O vereador Zico (PTB-RJ) apresentou no dia 8 de outubro um projeto de Lei que veta o uso do VAR em partidas organizadas pela Federação de Futebol do Futebol do Estado do Rio de Janeiro (FERJ). O documento prevê multa de R$ 250 mil em caso de descumprimento e o valor arrecadado destinado ao Fundo Municipal de Defesa do Consumidor. Porém, não foi à frente inicialmente.
Neste quarta-feira, o Diário Oficial do Poder Legislativo do Município do Rio de Janeiro publicou que o projeto foi devolvido para ao autor pelo presidente da Casa, vereador Jorge Felippe (MDB-RJ). Ele argumentou que a proposta de Zico não é competência da Câmara Municipal. Nada que impedisse o assunto de virar polêmica.
A reportagem entrou em contato com o vereador, que teceu críticas à ferramenta e explicou a criação da Lei. Para ele, o árbitro central está perdendo relevância dentro do futebol e os excessivos minutos de acréscimos interferem diretamente no consumidor.
— Estão querendo acabar com a alegria do povo. O futebol é a alegria do povo. As pessoas entram no estádio sem saber a hora que vão sair. Não sabe também a hora que se pode comemorar o gol. Só Deus sabe quem decide agora. Se não precisa mais de árbitro, coloca um drone ali, um robô ou qualquer outra coisa — declarou.
— Minha motivação foi um jogo que tiveram que dar acréscimos de 16 minutos. Daqui a pouco não vamos poder marcar para sair com os nossos filhos e familiares após o jogo por causa do VAR — conta Zico, que ainda acredita que, caso a proposta seja aceita, entrará em vigor à partir do Campeonato Carioca de 2020.
— Por ser vereador do Rio de Janeiro, só posso legislar por aqui. O projeto tem que passar na mesa diretora, depois comissões, depois para a Plenária… Apresentei o projeto no dia 8, isso tudo está sendo conversado, não se te informar quanto tempo que vai durar. Posso te informar que foi dada entrada. A intenção é que seja utilizada para o Campeonato Carioca de 2020.
No documento, Zico justifica a suspensão do uso da tecnologia por “não estar contribuindo para a melhora do futebol, apesar de ser uma tecnologia muito cara”. Ele também que o árbitro de vídeo tem causado “interrupções demoradas, fazendo com que o ritmo das partidas seja alterado” e completa: “quem perde é o torcedor, o público que paga para assistir ao espetáculo. Temos que registrar também os julgamentos incoerentes e duvidosos que fazem com que a tecnologia, que deveria vir para somar, subtraia a alegria do torcedor”.