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Nos últimos dias, a internet parou para falar sobre uma nova rede social baseada em conteúdo de áudio. Para fazer parte da febre do momento não é tão simples, já que a plataforma é restrita. Se quiser entrar, precisa receber o convite de algum usuário participante e ter um iPhone (iOS) ou um iPad (iPadOS).
O aplicativo foi lançado em 2020, mas só bombou no Brasil agora. O Clubhouse, foi desenvolvido pelo engenheiro Paul Davidson e pelo cientista de computação Rohan Seth, e está conquistando a geração Y e Z ao criar uma nova dinâmica na maneira como as pessoas interagem e influenciam umas às outras, oferendo uma proposta de comunicação simples e direta: salas de conversa por áudio. Ao vivo, sem apelo visual e sem filtro. A ferramenta é como um podcast sem cortes e com a possibilidade de participação.
O catarinense Matheus Costa, publicitário de 24 anos, entrou na plataforma há uma semana por curiosidade. “Hoje passo um bom tempo do meu dia como ouvinte assíduo nas salas que falam sobre empreendedorismo, comunicação, marketing e investimentos. Um atrativo é que você pode ouvir grandes referências em diversas áreas, como se estivesse em uma “palestra” gratuita. Algumas salas permitem que os ouvintes anônimos também façam perguntas”, conta Matheus que, até o momento, apenas participa como ouvinte.
Pablo Marçal, influenciador e autor de 13 livros ativacionais, conta com mais de 1 milhão e meio de seguidores no Instagram e de 900 mil no Youtube. Ele também entrou na rede social há uma semana.
O empresário é anfitrião de um bate-papo diário, às 21h, conhecido como “Sala Dinâmica”, que costuma ser uma das salas mais cheia de ouvintes do Brasil.
“No Clubhouse se concentram muitos profissionais e pessoas relevantes que tem como objetivo crescer e aprender com o outro. Isso faz com que todos estejam entregando tudo o que tem nessa nova rede social. Na “Sala Dinâmica” você vai encontrar cortes rápidos, zoom em qualificações de conteúdo e ações imediatas para serem executadas” conta o influenciador.
O Clubhouse na boca do povo:
De acordo com um levantamento feito pela Decode, empresa de dados e client aquisition, para entender como o público está reagido à novidade em outras plataformas digitais, as buscas de brasileiros pelo novo app superaram em 66% a procura pelo TikTok no último dia 7 de fevereiro. Enquanto isso, no exterior, os usuários já estão interessados no valor das ações do aplicativo.
Segundo a análise de posts publicados no Twitter (17.495 tweets no período entre 31/01 e 08/02), 44% dos comentários sobre o novo aplicativo foram positivos. Entre esses, 39% foram internautas procurando convite para o Clubhouse, 34% já entraram no app e estão gostando da experiência, 16% foram ofertas e divulgações de convites para o app, 9% divulgaram seu perfil no Clubhouse e 2% foram outros comentários. 29% ainda não conhecem o app.
A parcela de comentários negativos foi de 27% das menções. Desses, 33% utilizaram o aplicativo e não gostaram, 30% reclamaram que o app funciona apenas em iOS, 22% reclamaram da repercussão de mais uma rede social, 15% possuem o app mas ainda não entenderam como funciona.
Para Renato Dolci, CEO da Decode, o aplicativo se beneficia do senso de exclusividade e do crescimento do consumo de conteúdo em áudio impulsionado pelos podcasts para atingir um público qualificado. “O lançamento mirou nos early adopters, com a priorização da plataforma iOS e o sistema de indicações. Do ponto de vista de negócio, um dos resultados disso é justamente despertar o interesse de investidores”, sinaliza.
