Advogado criminalista há 20 anos, Benjamim Coelho, de Blumenau, atua como defensor dos irmãos André e Éder. Ele tem a companhia do colega Aurélio Packer de Rio do Sul. Benjamim diz que, os irmãos foram alvo de uma emboscada de Joacir Barbosa e seu sobrinho. Joacir morreu no local.
Relembre o caso
O fato ocorreu na noite de 11 de maio de 2020 no bairro São João, em Agrolândia.
Segundo ele, o sobrinho de Joacir, chamou André e Éder para ir até a sua residência, onde, o Joacir ficou escondido e baleou André, mesmo estando baleado, André conseguiu desferir um tiro contra o Joacir.
“André, tinha uma divida em haver um valor, com o sobrinho de Joacir, que faleceu. Eles trocavam áudios pelo WhatsApp, não muito “republicano”, havia uma certa indisposição e raiva nas conversas, mas nada no sentido de ameaçar alguém de morte. No dia que, chegou o dia dos fatos, o sobrinho, manda dois áudios para o André, dizendo: ‘Pode vir na minha casa, vem aqui receber e eles foram” alega Benjamim Coelho.
Segundo o advogado, André chegou a dizer para o sobrinho de Joacir, que estava tudo bem, anulando assim as discussões anteriores. No dia dos fatos, André foi juntamente com Éder, sua esposa e seu filho.
“Ao chegar no local, o sobrinho de Joacir falou para os dois irmãos entrarem na residência e ficarem quietos, quando os dois se aproximam da residência, Joacir abre fogo e acerta dois tiros na boca e no braço do André, e o Éder foi atingido também” disse o advogado.
Coelho ainda afirmou que, o sobrinho não relatou no seu depoimento na delegacia ao delegado, que, havia essa condição na qual chamou André para ir até sua residência. “Faltou com a verdade” finalizou.
“O sobrinho escondeu o revolver usado pelo tio, e se ele fosse vitima 100% porque iria esconder o revolver? Em seguida o revolver foi encontrado, mas os dois irmãos obviamente saíram do local” disse Benjamim Coelho.
Segundo o criminalista, a morte se deu em legítima defesa, e foram alvo de uma emboscada.
A acusação afirma que Joacir Barbosa foi morto em uma troca de tiros em um imóvel na rua São João envolvendo a vitima e outros dois homens, que supostamente estavam no local para fazer uma cobrança ao sobrinho de Joacir.
Como anda o processo
Segundo o advogado, o processo atualmente encontra-se no Tribunal de Justiça. Éder Constantino foi absolvido. Já para André Constantino, o juiz delegou que o júri decida a questão, se ele deve ser absolvido ou não. Tudo o que foi citado nesta matéria até o presente momento, foi comprovado.
Duas perícias foram solicitadas. A primeira, datada de 22 de maio de 2020, concluiu que:
1 – Não é possível afirmar a data e a hora exatas em que se deu o evento, uma vez que não haviam vítimas no local;
2 – Duas ou mais pessoas participaram do ato;
3 – Quando encontrada, a vítima encontrava-se na posição prejudicada;
4 – Havia estacionado do lado oposto da rua um veículo que pode estar associado ao evento; Ainda, a mancha de sangue deixada no projétil encontrado no local foi coletada e encaminhada ao IGP para comparação de DNA;
5 – Foram encontrados vestígios de sangue;
6 – Houve o emprego de disparo de arma de fogo;
As demais questões foram esclarecidas através do laudo pericial.
Já a segunda perícia, datada de 30 de julho de 2020, frisa que em relação se foi a mesma arma que detonou os três cartuchos, conclui que conforme o relatado no título COMPARAÇÃO BALÍSTICA, os três estojos motivo pericial não foram percutidos pelo pino percussor de uma mesma arma de fogo, ou seja, concluiu-se que não foi Joacir Barbosa quem atirou, pois as três cápsulas não foram detonadas pelo revólver dele. Elas seriam de três armas diferentes, quatro se somada a dele. Benjamim afirma que, de fato, tratou-se de uma tocaia para os irmãos Constantino, que ocasionou na morte de Barbosa, o “Tio Joca”.
O promotor, porém, não reconhece o que a perícia determinou: o fato de haver quatro armas envolvidas no caso. Na opinião do advogado, André Constantino deveria ser impronunciado e não absolvido. Segundo ele o juiz errou, pois ao dar a sentença, ele absolve, impronuncia ou manda para o júri, porém ele mandou André para o júri dizendo que têm dúvidas sobre o que de fato aconteceu. Ele não fala nada em relação a perícia afirmar a existência de mais de três revólveres.
Diante disso a defesa entrou com Habeas Corpus, para que anule a sentença e o juiz emita outra sentença, analisando desta vez a prova apresentada pela perícia. Coelho afirma que André foi mandado à juri popular injustamente e que ele e Éder são as vítimas do caso. O culpado é Hildebrando, o sobrinho.
Agora será aguardado julgamento e quando a decisão sair, será divulgada à imprensa.