Rui Car
03/01/2017 09h05 - Atualizado em 03/01/2017 08h23

Papa exige ‘tolerância zero’ para padres pedófilos

O chefe da Igreja católica cita o último informe elaborado pela Unicef

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Os bispos devem aplicar de forma clara a lei de tolerância zero frente a sacerdotes pedófilos, exigiu o papa Francisco em uma carta divulgada nesta segunda-feira pelo Vaticano.

 

“Tenhamos a coragem necessária para implementar todas as medidas necessárias para proteger em tudo a vida de nossas crianças, para que tais crimes não se repitam mais”, pediu Francisco na carta enviada aos bispos por ocasião do “Dia dos Santos Inocentes”, que é festejado em 28 de dezembro.

 

“Assumamos clara e lealmente a consigna da ‘tolerância zero’ neste assunto”, enfatiza o papa argentino.

 

No texto, Francisco pede em várias ocasiões “perdão” por um pecado que, reconhece, “o envergonha”, que ele lamenta e chora, segundo escreve.

 

“Nós nos unimos à dor das vítimas e choramos por esse pecado. O pecado do fato em si, o pecado da omissão de assistência, o pecado de ocultar e negar, o pecado do abuso de poder”, enfatizou.

 

“A Igreja chora não apenas frente à dor causada em seus filhos menores, como também porque conhece o pecado de alguns de seus membros: a história, a dor dos menores que foram abusados sexualmente por sacerdotes”.

 

Francisco também cobrou dos bispos coragem para para proteger as crianças do que cham de “os novos Herodes, que alimentam da inocência através do trabalho clandestino e esclavo, a prostituição, as guerras, a imigração forçada”, insistiu.

 

“Milhares de crianças caíram mãos de bandidos, de máfias, de mercadores da morte, que a única coisa que fazem é alimentar e explorar sua necessidade”, advertiu.

 

O papa denunciou com cifras os abusos de que padecem as crianças em todo o mundo.

 

Cerca de 75 milhões de crianças devido a emergências e crise prolongadas que interrompem sua educação.

 

Em 2015, 68% das vítimas do tráfico sexual eram crianças. 

 

Em 2016, calcula-se que 150 milhões de crianças foram forçadas ao trabalho infantil, muitas delas em condições de escravidão.

 

O chefe da Igreja católica cita o último informe elaborado pela Unicef, e lança um grito de alerta.

 

“Se a situação mundial não se reverter, em 2030 serão 167 milhões de crianças vivendo na extrema pobreza, 69 milhões de menores de 5 anos morrerão entre 2016 e 2030, e 60 milhões de crianças não terão ensino básica primário”, destacou.

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