Rui Car
07/04/2020 15h35 - Atualizado em 07/04/2020 15h38

Empresários de Rio do Sul e Criciúma protestam e pedem a volta do comércio

Manifestação chegou a fechar a BR-470, na entrada da cidade, por alguns minutos

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Foto: Giacomo Miranda, Portal Expresso

Foto: Giacomo Miranda, Portal Expresso

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Empresários e lojistas de Rio do Sul se reuniram no início da tarde desta terça-feira (7) para protestar contra a restrição da atividade econômica em Santa Catarina. Os manifestantes se encontraram no Centro, em frente à prefeitura, às 13h, e com cartazes pediram pela reabertura do comércio. O ato ocorreu mesmo em meio ao pedido de autoridades da saúde para que as pessoas evitem sair às ruas.

 

Os participantes fizeram uma oração e por volta das 14h foram até a BR-470, na entrada da cidade, onde interromperam o trânsito na rodovia federal por alguns minutos. O ato foi mobilizado pelas redes sociais e, de acordo com o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Rio do Sul, Francisco José Cardoso, não foi organizado pela CDL.

 

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Mesmo assim, Cardoso diz defender a manifestação dos empresários e pede para que o governo do Estado reveja o decreto que restringe atividades econômicas em SC.

 

— Acho uma manifestação totalmente justa. Temos que fazer atos assim. O impacto é muito grande e, por isso, somos favoráveis à abertura escalonada do comércio, com todos os cuidados, com regras sanitárias — defende o presidente da CDL.

 

Abertura de algumas lojas foi a “gota d’água”

 

Ainda conforme Cardoso, o que motivou a manifestação não foi apenas a manutenção do decreto, como também a permissão para que alguns estabelecimentos abrissem, e outros não:

 

— A gota d’água foi a abertura de lojas de departamentos, tanto grandes, quanto pequenas. Não é nada contra redes, mas eles são estão abertos porque têm chocolate nas prateleiras, produtos de limpeza, materiais de construção. É uma insatisfação por parte do comércio estar aberta, e outra não.

 

Em um áudio que circula no WhatsApp, o prefeito de Rio do Sul, José Thomé (PSD), disse que apoia a manifestação e que estaria em frente à prefeitura no horário que o ato começaria. Via assessoria de imprensa, o chefe do Executivo da cidade comentou que “não é justificável que os estabelecimentos estejam fechados já que, no momento, não há casos confirmados na região”.

 

Toda a manifestação foi acompanhada pela PM de Rio do Sul. Segundo o presidente da CDL, empresários já estão se mobilizando para novos atos na cidade.

 

Comerciantes de Criciúma querem fim da quarentena

 

O movimento de alguns comerciantes pela abertura de lojas, que teve início na manhã desta terça-feira, 7, no Calçadão da Nereu Ramos, segue nesta tarde. Um grande encontro está previsto para às 16 horas, com a participação dos lojistas e colaboradores onde devem expor a situação por meio de uma conversa e cartazes. A iniciativa segundo o grupo é de chamar a atenção das autoridades.

 

Mesmo com o decreto do governo estadual que determina isolamento social, muitos deles pedem a reabertura dos estabelecimentos.

 

 

“Nós entendemos que estamos sendo prejudicados com o que está acontecendo, não tem venda, não se paga contas e muito menos funcionários. Também entendemos sobre toda essa situação de pandemia que estamos passando. Apenas não entendemos, porque os supermercados podem trabalhar e a gente não. Sem contar que outros segmentos também já foram liberados. Esta é a grande questão”, considera o comerciante Guilherme Barni.

 

A ideia do movimento tomou corpo, a partir de uma reunião na última sexta-feira. “Trata de uma manifestação de várias empresas e não somente lojas do Centro. Contamos com restaurantes, hotéis, lanchonetes, advogados e fim, toda a cadeia produtiva da região. Não queremos de forma alguma em transgredir qualquer determinação de saúde pública, pelo contrário, somos a ficar sim, de critérios de saúde assepsia, porém, entendemos que o desemprego, a fome e a miséria que aparece já horizonte, provocaram um cenário catastrófico muito maior. Se estamos em guerra, fizemos assim. Quem pode ir para guerra vá quem não pode, fica em casa”, disse um dos comerciantes que preferiu não se identificar.

 

Comitê de Crise

 

Segundo a assessoria de imprensa da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Criciúma, neste momento o Comitê de Crise formado por integrantes da CDL está reunido em busca de deliberações.

 

Informações: Santa / Portal Litoral Sul

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