Rui Car
02/07/2020 10h05 - Atualizado em 02/07/2020 10h06

Ciclone: Prejuízos ainda não podem ser calculados em Rio do Sul

Ciclone Bomba derrubou empresas, destelhou quase 150 casas e comprometeu sistema de telefonia e energia

Assistência Familiar Alto Vale
Fonte: Diário do Alto Vale

Fonte: Diário do Alto Vale

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Os prejuízos deixados pelo ciclone extratropical que atingiu diversos municípios do Alto Vale e outras regiões de Santa Catarina ainda não podem ser calculados, mas o fenômeno já se mostra como uma catástrofe natural que deve deixar estragos milionários. Em Rio do Sul, quase 150 casas foram destelhadas, diversas empresas foram danificadas e outras vieram abaixo e houve registro de pessoas feridas.

 

Na cidade, a quarta-feira foi de tristeza, mas também de muito trabalho e moradores faziam mutirões para tentar reconstruir telhados e arrumar parcialmente o que foi danificado. O prefeito de Rio do Sul anunciou que vai decretar Situação de Emergência do município, já que o ciclone causou problemas tanto para estruturas privadas quanto para o serviço público.

 

O bairro Taboão foi um dos mais atingidos. Fernando Pereira é funcionário de uma empresa de elevadores que ficou completamente destruída. O telhado foi arrancado e até mesmo as paredes caíram com a força do vento. Ele conta que viveu momentos de terror e por pouco conseguiu sair ileso. “Escutei um vento forte e nisso corri para fechar a janela, mas não deu tempo. Quando saímos o vento já começou a arrancar o telhado e levar as coisas. Eu entrei dentro do carro e outro rapaz foi para debaixo da mesa. Escapamos de perder a vida”, lembra.

 

O empresário Ademir Cláudio, que atua no ramo de pinturas, diz que perdeu tudo com o ciclone já que a empresa foi totalmente danificada e agradece apenas o fato de nenhum dos 10 funcionários terem ficado feridos. “A gente viu a chuva chegar, fechamos as portas e não demos conta de correr dentro do galpão vendo tudo ir embora. O trabalho de 12 anos indo embora em poucos segundos. Na minha vida nunca tinha passado por isso e espero nunca mais passar. Graças a deus aqui ninguém se feriu, mas na outra empresa do lado o diretor teve traumatismo craniano e está no hospital.”

 

Se nas empresas o prejuízo foi grande, os estragos também foram registrados em grande escala nas residências e moradores ainda lamentam as cenas de filme vivenciadas que ficarão para sempre na memória, mas também calculam o estrago. Isabel Fronza conta que estava sozinha em casa quando escutou um barulho forte e em pouco tempo teve a residência destelhada. “A gente não via uma escuridão, mas de repente veio aquele vento levando tudo da minha casa e eu só gritava socorro. Virou tudo e como as telhas foram arrancadas o único lugar que ficou seco foi o banheiro. Eu tinha sete casas de aluguel e todas também foram destelhadas e uma rachou no meio”, conta.

 

O diretor da Defesa Civil, Sílvio Andrade, ressalta que o órgão está fornecendo lonas para auxiliar de maneira mais emergencial, mas até ontem (1º de julho) 140 moradores já haviam comunicado destelhamento de casas até as 15h e solicitado lonas, número que deve aumentar significativamente a medida que a comunicação na cidade for sendo reestabelecida.

 

Empresas e residências que precisarem de laudos simples para encaminhamento de reformas ou até mesmo acionamento de seguradoras, podem acionar a Defesa Civil de maneira presencial para encaminhar a visitação de técnicos da Secretaria de Infraestrutura. Na medida do possível, os técnicos farão a visitação para emissão de documento simples.

 

Prefeito fala em ajuda para reconstrução

 

Em entrevista, o prefeito José Thomé disse que o município vai precisar de ajuda estadual e federal para reconstrução, por isso o decreto de Situação de Emergência está sendo elaborado. “A situação é complexa, são bastante residências e empresas afetadas e agora com o Decreto vamos buscar recursos em Florianópolis e Brasília para reconstruir e retomar o mais rápido possível”, disse.

 

Linhas telefônicas comprometidas em toda a cidade

 

Até a tarde de quarta-feira os telefones fixos e a telefonia móvel continuam com problemas na cidade. Inclusive os telefones de emergência dos Bombeiros, Polícia Militar, Polícia Rodoviária Federal, além de linhas de serviços municipais como Secretarias de Saúde, Assistência e Desenvolvimento Social, Educação, entre outros.

 

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