Rui Car
18/05/2017 14h05 - Atualizado em 18/05/2017 13h46

Em sua carta de renúncia, diretora de escola pede que pais sejam mais duros com seus filhos

A dura carta da diretora foi apoiada por moradores locais

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Uma diretora de escola está a ponto de abandonar seu cargo no Reino Unido, mas antes de partir, decidiu fazer um último esforço: em sua carta de renúncia, ela culpa as mães e os pais pela má educação que estão dando aos seus filhos.

 

Louise McGowan deixará o cargo no início do verão europeu, mas após a expulsão de cinco alunos, ela decidiu pedir que os pais disciplinem melhor os seus filhos.

 

A diretora da Walderslade Girls’ School, na Inglaterra, afirma que os pais atuam ativamente contra o colégio mesmo quando seus filhos se comportam mal, e garante que estes pais estão “destruindo” a escola.

 

Por isso, ela enviou a todos os pais uma dura carta, através de seus filhos, onde ela os culpava pelo comportamento subversivo das crianças e adolescentes.

 

A diretora entregou seu pedido de renúncia devido a problemas de saúde, já que se submeteu a uma cirurgia complicada. No entanto, ela quer deixar “a escola em ordem”.

 

Durante os cinco anos em que trabalhou como diretora, ela implementou um regulamento severo, “sem exceções”, para regular os maus comportamentos, e proibiu que os estudantes levassem dispositivos eletrônicos.

 

Na carta, ela confessou: “O fato de que cinco alunos tenham sido expulsos este ano não tem precedentes, mas nunca vou tolerar que condutas inadequadas coloquem em risco o colégio e a valiosa educação que oferecemos à maioria dos estudantes maravilhosos que frequentam o centro”.

 

“Cada vez mais adolescentes ignoram as regras da escola sobre o uso de telefones celulares, usando-os na frente dos funcionários, sem medo das consequências, e negando-se a guardá-los quando recebem a ordem para fazê-lo. Muitas vezes eles também se opõem quando tentamos confiscar os aparelhos”.

 

“Tivemos vários incidentes nos quais os pais enfrentaram ativamente a escola, defendendo seus filhos, mesmo após demonstrarmos que eles estavam violando as normas de conduta”.

 

Alguns pais inclusive se negaram a apoiar a escola para sancionar ou castigar o mau comportamento de seus filhos.

 

As severas medidas foram implementadas após uma “grande quantidade de atitudes desagradáveis e injustificáveis das crianças, que têm começado cada vez mais cedo e pioram à medida que os alunos crescem e se aproximam da adolescência”.

 

Louise pediu sua renúncia devido ao seu estado de saúde. (SWNS)
 

Louise voltou ao trabalho após se submeter a uma cirurgia nos rins, mas disse que tinha uma “pedra no sapato”, referindo-se aos problemas de conduta dos estudantes.

 

Ela disse: “Eu gosto muito do meu trabalho, mas ele requer uma grande força”.

 

“Não estou me dando por vencida, mas tenho problemas de saúde. Tive que reavaliar o que sou capaz de fazer”.

 

“Depois da minha reincorporação após uma cirurgia nos rins, decidi que queria resolver os problemas de conduta que havia na escola. Era uma pedra que eu tinha no meu sapato”.

 

Em março de 2014 o departamento governamental Ofsted deu uma qualificação “boa” ao colégio Walderslade, localizado em Chatham, Kent, pois os inspetores consideraram que o comportamento dos estudantes havia “melhorado”.

 

A dura carta da diretora foi apoiada por moradores locais.

 

Um deles comentou: “Eu fui professor durante quase 20 anos, por isso conheço o estresse físico e mental ao qual esta senhora foi submetida”.

 

“Infelizmente é um trabalho que reduz a expectativa de vida em muitos sentidos, devido aos efeitos diretos e indiretos do estresse e às longas horas de trabalho”.

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