Rui Car
01/05/2020 17h15 - Atualizado em 01/05/2020 10h33

Laboratório chinês produz possível vacina contra o coronavírus

Em 2009, superou seus concorrentes e se tornou o primeiro no mundo a lançar uma vacina contra a gripe suína H1N1

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Em um laboratório no norte de Pequim, um homem talvez possua o tão esperado antídoto. Vestido com um jaleco branco, ele exibe uma das primeiras vacinas experimentais contra o novo coronavírus.

 

Sinovac Biotech é um dos quatro laboratórios chineses autorizados a realizar ensaios clínicos. Embora sua vacina ainda não tenha sido testada, o grupo privado diz que está pronto para produzir 100 milhões de doses por ano para combater o vírus, que apareceu na China no final de 2019.

 

O laboratório pode estar confiante. Em 2009, superou seus concorrentes e se tornou o primeiro no mundo a lançar uma vacina contra a gripe suína H1N1. Em suas vastas instalações em Changping, na grande periferia da capital, os técnicos de laboratório controlam a qualidade da vacina experimental, com base em patógenos inertes, já produzidos em milhares de cópias. E já tem um nome: “Coronavac”.

 

No meio da corrida global para encontrar o antídoto há muito aguardado, menos de uma dúzia de laboratórios até agora iniciaram testes em humanos, de acordo com a Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres. Entre eles, Sinovac, que garante que obteve resultados promissores em macacos, antes de administrar seu soro pela primeira vez a 144 voluntários em meados de abril, em Jiangsu (leste). Mas o laboratório fundado em 2001 não se pronunciará sobre a data em que sua injeção de meio mililitro poderá ser comercializada. “É a pergunta que todo mundo faz”, reconhece Liu Peicheng, diretor da marca.

 

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a produção de uma vacina pode levar entre 12 e 18 meses. – Testes no exterior – O laboratório chinês, que emprega mil funcionários, espera obter os primeiros resultados sobre a segurança de seu produto até o final de junho, nas fases 1 e 2 dos testes, disse à AFP Meng Wining, diretor de relações internacionais. Esses testes consistem em verificar se a vacina é perigosa para os seres humanos. Para garantir sua eficácia, um estudo de fase 3 deve ser realizado em portadores do vírus.

 

O problema é que agora “apenas alguns casos por dia são relatados na China”, diz Meng. A menos que haja uma segunda onda epidêmica na China, o grupo precisará testá-la com diagnósticos positivos no exterior. “Atualmente, estamos em contato com vários países da Europa e Ásia”, diz ele. “Um estudo de fase 3 normalmente envolve milhares de pessoas.

 

Não é fácil obter esse número em nenhum país”, alerta. O grupo empreendeu no sul de Pequim a construção de uma fábrica de produção com capacidade para 100 milhões de doses, que deve estar operacional antes do final do ano. “Trabalhamos dia e noite, em três turnos, o que significa que não perdemos um minuto”, diz Meng. Levada à população mundial, uma possível vacina Sinovac não seria suficiente para proteger o planeta.

 

Mas Meng assegura que seu grupo, listado na Nasdaq, está aberto a “colaborações” com parceiros estrangeiros, aos quais já vende vacinas contra gripe ou hepatite. Ser o primeiro a fornecer uma solução contra a COVID-19 seria uma espécie de vingança para a China, ansiosa por fazer esquecer que a pandemia surgiu em seu solo. “Recebemos muito apoio do governo chinês”, diz Meng. “Não muito dinheiro”, mas cooperação com institutos públicos dos quais Sinovac obtém cepas virais. Pequim também aprovou o ensaio clínico de outras três vacinas experimentais: uma da Escola Militar de Ciências Médicas e do grupo de biotecnologia CanSino, outra do Instituto de Produtos Biológicos e do Instituto Wuhan de Virologia, cidade onde surgiu o novo coronavírus, e a última do grupo China Biotics, que iniciou testes na terça-feira entre 32 voluntários.

 

Fonte: Papanduva Notícias

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