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Rui Car
30/04/2020 09h01

Auxílio emergencial: há mais de 20 dias ‘em análise’, trabalhadores falam em ‘descaso’

Assunto segue em alta, em especial nas redes sociais

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A Caixa Econômica Federal liberou na segunda-feira (27) os saques para trabalhadores que estão recebendo o auxílio emergencial por meio da poupança social digital. Para evitar aglomerações, a Caixa estabeleceu um calendário para quem necessitar sacar, em espécie, o auxílio direto da poupança digital: 

 

27 de abril – para os nascidos em janeiro e fevereiro

 

28 de abril – para os nascidos em março e abril

 

29 de abril – para os nascidos em maio e junho

 

30 de abril – para os nascidos julho e agosto

 

4 de maio – para os nascidos em setembro e outubro

 

5 de maio – para os nascidos em novembro e dezembro

 

Apesar disso, a reclamação de grande parte dos trabalhadores que necessitam do benefício é que nem ao menos tiveram suas solicitações aprovadas no aplicativo do banco.

 

O tema voltou aos trending topics do Twitter durante esta semana. Uma das reclamações é que quando as pessoas que estão com a situação “em análise” ligam para o 111 da Caixa e são informadas que não são aptas a receber o benefício. 

 

Mãe e filha tem benefício negado

 

É o caso da fotógrafa Aleksandra Jady Almeida Lucena, de 28 anos, moradora de Santarém, no Pará. A profissional relatou à reportagem do nd+ que fez o cadastro dela e da mãe, a costureira Marlete Almeida Lucena, de 61 anos, no dia 7 de abril, porém, a situação seguia “em análise” no aplicativo até a terça-feira (28).

 

“Na última quinta-feira (23) tentava entrar no aplicativo e dava como se eu não tivesse cadastro. Quando fui refazer já tinha algumas informações, parecia que tinham perdido uma parte dos meu dados. Fiz novamente e até hoje (28) estou em análise”, relata a fotógrafa.

 

Na terça a profissional ligou para o número 111 para tirar dúvidas sobre o benefício. Porém, para a surpresa da profissional, foi informada que ela não atendia os requisitos para receber o auxílio.

 

“Liguei para saber a situação da minha mãe e foi dita a mesma coisa”, afirmou.

 

Questionada se havia sido dado um motivo para a recusa do benefício, a fotógrafa afirmou que apenas uma gravação informou que ela não estaria apta.

 

“Enxergo a situação como desorganização e descaso. Desorganização por fazer aplicativos sem muitas explicações e descaso porque não ligam para o povo, acho que em todos os aspectos”, reclama.

 

Artesã catarinense segue em espera

 

A artesã de Florianópolis, Mariana de Souza, de 34 anos, segue o mesmo problema. Ela afirmou à reportagem que fez o cadastro no início do mês e há cerca de duas semanas recebeu uma mensagem afirmando que haveria alguns erros no cadastro.

 

“Aparecia uma mensagem genérica no aplicativo que poderia ter CPF de algum óbito, datas e nomes não correspondentes, mas não informava o real motivo. Refiz o cadastro há quatros dias, e agora segue em análise”, relatou a artesã.

 

Reclamações em todo o país

 

Sarah Soares da Silva, de 24 anos, é moradora de Caucaia, no Ceará, e está desempregada há três anos. Ela relatou à reportagem que fez o cadastro pelo aplicativo no dia 7 de abril e até a quarta-feira (29), a aprovação seguia “em análise”.

 

“Já saiu o recadastro para várias pessoas, e o meu não sai da análise. É um descaso muito grande, é angustiante e torturante”, reclama Sarah.

 

A forma para obter respostas acabou sendo através das redes sociais.

 

“Ninguém dá uma resposta concreta, só falam que nessa semana saí, e nunca chega nessa semana, nas redes sociais é o único lugar que podemos aparecer para quem sabe cobrar uma posição”, alega.

 

A carioca Nathalia Meirelles, de 21 anos, é mais uma que segue o problema. Ela tem uma filha de cinco meses e está afastada do mercado de trabalho desde a gestação. Ela fez a inscrição para receber o auxílio ainda no início de abril, mas até esta quarta-feira, seguia sem respostas.

 

“Eu acredito que muitas pessoas que não precisavam acabaram se cadastrando e consequentemente atrasando o lado de quem precisa de verdade”, afirma Nathalia.

 

Para a moradora da capital Fluminense, não é o momento de apontar a culpa apenas no Governo Federal.

 

“Se a gente não se preocupa com o próximo, não adianta só culpar o governo. Ouvi muitas pessoas que se cadastraram e conseguiram o auxílio, outras que tem boa situação de vida e também conseguiram”, relata.

 

Contraponto

 

A reportagem entrou em contato com a Caixa Econômica Federal e a instituição informou que conforme determina o Decreto 10.316/2020, que regulamenta o Auxílio Emergencial, a análise de elegibilidade dos cidadãos inscritos no Cadastro Único até o dia 20 de março 2020, sendo beneficiários ou não do Bolsa Família, é feita de forma automática pela Dataprev.

 

Segundo a nota, essa instituição do Governo Federal é a responsável por verificar se o cidadão cumpre todas as exigências previstas na lei, independentemente da atualização do cadastro.

 

A Caixa ressaltou ainda que após a consulta, se o retorno da análise da Dataprev for “Dados inconclusivos”, o cidadão pode realizar uma nova solicitação. Caso o resultado for “Benefício não aprovado”, a pessoa poderá contestar o motivo dessa não aprovação ou realizar uma correção de dados através de nova solicitação.

 

Essas solicitações devem ser pelo APP Caixa Auxílio Emergencial ou pelo site auxilio.caixa.gov.br.

 

Por: ND Mais
 
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