai ter que superar a dificuldade de jogar como visitante e o ambiente negativo gerado pela sequência de tropeços e pela troca de treinador.