Rui Car
28/11/2020 10h15

Santa Catarina possui 103 municípios infestados por dengue

O ano de 2020 foi marcado pelo registro do maior número de casos já confirmados de Dengue no estado

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Foto: Secretaria Municipal de Saúde de Jaraguá do Sul

Foto: Secretaria Municipal de Saúde de Jaraguá do Sul

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Em meio à pandemia de Coronavírus, a população não pode esquecer de combater outro inimigo da saúde: o mosquito Aedes aegypt, transmissor da Dengue, Zika, Chikungunya e Febre Amarela. Segundo a Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina (Dive/SC), o ano de 2020 foi marcado pelo registro do maior número de casos já confirmados de Dengue no estado. São mais de 11 mil no período de 29 de dezembro de 2019 a 7 de novembro de 2020. Outro dado preocupante é que a maioria são autóctones, ou seja, com transmissão dentro do território catarinense.

 

Neste ano, foram identificados 33.407 focos do mosquito Aedes aegypti em 194 municípios. Em 2019 foram identificados 26.532 focos em 185 municípios. Sendo assim, constatou-se um aumento de 26% no número de focos detectados. São 103 municípios considerados infestados, o que representa um aumento de 7,3% em relação ao mesmo período de 2019, que registrou 96 municípios nessa condição.

 

Casos de dengue

 

De 29 de dezembro de 2019 a 21 de novembro de 2020, foram notificados 22.261 casos de dengue em Santa Catarina. Desses, 11.310 (51%) foram confirmados, 471 (2%) foram inconclusivos, 10.252 (46%) foram descartados por apresentarem resultado negativo e 228 (1%) estão sob investigação pelos municípios.

 

Do total de casos confirmados até o momento, 10.874 casos são de transmissão dentro do estado, 174 casos são importados (transmissão fora do estado), 142 casos são indeterminados pois não foi possível definir e 120 casos estão em investigação de LPI.

 

Em 2020, foram confirmados 95 casos de dengue com sinais de alarme. Sendo, residentes nos municípios de Joinville (93), Florianópolis (01) e Itajaí (01), e 01 (um) caso de dengue grave, residente no município de Balneário Camboriú. Todos evoluíram para cura.

 

Epidemia de dengue

 

Atualmente, o estado de Santa Catarina possui 11 municípios considerados em situação de epidemia. O município de Joinville apresenta o maior número de casos com transmissão dentro do território catarinense (8.687). Além de Joinville, os municípios em epidemia de dengue são: Águas de Chapecó, Bombinhas, Caibi, Coronel Freitas, Formosa do Sul, Maravilha, Navegantes, São Carlos, São Miguel do Oeste e Tijucas.

 

A caracterização de epidemia ocorre pela relação entre o número de casos confirmados e de habitantes. A Organização Mundial da Saúde (OMS) define o nível de transmissão epidêmico quando a taxa de incidência é maior de 300 casos de dengue por 100 mil habitantes. Sendo assim, é importante destacar que as equipes da Secretaria de Estado da Saúde monitoram diariamente a situação da doença no estado, acompanhando e auxiliando tecnicamente os municípios nas ações a serem realizadas.

 

Controle

 

Mesmo com a pandemia de Covid-19, as ações de combate e controle ao mosquito Aedes vêm sendo realizadas normalmente pelos profissionais da Vigilância Ambiental, seguindo os protocolos de segurança contra o Coronavírus, principalmente nas atividades de campo.

 

O responsável pela Vigilância Ambiental de Biguaçu, João Batista Soares, pede que a população reforce os cuidados para eliminar todos os locais com água parada e que possam servir de criadouros do mosquito.

 

“Precisamos que os moradores se tornem parceiros nesta luta contra o mosquito. Os focos estão nas residências, em ambientes internos e externos, e a eliminação desses criadouros é a principal forma de combater a Dengue e as outras doenças transmitidas pelo Aedes. Eliminar os criadouros significa acabar com todos os pontos e recipientes que possam acumular água. Nunca é demais repetir que é preciso tampar as caixas d´água, cisternas e poços, limpar as calhas e os ralos, e descartar corretamente o lixo, entulhos e pneus velhos”, explicou Batista.

 

Veja mais cuidados para combater o mosquito:

 

  • – Evite usar pratos nos vasos de plantas. Se usar, coloque areia até a borda;
  • – Guarde garrafas com o gargalo virado para baixo;
  • – Mantenha lixeiras tampadas;
  • – Deixe os tanques utilizados para armazenar água sempre vedados, sem qualquer abertura, principalmente as caixas d’água;
  • – Plantas como bromélias devem ser evitadas, pois acumulam água.
  • – Trate a água da piscina com cloro e limpe-a uma vez por semana;
  • – Mantenha ralos fechados e desentupidos;
  • – Lave com escova os potes de comida e de água dos animais, no mínimo uma vez por semana;
  • – Retire a água acumulada em lajes;
  • – Limpe as calhas, evitando que galhos ou outros objetos não permitam o escoamento adequado da água;
  • – Dê descarga, no mínimo uma vez por semana, em vasos sanitários pouco usados e mantenha a tampa sempre fechada;
  • – Evite acumular entulho, pois podem se tornar criadouros do mosquito.
  • – Denuncie a existência de possíveis focos de Aedes aegypti para a Secretaria Municipal de Saúde;
  • – Caso apresente sintomas de dengue, chikungunya ou zika vírus, procure uma unidade de saúde para o atendimento.

 

O que é dengue?

 

Dengue é uma doença infecciosa febril causada por um arbovírus, sendo um dos principais problemas de saúde pública no mundo. Ela é transmitida pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti infectado. A infecção pelo vírus da dengue pode ser assintomática ou sintomática.

 

Sinais e sintomas

 

Normalmente, a primeira manifestação da dengue é a febre alta (39° a 40° C) de início abrupto, que tem duração de 2 a 7 dias, associada à dor de cabeça, fraqueza, a dores no corpo, nas articulações e no fundo dos olhos. Manchas pelo corpo estão presentes em 50% dos casos, podendo atingir face, tronco, braços e pernas. Perda de apetite, náuseas e vômitos também podem estar presentes.

 

Com a diminuição da febre, entre o 3º e o 7º dia do início da doença, grande parte dos pacientes recupera-se gradativamente, com melhora do estado geral e retorno do apetite. No entanto, alguns pacientes podem evoluir para a forma grave da doença, caracterizada pelo aparecimento de sinais de alarme, que podem indicar o deterioramento clínico do paciente.

 

Quadros graves

 

Sangramentos de mucosas (nariz, gengivas), dor abdominal intensa e contínua, vômitos persistentes, letargia, sonolência ou irritabilidade, hipotensão e tontura são considerados sinais de alarme. Contudo, alguns pacientes podem, ainda, apresentar manifestações neurológicas, como convulsões e irritabilidade.

 

Qualquer pessoa pode desenvolver formas graves de dengue já na primeira infecção, apesar de isso ocorrer com maior frequência entre a 2ª ou 3ª infecção, devido à resposta imune individual. No entanto, crianças, gestantes e idosos, além daqueles em situações especiais (portadores de hipertensão arterial, diabetes mellitus, asma brônquica, alergias, doenças hematológicas ou renais crônicas, doença grave do sistema cardiovascular, doença ácido-péptica ou doença autoimune), têm maior risco de apresentar quadros graves de dengue.


FONTE: SCC10


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