Rui Car
01/05/2020 17h00 - Atualizado em 01/05/2020 10h27

Sem uso racional de água estiagem pode trazer racionamento em Riomafra

A falta de chuva fez com o nível dos rios ficassem muito abaixo do normal

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O grande período de estiagem está afetando o nosso rio Negro, principal fonte de abastecimento de água de Mafra e de Rio Negro. Segundo os institutos de pesquisas esse período do ano está sendo o mais seco desde 2006.

 

A falta de chuva fez com o nível dos rios ficassem muito abaixo do normal, o que tem prejudicando a agricultura e trazendo transtorno em várias cidades que correm o risco de ter a água racionada. Existem pontos do rio Negro que a lamina de água vária de 34 a 40 cm e em outros chegou a 0 cm. Destacando que o rio Negro abastece cerca de nove municípios catarinenses e aproximadamente cinco paranaenses numa extensão de 2.600 km². Em Mafra a situação segundo a Casan está sob controle, mesmo com o baixo nível do rio Negro, a empresa está trabalhando com uma operação dentro de uma margem de segurança. O local onde é feita a captação está com a lamina de água superior ao pico da captação.

 

A Casan espera uma baixa nas temperaturas nos próximos dias, o que ajuda na redução do consumo, assim como na própria evaporação de água, e que ocorra uma precipitação (chuva) com grande volume, amenizando assim essa estiagem. A orientação é para o uso racional da água nesse período, para que os moradores economizem água, evitando o desperdício como: “varrer” a calçada com água, lavar o carro com mangueira, banhos prolongados, entre outras situações. Caso o tempo seco continue um rodízio no abastecimento ou até mesmo o racionamento de água não são descartados.

 

A Casan justifica a continuidade do abastecimento, sem racionamento no momento, devido aos investimentos feitos pela concessionária no sistema de captação e distribuição de água, somados a consciência da população quanto ao consumo da água.

 

SANEPAR

 

A estiagem tem afetado sobremaneira o rio Negro, manancial de abastecimento da cidade. O nível do rio, que numa situação de normalidade tem uma média de 1,50 m, hoje está apenas com 0,34 m, conforme monitoramento de nível da Copel, com régua instalada embaixo da ponte de ligação Rio Negro – Mafra.

 

A Sanepar está estudando alternativas para melhorar a adução, no entanto, está encontrando bastante dificuldade pela indisponibilidade de outros mananciais e pelo nível baixo em toda a extensão do rio Negro.

 

A orientação é que o consumo seja extremamente racional e econômico. Que a água seja utilizada apenas para a higiene pessoal e atividades imprescindíveis, evitando o uso na lavagem de calçadas e carros. Recomenda-se também o reaproveitamento da água usada por máquinas de lavar roupa, por exemplo.

 

PREFEITURAS PODEM PENALIZAR DESPERDÍCIO

 

Diante da estiagem que atinge todas as regiões de Santa Catarina, com déficit de chuvas desde o ano passado, a Secretaria do Desenvolvimento Econômico Sustentável (SDE) recomenda a proibição de usos de água que não sejam para consumo humano ou para saciar a sede de animais.

 

Em nota técnica, na qual declara “situação de escassez hídrica prolongada nos cursos d’água de Santa Catarina”, a Secretaria se apoia no artigo 1 º da Política Nacional de Recursos Hídricos para recomendar às Prefeituras Municipais e aos demais órgãos responsáveis pelo saneamento e pela fiscalização “a adoção de regras e critérios, em regime de urgência, da proibição e penalização de atividades notadamente reconhecidas como promotoras de desperdício de água”, tais como:

 

– Lavagem de fachadas, calçadas, pisos, muros e veículos com o uso de mangueiras.

 

– Irrigação de gramados e jardins.

 

– Resfriamento de telhados com umectação e umectação de vias públicas, exceto quando a fonte for o reuso de águas residuais.

 

O documento emitido pela Secretaria ainda recomenda a empreendimentos industriais a adoção de medidas de reuso, reaproveitamento e reciclagem de água em suas unidades fabris visando à redução do consumo.

 

“Com o objetivo de estimular o controle e reservar a água tratada para uso da população, a CASAN está distribuindo uma correspondência a todas as 195 Prefeituras em que gerencia o sistema de abastecimento sugerindo que adotem as recomendações da SDE”, diz o Diretor de Operação e Expansão, engenheiro Fábio Krieger.

 

DÉFICIT DE CHUVAS

 

Segundo dados do Centro de Informações de Recursos Ambientais e de Hidrometeorologia (CIRAM), da Epagri, o Meio Oeste acumulou um déficit de 635 milímetros de chuvas nos últimos 12 meses. Nos demais municípios do Oeste e na Serra que abastece Florianópolis o déficit é da ordem de 612 milímetros. Em nove das 10 regiões do Estado, a falta de chuvas é superior a 300 milímetros no período.

 

PRINCIPAIS DIFICULDADES

 

Nos municípios gerenciados pela CASAN, as maiores dificuldades de abastecimento estão em São Miguel do Oeste, onde há abastecimento intercalado entre os bairros em períodos de até 12 horas, em São Joaquim e região da Serra, onde o Rio Antonina está praticamente seco, em Barra Velha e São José do Itaperiú, no litoral norte, e em Itaiópolis, no vale do Itajaí. Em todas as cidades a companhia vem executando obras emergenciais para reduzir os transtornos da estiagem.

 

Por Gazeta de Riomafra

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