Rui Car
16/01/2017 15h40 - Atualizado em 16/01/2017 13h57

Série invicta do Real Madrid não é nem de longe a maior da Europa

Bem, falemos então do primeiro da lista, o Steaua Bucareste

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Enquanto se discute o tamanho da façanha que foi para o Real Madrid passar metade da temporada invicto, é possível relembrar de outros exemplos de clubes que aguentaram bastante tempo sem sofrer uma simples derrota. As 40 partidas do Real, encerradas no domingo contra o Sevilla, foram apenas coadjuvantes na história dos grandes clubes. De acordo com a Uefa, o recordista total da Europa é o Steaua Bucareste, com incríveis 106 jogos invictos.

 

É natural que se falasse muito sobre a arrancada do Real, porque realmente pareceu que o time demoraria mais tempo para perder. Entretanto, o Sevilla provou que não era impossível derrotar o grande time do momento. Com o 2-1 de virada, graças ao gol contra de Sergio Ramos, o Real perdeu a chance de encostar nos grandes imbatíveis da história.

 

Bem, falemos então do primeiro da lista, o Steaua Bucareste. Entre 1986 e 1989, a equipe romena não perdeu um jogo sequer dentro do país. Campeão europeu de 1986 e finalista em 1989, o Steaua venceu cinco vezes seguidas a Liga Romena até que o Dinamo Bucareste destruiu o seu reinado. Curiosamente, as maiores arrancadas acontecem em ligas pouco competitivas e dominadas pelas maiores forças. É o caso do Sheriff Tiraspol, da Moldávia, que vem logo atrás do Steaua: foram 63 jogos invictos de 2006 a 2008, mas ao chegar na Liga dos Campeões, o clube sempre se deparava com a sua fragilidade em relação aos outros europeus.

 

Depois do Celtic, o terceiro da lista com 62 jogos invictos entre 1915 e 1917, uma série de times irrelevantes no cenário mundial marcam presença. O Levadia Tallinn, da Estônia, entre 2008 e 09, somou 61. Depois, temos o Union Saint-Gilloise, da Bélgica, que encaixou 60 jogos sem perder entre 1933 e 1935. Shirak e Pyunik da Armênia estão empatados com 59 partidas, aí finalmente temos o Grande Milan dos anos 1990.

 

O Milan dominou a Itália e a Europa no fim da década de 1980 e início dos anos 90 com o trio Van Basten-Gullit-Rijkaard e uma fortíssima base italiana com Maldini, Costacurta, Baresi, Donadoni, Ancelotti, Massaro, entre outros. Foram 58 jogos invictos em uma liga competitiva, o que nos dá uma dimensão de como os rossoneri foram avassaladores durante o auge do futebol italiano. Lembremos que naqueles tempos a maioria dos clubes da Serie A contavam com uma ou duas estrelas de nível mundial em seu elenco.

 

O Olympiakos de 1972-74 e o Skonto da Letônia de 1993-96 embalaram o mesmo número do Milan, com 58. O Benfica conseguiu 56 entre 1976 e 78, o Porto de 2010-12 e o Shakhtar de 2000-02 pararam no 55. Isso quer dizer que o Real Madrid não é tão imponente quanto parece, por ter sucumbido no 40º desafio? Não. Prova que o futebol espanhol, por incrível que possa aparentar, não está restrito a Barcelona, Real Madrid e Atlético.

 

O Sevilla mostrou que quer se credenciar como terceira força ou até mesmo atrapalhar os dois gigantes. E querendo ou não, em uma fase com Messi, Neymar e Suárez no ataque do Barça, 40 jogos de invencibilidade é muita coisa. Claro que o Real de Zidane poderia ir mais longe, mas chegar até aqui após um título europeu, um Mundial e com favoritismo para o Espanhol é um feito que será lembrado por décadas.

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