Rui Car
20/08/2018 16h01 - Atualizado em 20/08/2018 16h02

Este jornal de 1912 publicou uma previsão extremamente precisa do futuro

E daqui mais cem anos?

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Um jornal neozelandês falou sobre o futuro do nosso planeta 106 anos atrás. Enquanto as previsões não eram nada reconfortantes, se mostraram extremamente precisas.

 

Efeito estufa

Em 14 de agosto de 1912, um jornal chamado “Rodney and Otamatea Times” publicou uma nota curiosa na seção científica.

 

Trata-se de um breve parágrafo que advertia que a atmosfera da Terra estava mudando conforme as economias do mundo aumentavam sua produção de combustíveis fósseis (é o trecho circulado abaixo).

 

 

Seguido da manchete “Consumo de carvão afetando o clima”, o texto diz: “As fornalhas do mundo agora estão queimando cerca de 2.000.000.000 de toneladas de carvão por ano. Quando [essa quantidade] é queimada, unindo-se com oxigênio, adiciona cerca de 7.000.000.000 de toneladas de dióxido de carbono na atmosfera anualmente. Isso tende a tornar o ar um cobertor mais eficaz para a Terra e elevar sua temperatura. O efeito pode ser considerável em alguns séculos”.

 

É uma explicação incrivelmente sucinta sobre o efeito estufa, e como seres humanos contribuem para o aquecimento da atmosfera do planeta.

 

Alerta antigo

Os neozelandeses não foram sequer os primeiros a escrever sobre esse terrível efeito. O mesmo texto havia sido publicado um mês antes, em 17 de julho de 1912, no Braidwood Dispatch da Austrália. Antes disso, uma edição de março de 1912 da revista Popular Mechanics foi provavelmente a primeira impressão de tais palavras.

 

Além do mais, a ideia já vinha sendo debatida em todo o mundo há décadas. O New York Times traça a discussão científica do efeito do carvão em nossa atmosfera até a década de 1850.

 

Dito isso, a figura pouco mudou desde então. Em 2016, o mundo consumiu mais de 5,3 bilhões de toneladas métricas de carvão. A atmosfera do planeta agora possui uma quantidade sem precedentes de CO2: a concentração subiu acima de 411 partes por milhão, o nível mais alto em 800.000 anos.

 

E daqui mais cem anos?

Enquanto a taxa de produção de carvão está desacelerando em alguns países, aumenta em outras nações em desenvolvimento, especialmente em economias em crescimento, como a Índia. Também queimamos toneladas de outros combustíveis que aquecem a Terra.

 

Esta atividade está levando a consequências devastadoras para o ecossistema, e um prognóstico de melhora não é esperado. Afinal de contas, já sabemos disso por um bom tempo e nunca fizemos nada, certo? [ScienceAlert]

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