Rui Car
16/09/2020 10h17 - Atualizado em 16/09/2020 10h18

Agricultor de Ituporanga já recebeu sementes da China

Confira o que já se sabe sobre as sementes misteriosas

Assistência Familiar Alto Vale
Fonte: NSC / CIDASC (Foto: Gabriel Zapella)

Fonte: NSC / CIDASC (Foto: Gabriel Zapella)

Delta Ativa

As sementes que estão chegando nas casas dos moradores de Santa Catarina com embalagens com caracteres supostamente chineses já levantaram alerta em outros países desde o início de 2020. Em países como Estados Unidos, Canadá, Inglaterra e Japão, a situação já despertou a atenção dos governos em julho e agosto, quando ocorrências semelhantes foram notificadas pelos moradores: pequenos pacotes chegavam, às vezes com outras encomendas e, às vezes, para pessoas que não esperavam por nenhuma entrega, com sementes desconhecidas.

 

O New York Times publicou em 26 de julho que órgãos de 27 estados americanos já haviam sido notificados sobre a entrega destes pacotes não encomendados contendo sementes. Segundo a matéria, o Departamento de Agricultura da Virgínia informou ter recebido mais de 900 e-mails de moradores que receberam estas sementes naquele mês. 

 

O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, em inglês) abriu uma investigação para apurar o conteúdo das embalagens e informou que identificou mais de uma dúzia de espécie de plantas. Em nota, o órgão divulgou em 30 de julho que estava trabalhando em colaboração com a Alfândega e Proteção de Fronteiras do Departamento de Segurança Interna e com outras agências federais e departamentos estaduais de agricultura para investigar a situação.

 

Entre as espécies de sementes encontradas estão flores, como rosas; e leguminosas como tomate, alface, radiche, entre outras. Mesmo assim, o Departamento de Agricultura americano orientou os moradores a não plantarem essas sementes, já que a planta em questão pode não ser adaptável ao habitat do local. 

 

Além disso, por virem de outro continente, é possível que as sementes contenham pragas que não são conhecidas no país, o que pode causar um desequilíbrio ambiental. A orientação é semelhante à feita pela Cidasc com a chegada das sementes em Santa Catarina.

 

De acordo com uma reportagem da Revista Vice, mesmo com o alerta do governo, centenas de americanos alegaram ter plantado as sementes. Baseado nos formulários entregues nos departamentos estaduais de agricultura dos Estados Unidos, o repórter Jason Koebler publicou que, em alguns casos, o morador relatou que a planta se espalhou de forma descontrolada pelo quintal; em outros, que destruiu a plantação; e, em outros, que nasceram legumes e temperos normalmente e que, inclusive, foram consumidos. Ele destaca, no entanto, que nenhum especialista confirma essas afirmações de moradores, já que as investigações ainda estão ocorrendo.

 

Também segundo o New York Times, o Governo da China solicitou que os pacotes fossem enviados para o país para que pudessem ser analisados. A Embaixada da China em Washington afirmou que acreditava que os pacotes fossem falsificados.

 

Para o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, é possível que estas entregas sejam parte de uma tática comercial na qual as pessoas recebem itens não solicitados de um vendedor para que este, em seguida, publique avaliações positivas falsas de clientes para aumentar as vendas. Até esta terça-feira (15), no entanto, não havia conclusões sobre o caso nem um responsável assumindo o envio.

 

Departamento de Agricultura de Ohio, nos Estados Unidos, publicou alerta sobre as sementes nas redes sociais em julho(Foto: Departamento de Agricultura de Ohio/ Reprodução)

Departamento de Agricultura de Ohio, nos Estados Unidos, publicou alerta sobre as sementes nas redes sociais em julho (Foto: Departamento de Agricultura de Ohio/ Reprodução)

 

No Alto Vale

 

Em nossa região, um agricultor de Ituporanga acionou a CIDASC após receber o pacote junto com uma mercadoria comprada no país asiático. A Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina deve fazer o recolhimento da embalagem ainda na manhã dessa quarta-feira (16).

 

Em Rio do Sul, outro caso foi registrado onde uma moradora contou à Equipe de Jornalismo que seu vizinho recebeu as sementes, muito semelhantes ao feijão preto, mas acabou jogando fora.

 

A orientação da CIDASC é para que, caso o cidadão não tenha feito nenhuma compra, mas tenha recebido um pacote suspeito não abra, não semeie e não jogue no lixo. Leve-o até um escritório da CIDASC ou do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), mais próximo para que sejam recolhidas.

 

Também está disponível para contato os telefones 0800-644-6510 ou (48) 3665 7300 (WhatsApp), do Departamento Estadual de Defesa Sanitária Vegetal do estado, onde a pessoa poderá solicitar orientações adequadas.

 

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