Rui Car
03/06/2020 10h12 - Atualizado em 03/06/2020 10h18

“Ele (Moisés) faltou com a verdade”, diz servidora na CPI dos respiradores

Depoimento durou cerca de três horas e 47 minutos

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Foto: Fábio Queiroz/Agência AL

Foto: Fábio Queiroz/Agência AL

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A ex-superintendente de gestão administrativa da Saúde Marcia Regina Geremias Pauli abriu os depoimentos da CPI dos Respiradores na Alesc nesta terça-feira (2) na comissão parlamentar de inquérito (CPI) que investiga a compra de 200 respiradores pelo governo de Santa Catarina.

 

A testemunha surpreendeu os integrantes da Comissão Parlamentar de Inquérito, ao afirmar que o governador do Estado Carlos Moisés mentiu quando disse, em entrevista à imprensa, que não sabia como funcionava o processo de compra dos equipamentos.

 

“Ele (Moisés) faltou com a verdade”, argumentou. Segundo Marcia, todos sabiam como era o procedimento.

 

A partir de 12 de março as reuniões ( do Coes -Centro de Operações de Emergência em Saúde)  eram diárias, com os superintendentes ligados à Secretaria da Saúde, os representantes dos Conselhos de Municípios, e de outras áreas. Todas ações eram discutidas e dali saiam as bases para as ações. E, segundo Marcia, o governador Moisés tinha total conhecimento de tudo.

 

No depoimento que durou cerca de três horas e 47 minutos em que respondeu aos questionamentos dos deputados estaduais, a servidora repetiu as afirmações que já fizera à Polícia Civil e ao Ministério Público, apontando o ex-secretário de Estado da Saúde Helton Zeferino como o responsável pela definição da aquisição dos equipamentos da empresa Veigamed e que Douglas Borba ex-secretária da Casa Civil que enviou a proposta da Veigamed por  whatsapp .

 

“Recebemos pelo whatsapp do secretário da Casa Civil, Douglas Borba”, respondeu a testemunha. De acordo com ela, o então secretário, que “sempre falava em nome do governador”, passava dados sobre várias empresas deste modo. “Eram fornecedores de testes rápidos, de móveis para UTI, eram várias propostas”, disse Marcia Regina Geremias Pauli.

 

Sobre a Zeferino a servidora afirmou .“No meu ponto de vista a decisão foi do secretário levando em conta o prazo de entrega para o período entre 5 a 7 de abril”, respondeu quando questionada pelo relator da CPI, deputado Ivan Naatz (PL). Mais tarde, quando o deputado João Amin (PP) voltou a perguntar sobre a responsabilidade da compra, Marcia foi novamente taxativa. “A negociação foi fechada dia 26 de março pelo secretário Helton, que presidia o Coes [Centro de Operações de Emergência em Saúde]”, reafirmou.

 

Ao deputado Fabiano da Luz (PT), ela respondeu que a definição da quantidade e as especificações sobre os respiradores vieram do então secretário-adjunto André Motta Ribeiro.

 

Fonte: Vale do Itajaí Noticias

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