Rui Car
15/10/2021 09h45

Com torcida e brilho de Neymar e Raphinha, Brasil goleia o Uruguai e fica mais perto da Copa

Seleção dá show em reencontro com a torcida brasileira

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A seleção brasileira voltou a jogar bem depois de duas partidas sonolentas e venceu o Uruguai ontem (14), por 4 a 1, pela 12ª rodada das Eliminatórias da Copa do Mundo do Qatar. Os gols na Arena da Amazônia foram marcados por Neymar, Raphinha (duas vezes) e Gabigol, enquanto Suárez descontou em cobrança de falta.

 

O resultado isola ainda mais o Brasil na liderança das Eliminatórias com os 31 pontos da campanha invicta de dez vitórias e um empate. Ainda não há pontuação suficiente para a classificação ao Mundial de 2022, mas não deve demorar — ainda mais se o nível de desempenho se mantiver próximo do que foi visto em Manaus. O Uruguai fica em quinto na tabela, na zona da repescagem.

 

futebol de seleções encerra a temporada 2021 na América do Sul com mais duas rodadas das Eliminatórias em novembro, nos dias 11 e 16. O Brasil enfrenta Colômbia (em São Paulo) e Argentina (em San Juan); enquanto o Uruguai tem pela frente a mesma Argentina (em casa) e também a Bolívia (como visitante).

 

Nem pareceu estreia

 

Raphinha fez hoje seu primeiro jogo como titular da seleção brasileira, mas a impressão é de que isso já faz parte de sua rotina há tempos. À vontade como já tinha sido nos jogos contra Venezuela e Colômbia em que entrou no segundo tempo, o atacante abusou das jogadas pessoais em velocidade, dribles que fizeram o Uruguai trocar de lateral-esquerdo no intervalo, idas até a linha de fundo, entrosamento com Neymar e chutes a gol. Em um deles, marcou no rebote de Neymar. No outro, com assistência dele. Se Tite tinha medo de criar “expectativa em demasia” com o novo titular, é tarde demais.

 

Baile no primeiro tempo

 

Forçando um pouco, dá para dizer que o Uruguai teve uma única chance de gol nos primeiros 49 minutos de bola rolando, um cabeceio de Vecino defendido por Éderson. Porque de resto só deu Brasil. Além dos dois gols marcados por Neymar e Raphinha em jogadas que tiveram jogo coletivo e lance individual (primeiro Raphinha, depois Lucas Paquetá), o time empilhou chances perdidas desde o comecinho. Neymar e Gabriel Jesus tiveram duas e Fabinho mais uma. E aqui falamos de oportunidades reais, não de chute mascado para fora.

 

O desempenho do Brasil com 59% de posse de bola e nove finalizações contra só três do Uruguai no primeiro tempo foi bem diferente do das rodadas anteriores. Isso foi fruto de cinco mudanças, sendo as principais do lado direito, com Emerson na lateral e Raphinha de meia-atacante. São jogadores mais leves e móveis do que Danilo e Gabigol, que ficaram no banco. O time armado no 4-2-4 para atacar trocava passes em velocidade sempre com jogadores infiltrando, atacando espaços e alargando o campo, sem deixar o Uruguai respirar. Até os dois mais defensivos do meio-campo — Fabinho e Fred — entenderam que a ideia de jogo era ofensiva e tiveram bom rendimento.

 

E não parou por aí

 

Ofensiva, ousada e organizada, a seleção seguiu criando chances de gol no segundo tempo e consagrou o goleiro Muslera, que fez grandes defesas em dois lances de Gabriel Jesus e um de Raphinha. O goleiro estava bem, mas os jogadores de linha não ajudavam e o Uruguai continuou tomando pressão (e gol). Tite ouviu as arquibancadas e acionou Gabigol, além de Antony, o que refrescou a equipe e variou a fonte das jogadas. O Uruguai conseguiu diminuir na bola parada, mas o domínio era verde e amarelo.

 

Euforia da torcida

 

A torcida jogou junto com a seleção em Manaus. Foram cerca de 13 mil torcedores, entre pagantes e sorteados pelo governo do Amazonas depois de comprovada a vacinação contra covid-19. Foi o primeiro jogo com público do Brasil em dois anos e três meses. Neymar foi o nome mais cantado pela torcida, principalmente depois das chances de gol que criava, mas Gabigol também foi pedido desde o primeiro tempo e até Tite voltou a ouvir o “olê,olê, olê, Tite, Tite” que as redes sociais tinham deixado apagado.

 

Os gols

 

Neymar abriu o placar aos nove minutos do primeiro tempo, depois de uma jogada individual de Raphinha e passe de cinema de Fred por cima da zaga uruguaia. O segundo saiu aos 17, com drible de Lucas Paquetá e finalização de Neymar que gerou rebote para Raphinha. O mesmo Raphinha anotou o terceiro aos 12 minutos do segundo tempo, após jogada construída por Neymar e Gabriel Jesus.

 

Luis Suárez conseguiu diminuir numa cobrança de falta perfeita aos 31 minutos. Até certo ponto, foi uma compensação à tentativa do técnico Oscar Tabárez de reorganizar o time no segundo tempo. Depois do baile brasileiro no primeiro tempo, ele voltou para a etapa final com novos laterais nos dois lados e com Torreira no meio-campo, tentando melhorar a marcação.

 

Mas ainda deu tempo de Gabigol completar a festa do Brasil diante dos uruguaios. A bela cabeçada inicialmente chegou a ser anulada pelo árbitro, com a marcação de impedimento. Mas a checagem no VAR corrigiu o equívoco em campo e sacramentou a goleada.

 

FICHA TÉCNICA
BRASIL 4 x 1 URUGUAI

 

Competição: Eliminatórias da Copa do Mundo de 2022, 12ª rodada
Local: Arena da Amazônia, em Manaus (AM)
Data/hora: 14 de outubro de 2021, quinta-feira, às 21h30 (de Brasília)
Árbitro: Fernando Rapallini (Argentina)
Assistentes: Juan Bellati e Diego Bonfa (ambos da Argentina)
VAR: Mauro Vigliano (Argentina)
Cartões amarelos: Fabinho (Brasil), Valverde, Cavani e Coates (Uruguai)
Público e renda: 12.538 presentes/R$ 2.943.725,00

 

GOLS: Neymar, aos 9/1ºT (1-0); Raphinha, aos 17/1ºT (2-0); Raphinha, aos 12/2ºT (3-0), Suárez, aos 31/2ºT (3-1); Gabigol, aos 38’/2ºT (4-1)

 

BRASIL: Éderson; Emerson, Lucas Veríssimo, Thiago Silva e Alex Sandro; Fabinho (Douglas Luiz, aos 25/2ºT), Fred (Edenílson, 42’/2ºT), Raphinha (Everton Ribeiro, aos 25/2ºT) e Lucas Paquetá (Antony, aos 15/2ºT); Gabriel Jesus (Gabigol, aos 15/2ºT) e Neymar. Técnico: Tite.

 

URUGUAI: Muslera; Nahitan Nández (Cáceres, no intervalo), Coates, Godín e Matías Viña (Piquerez, no intervalo); Valverde, Vecino, Bentancur (Gorriarán, aos 25/2ºT) e De la Cruz (Torreira, no intervalo); Luis Suárez e Cavani. Técnico: Óscar Tabarez.


Por: Gabriel Carneiro / UOL Esporte

Foto: Lucas Figueiredo / CBF

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