Rui Car
30/10/2020 16h02

Tsunami atingiu Santa Catarina em 2019, confirma estudo

A onda foi registrada nas cidades de Balneário Rincão, Imbituba, Florianópolis e se dissipou próximo a Balneário Camboriú

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A onda foi registrada nas cidades de Balneário Rincão, Imbituba, Florianópolis e se dissipou próximo a Balneário Camboriú (Foto: Thiago Ghizoni / NSC Total, BD)

A onda foi registrada nas cidades de Balneário Rincão, Imbituba, Florianópolis e se dissipou próximo a Balneário Camboriú (Foto: Thiago Ghizoni / NSC Total, BD)

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Uma publicação na revista científica Natural Hazards confirmou que a “maré alta” que invadiu boa parte do Litoral de Santa Catarina um ano atrás, em 29 de outubro de 2019, causando alagamentos repentinos e deixando um rastro de destruição, era um tsunami. Um tipo específico do fenômeno, conhecido por meteo tsunami, e que está relacionado a questões meteorológicas.

 

A onda foi registrada pelas estações maregráficas da Epagri. A primeira cidade atingida foi Balneário Rincão. Depois, a onda passou por Imbituba, Florianópolis e se dissipou próximo a Balneário Camboriú, duas horas e meia depois do primeiro registro. Barcos e carros foram carregados pela força das águas, que chamou atenção. 

 

O estudo detalhado sobre o fenômeno foi sugerido à Epagri/Ciram por Rogério Candella, pesquisador da Marinha do Brasil no Rio de Janeiro. Em parceria com o oceanógrafo Carlos Eduardo Araújo, da Epagri/Ciram, ele descreveu como a onda formada viajou a cerca de 84 quilômetros por hora, e como o conjunto estações meteorológicas e estações maregráficas instaladas ao longo da costa ajudou a confirmar a ocorrência do fenômeno. 

 

Araújo explicou que os meteo tsunamis ocorrem com relativa frequência. São formados pelo alinhamento de uma rápida mudança na pressão atmosférica, que cause ventos significativos, com as ondas que chegam às águas mais rasas, na costa. 

 

O pesquisador usou uma analogia simples para explicar a diferença entre um tsunami causado pelo movimento de placas tectônicas, e o meteo tsunami. No primeiro caso, o movimento vem de baixo para cima. É como bater no fundo de um pote de sorvete cheio de água, exemplifica o especialista.

No segundo caso, do meteo tsunami, o movimento vem de cima para baixo. É como soprar a água que está dentro do mesmo pote de sorvete. O impacto é menos brusco do que o das placas tectônicas, que ocasionou o tsunami que atingiu o Oceano Índico, em 2004.

 

Para os especialistas, a confirmação do fenômeno em Santa Catarina mostra a importância do monitoramento. Acompanhar esses movimentos ajuda a prevenir prejuízos materiais e perda de vidas.

 

POR: DAGMARA SPAUTZ / DIÁRIO CATARINENSE – NSC

 

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