Rui Car
03/10/2019 15h00 - Atualizado em 03/10/2019 10h24

Darlan mira medalha inédita para o Brasil no arremesso de peso em Doha

"A gente batalha para dar o melhor"

Assistência Familiar Alto Vale
Delta Ativa

No dia 30 de junho deste ano, Darlan Romani batia o próprio recorde sul-americano por três vezes na mesma prova, com direito a um 22,61m, a 10º melhor marca da história do arremesso de peso. O ouro no Diamond League de Eugene colocou o gigante de 1,88m e 157 kg em um novo patamar. Atual número 2 do mundo, o catarinense de Concórdia chega para o Mundial de Doha disposto a colocar o seu nome na galeria de vencedores. Nesta quinta-feira, a partir das 13h20 (horário de Brasília), o brasileiro começa sua batalha por um lugar no pódio no Catar. O SporTV transmite toda a competição ao vivo, e o GloboEsporte.com acompanha tudo em tempo real.

 

Apegado à família, Darlan tem na saudade do pai, falecido em 2012, um dos seus principais combustíveis para buscar bons resultados. As lembranças são tantas que o atleta se apegou a uma modesta Kombi, que remete à profissão de motorista do patriarca da família Romani.

 

– Quando a gente (Darlan e o irmão) entra dentro da Kombi, passa um filme na nossa cabeça, a gente lembra muito dele (do pai) porque foi assim que começou tudo. E a gente é apaixonado por isso até os dias de hoje – disse Darlan Romani.

 

Quando você acertou a marca de 22,61m, o que você sentiu?

 

Eu nem sabia que essa marca entraria entre as 10 melhores marcas da historia. Comemorei bastante porque era um sonho arremessar 22m, depois imagina fazer 22,30m, 22,40m… Eu fiz 22,61! Uma conquista de muitos anos de trabalho, mas na hora eu nem sabia que estaria entre as 10 melhores marcas da história.

 

O que você está esperando para o Mundial? Tem alguma marca?

 

Eu não gosto de falar marca. A gente está treinando muito mais do que quando eu fiz 22,61m. Sei que meu treino aumentou, minhas condições melhoraram. A gente batalha para dar o melhor, mas como eu sempre digo, nós somos seres humanos. Eu pretendo chegar na minha melhor forma esportiva, afinal a gente treina com foco em uma competição que é o Mundial, então digo que estarei dando meus 200%.

Como é a relação com o seu técnico?

 

Ele é um tipo de pessoa bem séria, bem fechada, mas compromissada ao extremo. Em tudo. Não sei se eu vou saber explicar, mas ele é uma pessoa que, se ele marca um treino às 9h, vai ter que ser 9h mesmo, não 8h55 nem 9h01. Essa seriedade é o que o diferencia. Ele criou o sistema de treinamento dele. É um dos sistemas de treino mais duros que existem. As pessoas que nos veem treinando até desacreditam pelo tanto que a gente treina. Eu tiro o chapéu para essa questão que ele tem com responsabilidade. Ele é um cara compromissado ao máximo.

 

Fale sobre esse seu lado apaixonado por caminhões:

 

Eu nasci e me criei em cima de máquina. Quando eu tinha dois, três aninhos, meu avô tinha trator. Desde os nove anos de idade, eu lembro que meu pai comprou uma van. E quando você tem um carro novo, fica aquela febre, quer toda hora ficar limpando, deixar arrumadinho. Eu e meu irmão ficávamos pedindo para o meu pai para tirar para gente limpar. E meu pai sempre ensinou a gente a colocar o carro em ponto morto e dar partida. Eu ia lá no meu tio dirigia trator. Um dia meu pai falou: tira lá a van lá da garagem. Aí meu pai disse: como vocês conseguiram. Daí ensinou a gente a andar. Ele tinha um ônibus de 79 chamado Tonhão e colocava a gente pra dirigir. Daí surgiu a minha paixão. Hoje eu comecei minha empresa de vans e tal, tenho minha Kombi 71.

Justen Celulares