Rui Car
20/01/2021 15h20 - Atualizado em 20/01/2021 16h39

“O município é o que mais paga a conta, e o que menos recebe”, diz novo presidente da Fecam

Clenilton Pereira, prefeito de Araquari, tomou posse como presidente da Federação Catarinense de Municípios na manhã desta quarta (20)

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Clenilton Pereira, prefeito de Araquari, tomou posse como presidente da Federação Catarinense de Municípios na manhã desta quarta (Foto: Divulgação)

Clenilton Pereira, prefeito de Araquari, tomou posse como presidente da Federação Catarinense de Municípios na manhã desta quarta (Foto: Divulgação)

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O prefeito de Araquari, Clenilton Pereira (PSDB), tomou posse como presidente da Federação Catarinense de Municípios (Fecam) na manhã desta quarta-feira (20), em evento realizado em Florianópolis. Pereira vai substituir Paulo Roberto Weiss, ex-prefeito de Rodeio, no mandato 2021, e início de 2022. 

 

Em entrevista à Rede Catarinense de Notícias, Pereira diz que focará no desenvolvimento das pequenas cidades e na garantia de recursos para as prefeituras. Além disso, falou da relação com o governo do Estado e a política interna da Fecam.

 

Pergunta – A Fecam teve um acordo com o Instituto Butantan suspenso, mas as vacinas chegaram. O combate à pandemia segue sendo o principal trabalho à frente da entidade?

 

Clenilton Pereira – A pandemia é um desafio não só da Fecam. A Fecam foi protagonista do processo quando faz o protocolo. Quando o governo federal também adere e solicita todas as doses, não tinha porque continuar. Agora é esperar que o governo federal adquira mais doses. Se a gente encontrar outras alternativas como foi com o Butantan, a gente vai com outra. Não para concorrer, mas para ajudar. Acredito que a nossa linha tem que ser de sintonia.

 

Pergunta – O que mais está nos planos?

 

Pereira – Nós acabamos de assinar um protocolo de intenções com a Associação Paulista de Municípios (APM). O que vamos fazer? Troca de experiências. Projetos que tem lá em São Paulo podem ser usados aqui em Santa Catarina. Tem municípios que têm problemas para fazer projetos. Assim, conseguimos adequar os projetos e reduzir custo, acelerar processo. Trouxe para o projeto também uma experiência de Luzerna com startups. Nós temos 166 cidades em Santa Catarina com menos de 10 mil habitantes. Nós podemos replicar o que aconteceu em Luzerna em boa parte deles. Tem muita inteligência no município pequeno. Para que levar isso para fora, se a gente pode trazer oportunidade para eles?

 

Pergunta – Esses projetos integram toda a diretoria executiva?

 

Pereira – Minha ideia é ser rápido, ser assertivo, e que a gente tenha continuidade. Depois do Clenilton, deve vir a Milena [Becher, prefeita de Vargem], depois o Mario [Hildebrandt, prefeito de Blumenau]. A ideia é que o time toque a Fecam, sem cor partidária, sem região, é a Fecam como um todo.

 

Pergunta – Na relação com o governo do Estado, houve ruído e reclamação nas últimas gestões. Agora, o governador apareceu e sinalizou paz. Hoje a relação com o Executiva é positiva?

 

Pereira – A primeira coisa que a gente fez, logo após formar a chapa? a deputada Paulinha (PDT) tinha um evento com o governador e eu aceitei o convite e fui junto. Fui lá para dizer ao governador que seremos parceiros. Nós contamos com o governo do Estado. É uma via de mão dupla. Não temos tempo de estar brigando. Nós temos que usar o tempo para trabalhar, para fazer acontecer. O Estado pode oferecer muito aos municípios. E a gente tem que levar sugestão. Não pode ser aquilo que a gente pensa e acabou. Vamos sentar, dialogar. Claro, defendendo a lógica municipalista.

 

Pergunta – Com acerto da política de combate à pandemia, a relação será melhor?

 

Pereira – É que nós estamos lá na ponta. Qualquer decisão que se tome, quem sofre é o prefeito. Eu sou prefeito, eu sei como funciona. A gente acaba transferindo isso para o governo do Estado. O governo está baseado na questão científica e vai tomar a decisão que tem que ser tomada e isso gerou um certo conflito. Eu acredito que com a vacina vai melhorar. Vai baixar a letalidade.

 

Pergunta – Há a previsão de reforma tributária para o país e isso pode afetar os municípios. Como o senhor tem visto esse movimento?

 

Pereira – O que a gente vai fazer é buscar quem entende do assunto, trabalhar no assunto, mostrar para os prefeitos o que está acontecendo. As coisas acontecem no município então o recurso tem que ficar no município. Qualquer mudança pode acontecer, desde que aumente o recurso para o município, não diminua. O pacto federativo? a gente precisa trabalhar isso. O município é o que mais paga a conta, o que mais sofre e o que menos recebe.

 

Pergunta – Nos últimos quatro anos, houve um acordo na Fecam em que ocuparam a presidência os partidos que fizeram mais prefeitos. Agora, esse acordo acabou?

 

Pereira – Eu chego agora com essa mudança. Eu não era tão ativo na Fecam. No primeiro mandato, me dediquei mais ao governo. Não que eu não vá me dedicar, mas neste segundo mandato tenho a oportunidade de poder buscar outros rumos. Quando eu chego aqui já estava certo esse acordo de oito macrorregiões, sem questões partidárias. A gente fez a divisão e ficou bem distribuído por região e partido. Nós estamos bastante esperançosos, o time da Executiva, para que dê certo. A ideia é continuidade e colocar a Fecam à frente disso.


FONTE: REDE CATARINENSE DE NOTÍCIAS

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