Rui Car
19/06/2021 10h23

Surto de dengue: 217 municípios de SC têm foco do mosquito Aedes aegypti

Dona Emma tem um caso com sinal de alarme

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Foto: Divulgação

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O ano de 2021 tem registrado altos índices de contaminação pela dengue em Santa Catarina. Somente neste ano, quase 14 mil catarinenses foram contaminados pela doença, superando o que foi registrado em todo ano passado. É o que apontam os dados divulgados pela Diretoria de Vigilância Epidemiológica (DIVE/SC), da Secretaria de Estado da Saúde. Sendo este o maior número da série histórica da doença em SC.

 

No período de 3 de janeiro a 12 de junho de 2021, foram identificados 41.251 focos do mosquito Aedes aegypti em 217 municípios. Comparando ao mesmo período de 2020, quando foram identificados 20.856 focos em 184 municípios, observa-se um aumento de 97,8% no número de focos detectados.

 

Em relação à situação entomológica, até a SE nº 23/2021, são 115 municípios considerados infestados, o que representa um incremento de 11,7% em relação ao mesmo período de 2020, que registrou 103 municípios nessa condição, como se pode ver no Quadro 1.

 

A definição de infestação é realizada de acordo com a disseminação e manutenção dos focos.

 

O boletim epidemiológico da DIVE utiliza as informações dos casos suspeitos notificados pelos municípios no Sistema de Informações de Agravos de Notificação (SINAN Online). Esses dados estão disponíveis para os municípios, Secretarias Estaduais de Saúde e Ministério da Saúde. Diferente do Ministério da Saúde, que divulga os casos prováveis (todos os casos notificados, excluindo-se os descartados), a DIVE divulga os casos confirmados, suspeitos e descartados, por entender que dentre os casos prováveis, muitos estão aguardando resultados laboratoriais e investigação epidemiológica. A divulgação dos casos confirmados e descartados é feita após encerramento da investigação pelo município no SINAN Online.

 

No período de 03 de janeiro a 12 de junho 2021, foram notificados 26.812 casos de dengue em Santa Catarina. Desses, 13.925 (52%) foram confirmados (6.746 pelo critério laboratorial e 7.179 pelo critério clínico epidemiológico), 216 (1%) inconclusivos (classificação utilizada no SINAN para os casos que, após 60 dias da data de notificação, ainda não tiveram sua investigação encerrada), 7.056 (26%) foram descartados por apresentarem resultado negativo para dengue e 5.615 (21%) estão sob investigação pelos municípios (Tabela 1).

 

Do total de casos confirmados até o momento, 13.576 são autóctones (transmissão dentro do estado) (Tabela 2), 44 casos são importados (transmissão fora do estado) (Tabela 3), 191 casos estão em investigação de LPI e 114 são indeterminados, pois não foi possível definir o LPI (Tabela 2).

 

Foram registrados 104 casos de dengue com sinais de alarme em residentes nos municípios de Joinville (98), Navegantes (03), Dona Emma (01), Itajaí (01) e Santa Helena (01), e oito (08) casos de dengue grave em residentes no município de Joinville (07) e Camboriú (01).

 

Ocorreram quatro (04) óbitos: dia 30 de abril, um paciente de 49 anos, dia 02 de maio, um paciente de 75 anos, dia 13 de maio, um paciente de 33 anos e dia 24 de maio, um paciente de 49 anos. Mais dois (02) óbitos estão em investigação para definição da relação com a doença. Todos os outros casos evoluíram para cura.

 

Em relação aos casos autóctones até a SE 22, foram processadas 123 amostras para pesquisa viral pelo Laboratório Central de Saúde Pública (LACEN) do Estado. Foram isolados dois sorotipos, sendo que em 69% das amostras (85/123) foi identificado o DENV1, e em 31% (38/123) o DENV2. Os municípios de Balneário Camboriú, Camboriú, Florianópolis e Joinville apresentam circulação simultânea dos sorotipos DENV1 e DENV2. Nos municípios de Chapecó, Palhoça, São José e Seara está circulando o sorotipo DENV1 e nos municípios de Itajaí, Itapema e Santa Helena, o sorotipo DENV2.

 

Atualmente, o estado de Santa Catarina possui três (3) municípios considerados em situação de epidemia. O município de Joinville apresenta o maior número de casos autóctones (12.180) no estado, o que representa praticamente 89,7% do total no ano de 2021, e a taxa de incidência é de 2.038,0 casos por 100 mil/hab. Além de Joinville, o município de Navegantes também está em epidemia de dengue com 439 casos autóctones e a taxa de incidência de 538,8 casos por 100 mil/hab e o município de Santa Helena com 48 casos autóctones e a taxa de incidência de 2.181,8 casos por 100 mil/hab.

 

A caracterização de epidemia ocorre pela relação entre o número de casos confirmados e de habitantes. A Organização Mundial da Saúde (OMS) define o nível de transmissão epidêmico quando a taxa de incidência é maior de 300 casos de dengue por 100 mil habitantes.

 

Dengue: sinais e sintomas

 

Normalmente, a primeira manifestação da dengue é a febre alta (39° a 40°C) de início abrupto, que tem duração de dois a sete dias, associada à dor de cabeça, fraqueza, a dores no corpo, nas articulações e no fundo dos olhos. Manchas pelo corpo estão presentes em 50% dos casos, podendo atingir face, tronco, braços e pernas. Perda de apetite, náuseas e vômitos também podem estar presentes.

 

Transmissão

 

O mosquito Aedes aegypti pode transmitir três doenças: dengue, zika vírus e chikungunya. “A melhor estratégia de prevenção dessas doenças continua sendo a eliminação de locais que possam acumular água. O cenário do estado só reforça que as medidas de prevenção são necessárias e fundamentais para evitar novos casos e até óbitos”, destaca Ivânia Folster, gerente de zoonoses da DIVE/SC.

 

A fêmea deposita até 100 ovos nas paredes internas de recipientes que tenham ou que possam acumular água. Ela escolhe mais de um local para realizar cada postura, o que garante maior sucesso reprodutivo, ou seja, podem nascer insetos de vários recipientes no mesmo ambiente. Nesses locais os ovos podem durar até um ano e meio. Em contato com a água, os ovos desenvolvem-se rapidamente. O mosquito adulto surge num ciclo de, aproximadamente, sete dias.

 

Mortes

 

Em Santa Catarina, o quarto óbito por dengue de 2021 foi confirmado pela Secretaria de Estado da Saúde de Santa Catarina, por meio da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (DIVE/SC). A informação foi divulgada no dia 3 de junho. O caso foi registrado no município de Camboriú, litoral norte do estado. Um paciente, de 49 anos, morreu no dia 24 de maio em decorrência das complicações causadas pela doença.

 

As outras três mortes de dengue do Estado foram registradas em Joinville, na região norte: no dia 30 de abril, um paciente de 49 anos; no dia 02 de maio, um de 75 anos; e no dia 13 de maio, um de 33 anos.

 

Até então, os últimos registros de morte por dengue em Santa Catarina eram do ano de 2016, nos municípios de Chapecó e Pinhalzinho, no oeste.


FONTE: SCC10

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