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14/11/2017 09h55 - Atualizado em 14/11/2017 08h23

Dócil e inteligente, pastor alemão é muito mais que um cão de guarda

Por Fabiana Bertagnolli

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Inteligentes, fiéis e corajosos, os pastores alemães vão muito além da fama de cães de guarda que receberam nos anos 80. Eles já foram mais populares, é verdade. Se antes eles eram vistos com frequência em quintais e dominavam as ruas, hoje em dia sua presença restringe-se a ações policiais e de patrulhamento.

 

A baixa popularidade, no entanto, é uma grande injustiça. “Como regra geral da raça, é um cão de muita inteligência, dócil e protetor, mostrando sempre muito equilíbrio emocional com o característico amor incondicional da espécie”, explica Evander Bueno de Lima, veterinário especialista em comportamento animal.

 

Isso significa que eles podem, sim, ser cães de companhia, desde que respeitadas suas características físicas e mentais. Como o próprio nome da raça sugere, eles são animais de pastoreio que precisam de espaço e estímulos para desenvolver e apresentar suas aptidões.

 

“São indicados para pessoas que tenham tempo para se dedicar, pois necessitam de exercícios físicos e mentais todos os dias. Pastores alemães adoram aulas de treinamento e são muito ligados à família”, afirma o médico e cirurgião veterinário Caio Tellolli, do Pet Center São Caetano. “Além disso, eles têm grande poder de olfação e por isso são utilizados para farejar drogas e explosivos”, completa.

 

Portanto, ter um pastor alemão em um apartamento está fora de cogitação. “Por maior que seja, o apartamento nunca será um ambiente favorável. Por ser pouco estimulante e estressante, esse tipo de local leva a um acúmulo de energia que, com o tempo, poderá trazer transtornos comportamentais como ansiedade”, afirma Bueno. Pisos escorregadios também podem ocasionar luxações e forçar as articulações do cão.

 

Um pastor alemão tem, em média, 60 a 65 centímetros de comprimento e chega a pesar 42 quilos. É um cachorro forte e ativo que necessita de constante atenção e desafios. “São animais que precisam ser socializados o mais cedo possível para que se acostumem com visitas e outros animais. Caso isso não tenha sido feito é recomendado adestramento”, declara Tellolli.

 

“Se desde sua infância ele foi educado adequadamente e socializado de forma a deixarem várias pessoas, objetos ou outras espécies se aproximam de forma a lhe trazer benefícios, seja carinho em formas de afagos, companhias ou divertimento, a chegada de qualquer novo membro sempre será um fator social esperado por ele”, complementa Bueno.

 

Em geral, o pastor alemão é um cachorro saudável com poucos problemas clínicos. “Os mais comuns são displasia coxofemoral, displasia de cotovelo, torção de estômago e epilepsia. Alguns exemplares podem apresentar problemas relacionados à pele e ao coração”, explica Tellolli.

 

Mas, apesar de rústico, é preciso muito mais que amor para ter um pastor alemão em casa. “Se não tiver espaço o suficiente ou se não for ter tempo para dedicar aos cuidados que o animal necessita como atividades físicas, higiene ou sua saúde em geral, a dica profissional é: não o tenha, pois poderá submetê-lo a uma vida estressante e solitária”, orienta Bueno.

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