Rui Car
10/09/2019 16h35 - Atualizado em 10/09/2019 14h01

Prefeitura de Presidente Getúlio faz B.O. após suspeita de referência ao fascismo em cartazes

Faixa foi colocada por duas pessoas encapuzadas

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G1 SC

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A Prefeitura de Presidente Getúlio, no Vale do Itajaí, registrou um boletim de ocorrência (B.O.) nesta segunda-feira (9) após uma faixa e dois cartazes com suspeita de alusão ao fascismo serem colocadas no portal de turismo da cidade na madrugada de sábado (7). O diretor de Turismo do município, Amadeu Gonçalves, afirma que os infratores foram filmados por câmeras de segurança.

 

O material colocado é um banner vertical e dois cartazes em folha A4, informou o diretor. “As pessoas viram e mandaram imagens para nós [prefeitura]. Mobilizamos duas pessoas para retirar. Temos sistema de vigilância e foi possível flagrar duas pessoas na colocação da faixa”, diz ele.

 

 

Cartaz com referência ao fascismo é colado no portal turístico de Presidente Getúlio — Foto: DivulgaçãoCartaz com referência ao fascismo é colado no portal turístico de Presidente Getúlio — Foto: Divulgação

Cartaz com referência ao fascismo é colado no portal turístico de Presidente Getúlio — Foto: Divulgação

 

 

Foi feito boletim de ocorrência por dano ao patrimônio público e pela suspeita de referência ao fascismo. “Pularam a porteira do portal turístico um pouquinho antes das 4h da manhã e instalaram esse banner na sacada”, relata o diretor. Ele afirma que os dois infratores estavam encapuzados.

 

A investigação deve ser feita pela Polícia Civil. A Delegacia de Presidente Getúlio confirmou na tarde desta segunda que foi feito o boletim de ocorrência, mas ainda não havia sido aberto o inquérito.

 

Entendimento da lei

O presidente da Comissão do Direito à Memória, à Verdade e à Justiça da Ordem dos Advogados do Brasil em Santa Catarina (OAB/SC), Samuel Martins, explica que “a regra na democracia é a liberdade de expressão. Importa destacar, no entanto, que o Pacto São José da Costa Rica, no seu artigo 13, faz referência à vedação e proibição de discursos que tenham apologia à violência, ao ódio por motivo nacional, religioso e étnico. De modo que não existe liberdade de expressão absoluta. Ela é reconhecida desde que não se caracterize como esses elementos como discurso de ódio”.

 

Ele também afirma que o pacto tem força de lei no Brasil e “tem uma posição superior por ser um tratado sobre direitos humanos”.

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