Rui Car
03/07/2019 15h35 - Atualizado em 03/07/2019 14h12

Amanda Nunes diz se considerar a maior do MMA, incluindo os homens: “Sou a melhor no todo”

Leoa promete defender o título da divisão até 66kg

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Sem hipocrisia e sem falsa humildade. Amanda Nunes não tem meias palavras na hora de falar do que conquistou em sua carreira no MMA. Campeã do peso-galo (até 61kg) e peso-pena (até 66kg) do Ultimate, a Leoa sabe que alcançou outro patamar quando venceu Cris Cyborg, considerada até então a maior lutadora da história do MMA feminino. A performance dominante da lutadora, nocauteando a favorita no primeiro assalto, fez ela mesma declarar ter assumido o posto de número 1 da modalidade. Mas não pense que ela se considera a melhor apenas entre as mulheres. De acordo com Amanda, seus feitos a colocam no topo da lista do esporte mesmo se considerarmos os homens. E, neste sábado, ela entra no octógono para manter seu domínio diante de Holly Holm, no co-evento principal do UFC 239, pelo cinturão até 61kg.

 

 

– Vou te falar a real, eu sou a melhor de todos os tempos no todo (masculino e feminino). Eu vou continuar porque vou defender o cinturão na categoria de cima. Vou continuar fazendo história. Para mim, o que vivi da minha vida, nas derrotas, isso me ajudou pra caramba. Já passei por momentos da minha vida que pensei: “Vou subir, quebrar ela, não tem noção”. Hoje, não. Respeito a oponente, aprendi com a vida. Aprendi a respeitar minhas oponentes com a luta. Subia lá e pensava que eu ia dar um soco e a menina ia cair e não levantar mais. Sempre que pensei assim, levei a pior. Aprendi com a luta, a vida ensina. É uma escola. Estou aprendendo ainda – afirmou, em entrevista ao Combate.com.

 

Amanda procura deixar claro que não se deslumbra com sua posição no MMA. Mesmo que se considere a melhor de todos os tempos, ela garante que ainda olha para trás e usa as derrotas do passado como aprendizado para não perder seu foco. Seu último revés na carreira, contra Cat Zingano, em 2014, ainda é recordado como fator fundamental para que emplacasse a sequência de oito resultados positivos que ostenta atualmente.

 

 

– É muito gratificante (ser a melhor de todos os tempos). Fico muito feliz, paro, penso, lembro da minha trajetória e é de emocionar mesmo, porque eu acreditei em mim. Até quando eu estava na merda, quando perdi, eu seria a próxima a lutar com a Ronda, aí vou e perco para a Cat Zingano. A luta escorregou da minha mão. Eu seria a próxima. E aí voltei para casa desesperada, claro. Ninguém perde e vai dando risada. Depois de muitas conversas com Nina, meus treinadores, algumas mudanças, comecei a procurar as respostas para as minhas perguntas e aí, vendo tudo isso, como as coisas que procurei logo depois daquela luta, as mudanças que fiz… Velho, tudo muito louco, fui procurando, pesquisando, fui no psicólogo também, fiz muitos testes de sangue, mudei de academia, então eu queria ser uma atleta nova, apagar tudo aquilo que aconteceu na vida e começar do zero. Foi surreal. Tudo começou a me colocar no caminho, as portas começaram a se abrir. Eu e Nina conversando é inexplicável. Estar dentro e ver como foi, as pessoas olham… essa montanha russa é louca. Foi muito louco viver tudo isso. Apagar tudo e dali nunca mais parar. Se tornar a melhor de todos os tempos. Coisa de louco.

 

Amanda Nunes e Holly Holm se enfrentam neste sábado, no UFC 239 — Foto: Reprodução Amanda Nunes e Holly Holm se enfrentam neste sábado, no UFC 239 — Foto: Reprodução

Amanda Nunes e Holly Holm se enfrentam neste sábado, no UFC 239 — Foto: Reprodução

 

A Leoa também explicou o motivo de ter aceitado enfrentar Holly Holm, que perdeu quatro de seus últimos seis compromissos e vem de vitória pelo peso-pena contra Megan Anderson. O último triunfo da americana no peso-galo foi em junho de 2017, quando venceu Bethe Correia.

 

– A categoria estava parada, não tinha ninguém. A Holly tem uma história. A gente passou pelas mesmas coisas. Eu era azarão, ela também, ganhei da Ronda, ela também. Temos uma história. Achei interessante porque a gente tem como falar sobre a luta. Então não vi outra. O UFC já estava falando sobre ela, não fui só eu, veio do UFC também. Já criei aquela coisa que na próxima seria a Holly. Já temos uma história, todo mundo vai ficar interessado. Vai ser uma grande luta. A Holly é uma grande atleta, perigosa. Essa parte do desafio que eu gosto. Atleta que me ofereça esse tipo de perigo para que eu possa botar minha mente em outro nível. Vou evoluindo como eu gosto, com MMA. Assim que te coloca em um patamar diferenciado. Às vezes converso comigo mesma, me pergunto como vou aparecer dessa vez. “Só depende de você agora”. É uma boa pergunta até para mim mesma: como vou estar entrando no cage? Estando bem de corpo e alma, acho que vou conseguir botar minha estratégia em prática. Para essa luta vou precisar de muita tranquilidade, ser inteligente, perigosa no momento certo, agressiva, preciso dessa tranquilidade para tudo se encaixar. Estou preparada para ser essa atleta, essa pessoa que quero ser. No cage está tudo bolado. Vai estar tudo a meu favor – concluiu.

 

Combate transmite o UFC 239 ao vivo e com exclusividade neste sábado a partir de 20h15 (horário de Brasília). O Combate.com exibe as duas primeiras lutas em vídeo ao vivo, e acompanha o evento em Tempo Real. Confira o card completo:

 

 

UFC 239
6 de julho de 2019, em Las Vegas (EUA)
CARD PRINCIPAL (23h, horário de Brasília):
Peso-meio-pesado: Jon Jones x Thiago Marreta
Peso-galo: Amanda Nunes x Holly Holm
Peso-meio-médio: Jorge Masvidal x Ben Askren
Peso-meio-pesado: Jan Blachowicz x Luke Rockhold
Peso-meio-médio: Diego Sanchez x Michael Chiesa
CARD PRELIMINAR (19h15, horário de Brasília):
Peso-pena: Gilbert Melendez x Arnold Allen
Peso-galo: Marlon Vera x Nohelin Hernandez
Peso-palha: Cláudia Gadelha x Randa Markos
Peso-galo: Alejandro Perez x Song Yadong
Peso-médio: Edmen Shahbazyan x Jack Marshman
Peso-meio-médio: Ismail Naurdiev x Chance Rencountre
Peso-galo: Julia Avila x Pannie Kianzad

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