Rui Car
13/03/2018 09h11

Relato de estudante de medicina sobre parto violento feito por professora viraliza

A mãe da menina, mesmo arrasada com o ocorrido, resolveu não prestar queixas

Assistência Familiar Alto Vale
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Um caso de crueldade de uma obstetra contra uma paciente de 16 anos está deixando a internet chocada. Uma estudante de medicina compartilhou a cena que presenciou de um parto violento feito por uma professora do curso e fez os enfermeiros chorarem.

 

A jovem de 30 anos se identificou como Raquel  e preferiu não revelar seu verdadeiro nome e nem o nome da médica temendo represália. Publicado no Estado de São Paulo, o texto conta detalhadamente como a obstetra realizou o parto de forma incorreta e cruel.

 

A paciente tinha apenas 16 anos e estava grávida pela primeira vez. Ao chegar ao hospital, a adolescente estava bem, com contrações ritmadas e sete centímetros de dilatação, sem sentir dores fortes e alegando apenas desconforto e cansaço.

 

Tudo corria bem até que a médica apareceu e não deu ouvidos ao relato de Raquel de que a menina estava bem. “Ignorando o meu relato de que a paciente estava evoluindo super bem prescreveu ocitocina* (hormônio usado para estimular as contrações) diretamente no soro, sem uso de bomba de infusão, a correr, sem um controle preciso do número de gotas, apesar de a paciente e a mãe dela terem dito que não queriam”, diz em parte do texto.

 

O estado da jovem começou a piorar, deixando-a impossibilitada de andar. Da meia noite às duas da manhã, quando a paciente já estava com dilatação total, ela continuou recebendo ainda mais medicação no soro para induzir as contrações.

 

“Os batimentos do bebê continuavam excelentes. Mas a obstetra, impaciente, gritou para minha colega realizar manobra de Kristeller* (manobra proibida, por ser perigosa para mãe e bebê, que consiste na aplicação de pressão na parte superior do útero com o objetivo de facilitar a saída do bebê). Ela se negou e eu disse para ela que nós não realizávamos aquilo. A médica brigou conosco, xingou todo mundo e mandou a enfermeira subir na escadinha e fazer. A enfermeira quase montou na paciente, que berrava para que parassem. A menina dizia que doía muito e que não conseguia respirar”.

 

A partir daí, a situação só piorava. “A obstetra se enfureceu, tirou-me de campo e fez episiotomia* (corte entre a vagina e o períneo da mulher, também abolido por muitos médicos humanizados, para “facilitar” a saída do bebê)”. Por fim, a médica decidiu usar o fórceps para puxar o bebê, causando ainda mais dor a adolescente.

 

Segundo Raquel, a atitude da médica pareceu ser por conta da idade da paciente. “Ouvi que tinha sido bom ‘para ela ver que pôr filho no mundo não é brincadeira!’ Daí eu entendi que ela fez tudo isso porque a moça tinha apenas 16 anos”.

 

A mãe da menina, mesmo arrasada com o ocorrido, resolveu não prestar queixas. “A mãe dela disse, no fim: ‘Olha, doutoras, eu não vou denunciar a médica porque a gente precisa dos médicos! A gente nunca deve fazer uma coisa dessas com quem cuida da gente!’”

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