Rui Car
08/01/2021 11h27

Cidades de SC podem ter acesso à Coronavac no fim de janeiro

Expectativa é de que o processo burocrático para a aplicação da vacina já esteja finalizado até o dia 25. Fecam espera negociar vacina russa ainda este mês

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Fecam prevê que cidades catarinenses tenham acesso às doses da Coronavac no dia 25 de janeiro (Foto: Jacqueline Lisboa/Metrópoles/ND)

Fecam prevê que cidades catarinenses tenham acesso às doses da Coronavac no dia 25 de janeiro (Foto: Jacqueline Lisboa/Metrópoles/ND)

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A chegada de 2021 traz consigo a expectativa para o início da vacinação contra a Covid-19. A boa notícia é que a angústia pela chegada da vacina pode estar próxima do fim.

 

A Fecam (Federação Catarinense de Municípios) prevê que as cidades catarinenses tenham acesso às doses da Coronavac no fim de janeiro. A informação foi repassada pela prefeita do município de São Cristóvão do Sul, Sisi Blind, que integra a Diretoria da Fecam.

 

No dia 25 de janeiro o Estado de São Paulo espera iniciar o cronograma de vacinação. Com isso, a Fecam entende que o processo burocrático para a aplicação da vacina já esteja finalizado até lá.

 

Sendo assim, a expectativa é de que as doses reservadas da Coronavac estejam disponíveis aos municípios catarinenses nesta data.

 

A Fecam oficializou no dia 10 de dezembro o interesse na compra da vacina Coronavac, desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan, de São Paulo.

 

Com a assinatura do protocolo de intenção, fica aberto o caminho para que os municípios catarinenses adquiram o imunizante. De acordo com a Fecam, a Coronavac deve ser distribuída em SC após receber aprovação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

 

Próximos passos

 

O protocolo assinado entre a entidade e o Instituto Butantan garante a reserva técnica de 500 mil doses para os municípios de Santa Catarina.

 

Segundo Sisi Blind, inicialmente, essa quantidade cobriria a imunização das equipes de saúde, seguindo o protocolo de grupos prioritários do Plano de Vacinação do Ministério da Saúde e do governo do Estado.

 

Agora, o plano da Fecam é fazer um levantamento, através das associações de municípios, do número de profissionais da área da saúde atuantes no Estado. Blind estima que sejam em torno de 130 mil profissionais.

 

“Com essa pesquisa, a ideia é colocar as cotas à disposição dos municípios. A Fecam não pode fazer a aquisição em si das vacinas, pode fazer a reserva. Nós damos o encaminhamento. Queremos que seja democrático e que todos os municípios tenham acesso para a vacinação inicial”, diz a prefeita.

 

Ela lembra que a adesão aos imunizantes é voluntária e deve partir do desejo de cada município.

 

“Continuamos na luta. A imunização é prerrogativa do governo federal e do governo estadual e continuamos cobrando, enquanto federação. Mas de qualquer forma, estamos com essa porta aberta aos municípios”, afirma.

 

Disponibilidade das doses

 

Na manhã desta quinta-feira (7), o Butantan apresentou os resultados da Coronavac à Anvisa. De acordo com os resultados obtidos nos ensaios clínicos de fase 3, o imunizante tem eficácia de 78%. Em relação aos casos graves e internações, a eficácia foi de 100%.

 

Ainda nesta quinta, o Instituto Butantan iniciou o encaminhamento à Anvisa do pedido de aprovação do uso emergencial do imunizante.

 

Para a Fecam, essa movimentação é um bom sinal. Dia 25 de janeiro será o Dia D da Vacinação em São Paulo, conforme anunciou o governo paulista.

 

A previsão é de que até lá a entidade também já tenha concluído o levantamento de quantos catarinenses serão vacinados em um primeiro momento e de quais municípios farão a adesão às vacinas.

 

Sisi destaca que algumas regiões já se organizaram via consórcio de saúde, bem como, alguns municípios se movimentaram para a aquisição dos imunizantes.

 

Vacina russa

 

Após oficializar o protocolo de intenção de compra da CoronaVac, a Fecam também se movimentou para garantir mais uma vacina contra a Covid-19 em Santa Catarina.

 

Trata-se da Sputnik V, vacina contra o coronavírus desenvolvida na Rússia. A vacina apresentou eficácia de 91,4% em sua fase final de estudos.

 

A negociação da entidade será com o governo do Paraná, que através do Tecpar (Instituto de Tecnologia do Paraná), firmou acordo com o Instituto Gamaleya, que desenvolve a vacina russa. A ideia é seguir o mesmo processo feito com relação à vacina CoronaVac.

 

Estava marcada para o dia 21 de dezembro, uma viagem da comitiva da Fecam para Curitiba (PR) para dar início às negociações. A viagem, no entanto, foi adiada por conta do avanço dos casos de Covid-19 no Paraná.

 

De acordo com Sisi, a previsão é de que a reunião seja realizada na semana que vem, mas ainda não há data definida. A comitiva irá visitar as dependências do Tecpar.

 

Cobrança coletiva

 

Sisi Blind afirma que a Fecam, por ora, não negocia a parceria com outros laboratórios. Contudo, em assembléia marcada para o próximo dia 20 de janeiro, a entidade planeja elaborar uma documentação de cobrança coletiva que será encaminhada ao governo federal e ao governo estadual.

 

“O objetivo é que os municípios e as pessoas que vivem nas nossas cidades sejam amparados para termos mais calma e menos angústia nesse momento tão difícil”, conclui a prefeita.

 

Pedidos de uso emergencial de vacina

 

Na quarta-feira (05), a Anvisa disse ainda não recebeu nenhum pedido de uso emergencial ou de registro definitivo de vacinas para Covid-19 no Brasil. A informação foi dada após nova reunião com técnicos da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) e do laboratório Astrazeneca.

 

A reunião na manhã desta terça-feira tratou de questões sobre a autorização emergencial do uso das doses da vacina contra a Covid-19, desenvolvida pela Astrazeneca em parceria com a Fiocruz. Segundo a Anvisa a troca de informações deve continuar nos próximos dias.

 

No dia 31 de dezembro de 2020, a agência reguladora autorizou a importação, em caráter excepcional, de 2 milhões de doses da vacina britânica da Oxford, produzida em parceria com a Fiocruz no Brasil.

 

As doses importadas são fabricadas pelo Serum Institute da Índia. No país asiático, o uso emergencial do imunizante já foi aprovado.

 

A Anvisa disse que precisa de mais informações para liberar o uso emergencial das doses da vacina produzidas pelo Serum Institute.

 

Quanto à Coronvac, a Anvisa informou por meio de nota divulgada nesta quinta-feira, que o Butantan apresentou informações sobre a eficácia da vacina, mas que ainda não houve a submissão oficial do pedido de uso emergencial.


POR: BRUNA STROISCH – ND+

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