Rui Car
08/10/2019 13h00 - Atualizado em 08/10/2019 08h29

Vítimas de feminicídio já haviam relatado sofrer violência ao menos uma vez

Vítimas comentaram com pessoas de confiança, antes de serem mortas, que sofriam com agressões "mais sensíveis"

Assistência Familiar Alto Vale
Delta Ativa

 

De 1º de janeiro a 7 de outubro, 42 mulheres foram mortas em Santa Catarina, em razão do gênero, número que equivale ao total de feminicídios do ano passado. Na maior parte dos casos, os suspeitos são companheiros ou ex-cônjuges. Todos os assassinatos foram antecedidos por, pelo menos, um relato de violência sofrido pela vítima. Esses relatos ocorreram formalmente, através de denúncia à polícia, ou informalmente, para algum familiar ou amigo.

 

A coordenadora das Delegacias de Polícia de Atendimento à Criança, ao Adolescente, à Mulher e ao Idoso (DPCAMI), delegada Patrícia Zimmermann D’Ávila, afirmou que há uma grande preocupação com as mulheres vítimas da violência de gênero, motivo pelo qual estuda, pessoalmente, todos os casos de feminicídio do Estado.

 

— A gente identificou em todos os casos algum relato anterior de violência. Ou o companheiro estava proibindo o convívio dela com outras pessoas, ou menosprezava a vítima, ou até já intimidava — explica a delegada.

 

Algumas vítimas já haviam procurado a polícia para registrar ocorrência, mas sem dar prosseguimento legal. Outras tinham relatado a familiares ou amigos as manifestações agressivas do companheiro. Mas sempre houve um sinal antes do assassinato.

 

— A violência contra a mulher nunca começa pelo feminicídio. Há sempre algum sinal sensível de violência, como o controle, a censura, o menosprezo ou a intimidação — ressalta a delegada Patrícia.

 

 

NSC

 
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