Rui Car
03/11/2020 11h39 - Atualizado em 03/11/2020 11h40

Ligação com a BR-116 e demarcação de reserva estão entre as reivindicações do Vale Norte

Demarcação pode impactar diretamente nos municípios de Vitor Meireles, José Boiteux, Itaiópolis e Doutor Pedrinho

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No período eleitoral, assuntos de importância local voltam a pautar os candidatos a prefeito e vereador no Vale Norte. As eleições municipais deste ano, determinarão o futuro de cada cidade para os próximos quatro anos, motivo pelo qual é fundamental que cada um faça a sua opção de modo consciente e com seriedade.

 

Além dos temas de interesse da população, que ajudam a angariar votos e conquistar a simpatia dos eleitores, temas coletivos para o desenvolvimento dos municípios e que impactam diretamente na qualidade de vida e no planejamento das cidades também deve ser pensados.

 

Entres as pautas que os prefeitos do Vale Norte devem levar em consideração estão a ligação do Vale Norte com a BR-116 e a demarcação da Reserva Duque de Caxias (Terra Indígena Xokleng-Laklãnõ).

 

Estes temas são constantemente debatidos em encontros de prefeitos e outras lideranças políticas da região e são fundamentais que futuros prefeitos.

 

Demarcação da Terra Indígena

 

 

“Uma das soluções, para não prejudicar a comunidade indígena e os colonos, estaria em ampliar a reserva para a direção oposta, onde há terras não ocupadas”

 

A terra indígena é formada por sete aldeias, que juntas somam 14 mil hectares. Os índios querem que a área seja ampliada para 37 mil hectares. O processo de demarcação (PDC) 480/08 é objeto de debate com a comunidade e começou há 12 anos e ainda aguarda a decisão da Justiça, o que deverá impactar diretamente nos municípios de Vitor Meireles, José Boiteux, Itaiópolis e Doutor Pedrinho.

 

O processo já motivou outros conflitos na área e se arrasta há vários anos. Hoje, está em tramitação no Supremo Tribunal Federal. Uma das soluções, para não prejudicar a comunidade indígena e os colonos, estaria em ampliar a reserva para a direção oposta, onde há terras não ocupadas, pertencentes à União e grandes empresas.

 

Segundo levantamento, está comprovado que na área residem famílias de pequenos agricultores em 457 pequenas propriedades, com média de 15 hectares.  O movimento econômico destes municípios depende, em sua grande parte, da atividade agrária, agricultura familiar e policultivo.

 

“A demarcação irá prejudicar quase 500 famílias, milhares de colonos que retiram seu sustendo em regime de agricultura familiar de suas únicas propriedades. São aproximadamente 2mi pessoas que serão destituídas de suas terras. Na maioria dos casos possuem o título da propriedade emitido no século passado, pelo governo do Estado de SC”, aponta o levantamento.  

 

O projeto será analisado pelas comissões de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural; de Direitos Humanos e Minorias; e de Constituição e Justiça e de Cidadania, antes de seguir para o Plenário.

 

Pedido de ligação asfáltica foi entregue a vice-governadora

 

Outro tema incluso na pauta de reivindicações da região está a conclusão do projeto de ligação da SC- 340 com a BR-116 (Rod. Regis Bittencourt), no município de Monte Castelo.  O projeto está  pronto, e agora deve-se garantir os recursos para o obra. O pedido foi feito durante a Assembleia da AMAVI, em Rio do Sul, e entregue a vice-governadora de Santa Catarina, Daniela Reinehr. “Os centros dessas cidades estão distanciados em 70 km dos quais 44 km são de uma estrada vicinal muito irregular. O asfaltamento desta rodovia é de extrema importância para o desenvolvimento da nossa região, visto que representa a principal ligação do Alto Vale do Itajaí ao Planalto Norte”, consta no documento.

 

Representando a integração de duas regiões, o Vale do Itajaí ao Planalto Norte, a ligação com a SC-340, é considerada de grande importância econômica para o desenvolvimento da região- que é uma das poucas do Estado que carece de infraestrutura. 

 

Conforme avaliação preliminar, a conclusão da obra irá proporcionar uma alternativa entre o Vale do Itajaí e o Planalto Norte do Estado, além de encurtar a ligação entre ao Planalto Serrano e o Estado do Paraná, desafogando a BR-470. A ligação pode desafogar em até 20% o fluxo da rodovia, principalmente veículos que trafegam sentido Paraná.

 

A ligação atenderá a demanda de regiões, que  são classificadas como deprimidas economicamente, como meio oeste, planalto norte e o Vale Norte. 

 

De acordo com levantamentos preliminares, a falta dessa ligação encarece o custo do transporte, limita o desenvolvimento regional, que atualmente está bem abaixo, comparado com outras regiões do Alto Vale. A região discute a obra a mais de 40 anos.

 

Além de possibilitar não apenas o encurtamento das distancias e desafogar a BR- 470, também irá proporcionar o desenvolvimento de toda a região, principalmente na agricultura.

 

A obra de pavimentação da SC- 340 terá  65,8 quilômetros, passando entre os municípios de Vitor Meireles (Estrada Serra da Abelha), Santa Terezinha, até o entroncamento com a BR-116. Depois de pronta vai reduzir em aproximadamente 100 quilômetros a ligação entre o Vale do Itajaí e o Planalto Norte.

 

 

POR: MARCELO ZEMKE – REDE VALE NORTE DE COMUNICAÇÃO

 

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