Rui Car
13/07/2020 10h23 - Atualizado em 13/07/2020 10h28

Positivo para Covid-19, Angelotti defende retorno do Catarinense em 14 dias: “Se cumprir protocolo do governo não tem futebol”

Presidente da Federação Catarinense de Futebol pretende conversar com a Secretaria Estadual de Saúde para alinhar a retomada do estadual

Assistência Familiar Alto Vale
Fonte: Globo Esporte SC

Fonte: Globo Esporte SC

Delta Ativa

O presidente da Federação Catarinense de Futebol, Rubens Angelotti, testou positivo para o Covid-19, mas sem apresentar sintomas. Em entrevista à CBN/Diário, afirmou que realizou o teste na terça-feira, porém a contraprova realizada no fim da semana não mostrou a presença do vírus. Ele disse estar bem, assim como sua esposa que também testou negativo.

 

Neste sábado, ele assinou portaria que determina o adiamento dos jogos de volta das quartas de final do Campeonato Catarinense, após notificação da Superintendência de Vigilância em Saúde Estadual em função dos 14 casos do Covid-19 na Chapecoense, segundo o governo, além de outros positivos no Joinville, Criciúma, Figueirense e Marcílio Dias. Rubens Angelotti espera que o estadual retorne em no máximo duas semanas, mas ainda depende do aval das autoridades.

 

O presidente disse que tenta uma reunião virtual ainda nesta segunda-feira com membros do governo de Santa Catarina para flexibilizar o artigo 8º, inciso XXIX, da portaria nº 466, que regulamentou a volta do estadual. Ele determina o afastamento de todos os jogadores e profissionais que tiveram contato com alguém positivado para a doença. Nesse caso, os elencos da Chapecoense, Marcílio Dias, Criciúma, Figueirense e Joinville deveriam cumprir quarentena até apresentarem a liberação médica. Os clubes confirmaram casos positivos ao longo da semana.

 

– Vamos tentar uma conversa com o secretário para retornar em 14 dias, que é o prazo da quarentena. A partir de ontem (sábado) está valendo. Então nestes 14 dias, voltaremos com o futebol com um acerto com a secretaria. Mas temos que mudar o protocolo para terminar o estadual. O teste PCR pode ser regra e o protocolo seguir outros exemplos, como da indústria, onde haja um elemento contaminado, que ele seja afastado e os outros permaneçam. Quem for contaminado, que seja afastado, e os outros monitorados assim como é na indústria e comércio – defendeu Rubinho.

 

Para ele, o futebol profissional não tem recebido o mesmo tratamento que outras modalidades, como o futsal, por exemplo, que só exige a medição de temperatura antes das partidas, o que não garante nenhuma segurança aos envolvidos.

 

– O protocolo da indústria, só o infectado é afastado e os demais ficam sob monitoramento. Quem apresentar sintomas, é afastado também. Se for cumprir o protocolo do governo não tem mais futebol. Vamos tentar mudar.

 

Próximos passos

 

Uma das soluções encontradas pela federação para tentar a retomada dos jogos é exigir o método de testagem RT-PCR, que é mais caro, porém mais seguro e confiável em comparação aos testes rápidos, com preços mais acessíveis. Ele é feito através de swabs (uma espécie de cotonete especial), que coletam amostras do nariz e da garganta para a identificação.

 

Esse teste não é obrigatório segundo o decreto estadual, o que aumenta a confiança da entidade em flexibilizar a medida. Das oito cidades que recebem os jogos das quartas de final, apenas a prefeitura de Florianópolis determinou que todos os clubes que vieram atuar na capital, precisam apresentar relatório com essa testagem. Desta forma a Chapecoense descobriu o alto número de casos no elenco, já que viajou para a capital na sexta-feira, onde enfrentaria o Avaí neste domingo, na Ressacada. O clube, porém, já tinha realizado o teste PCR por iniciativa própria em outras duas oportunidades.

 

– Vamos alinhar a conversa com governo, se alguém falhou, vamos tentar não falhar. A vida em primeiro lugar, e a saúde de todos também. Mas precisamos terminar o campeonato. Assim como outros estão jogando sem esse rigor que não estão sendo pedidos aos outros.

 

Rubinho completou:

 

– No futebol de salão só é feito a temperatura, porque no futebol é importante. Sei que não está seguro, mas o Fluminense testou um jogador, vai parar o campeonato ou vai afastar o atleta? Defendo o afastamento e faz a testagem em todos. Quem estiver liberado, está apto a jogar. Se for assim, não tem F-1, não tem MMA. E aí, como fica? Fui testado positivo na terça-feira, fiz com os árbitros em Camboriú e deu positivo. Depois, fiz outro e deu negativo. Fiz na terça, deu positivo, me isolei, mandei a esposa fazer, deu negativo. Aí fiz outro exame e deu negativo. É muito subjetivo isso.

 

A tendência é que nesta segunda-feira, a entidade se manifeste oficialmente sobre um possível entendimento com o governo para a retomada do Campeonato Catarinense.

 

Entenda a paralisação

 

Na tarde deste sábado, a Superintendência de Vigilância em Saúde Estadual notificou Avaí, Chapecoense e a Federação Catarinense de Futebol (FCF) após a confirmação de 14 casos de Covid-19 no elenco e comissão técnica do Verdão do Oeste e cancelou a partida.

 

Além da situação do clube alviverde, outros casos de coronavírus foram confirmados após exames durante a semana e pesaram na decisão:

 

  • – Moisés Egert, técnico do Marcílio Dias;
  • – Patrick, volante do Figueirense;
  • – Dois jogadores do Criciúma – o clube não revelou os nomes;
  • – Dois atletas e dois membros do departamento médico no Joinville – o clube não revelou os nomes;

 

Horas após o cancelamento de Avaí x Chapecoense pelo Governo de Santa Catarina, a Federação Catarinense de Futebol (FCF) anunciou o adiamento dos outros três jogos das quartas de final que seriam realizados neste domingo: Marcílio Dias x Criciúma, Figueirense x Juventus e Brusque x Joinville.

 

Em comunicado, a entidade afirmou que “remarcará, oportunamente, as datas dos jogos de volta das quartas-de-final, da segunda fase, bem como da terceira fase (semifinais) e da quarta fase (finais)”.

 

A competição em Santa Catarina foi retomada na última quarta-feira, 8 de julho, quase quatro meses depois da paralisação em razão da pandemia de coronavírus. No período sem jogos, os atletas receberam férias, realizaram testes de Covid-19 antes da reapresentação e voltaram aos treinamentos com restrições.

 

Participe de um dos nossos grupos no WhatsApp e receba diariamente as principais notícias do Portal da Educadora. É só clicar AQUI.

Justen Celulares