Rui Car
31/01/2017 16h40 - Atualizado em 31/01/2017 14h04

Muitos jogos, poucas datas: calendário já causa transtorno para Chapecoense

Federação cobra intervenção da CBF

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Não que seja uma surpresa ou algo inesperado, mas não demorou muito para que a Chapecoense já tivesse problemas com o calendário de 2017. Com previsão de participação em oito competições, a equipe tem duas partidas marcadas para o dia 8 de fevereiro, ambas fora de casa, e encontra dificuldade para adiamento. Primeira Liga e Federação Catarinense se mostram irredutíveis a respeito dos duelos com Cruzeiro e Avaí, respectivamente, e o caso foi parar na CBF através da Fenapaf.

 

A Federação Nacional dos Atletas Profissionais de Futebol entrou com um requerimento na última sexta-feira cobrando uma medida do órgão a respeito de uma série de partidas que não cumprem o prazo mínimo de 72 horas entre as partidas, estabelecido pela própria CBF. O caso da Chapecoense é o mais grave, mas há conflito de datas ainda em jogos do próprio Catarinense, do Cearense, do Gaúchão e do Paranaense com a Primeira Liga: 

 

– Estamos aguardando o posicionamento da CBF, que é a mandatária do futebol brasileiro. Todas as essas ligas e federações têm que seguir as regras da CBF. Há uma ação da Fenapaf em Campinas onde não pode haver jogos com intervalos inferiores a 72 horas. Nossa preocupação é com os atletas – disse o presidente da Fenapaf, Felipe Augusto.

 

De acordo com o dirigente, mesmo que a Primeira Liga não seja uma competição oficial do calendário, precisa seguir os critérios estabelecidos pela CBF para que os atletas exerçam sua profissão. Vice-presidente da federação dos jogadores, Alfredo Sampaio foi ainda mais firme que seu mandatário:

 

– Não é nem a questão do prejuízo do atleta, que a princípio não terá se a Chapecoense utilizar duas equipes. O pior é o prejuízo esportivo. Não pode o país do futebol ter dois jogos da mesma equipe no mesmo dia. É ridículo, uma derrota, uma vergonha. A CBF tem que ter uma posição esportiva e não política.

 

rui costa chapecoense dirigente  (Foto: Sirli Freitas / Chapecoense)Rui Costa, diretor executivo da Chape, levantou a possibilidade de usar time alternativo (Foto: Sirli Freitas / Chapecoense)

 

A possibilidade citada se dá pelo posicionamento de Rui Costa diante do imbróglio. O diretor executivo da Chape levantou a possibilidade de utilizar uma equipe alternativa no duelo com o Cruzeiro, no Mineirão, mesmo que a contragosto. Paralelamente, o clube ainda busca um entendimento para que um dos jogos seja adiado:

 

– Vamos buscar uma solução e contamos com a compreensão de todos. Já tivemos uma conversa com a Federação Catarinense, que é mais próxima de nós, nesse sentido. Inclusive, mostramos para eles todo nosso planejamento até março.

 

Oficialmente, porém, o desejo da Chapecoense esbarra na queda de braço entre Primeira Liga e Federação Catarinense. O posicionamento de ambos é de que não há possibilidade de alteração das datas. Gerente de competições da entidade estadual, Fábio Nogueira revela que a CBF permitiu que o dia 8 fosse utilizado para competição local e avisa que no dia 15, quando a Chape não tem jogo marcado, o Avaí estreia na Copa do Brasil, contra a Desportiva.

 

Além do Estadual e da Primeira Liga, a Chape disputará Libertadores, Brasileirão, Recopa, Copa Sul-Americana, Copa do Brasil e Copa Suruga neste ano. Com até mesmo a logística prejudicada, uma vez que os dois jogos são fora de casa, o clube deixa de lado toda confusão e viaja nesta terça-feira para encarar o Tubarão, quarta, pela segunda rodada do Estadual. O voo para Florianópolis será o primeiro desde a tragédia de 29 de novembro.

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