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Cada um que passa pela cozinha já sabe que tem uma missão: colocar a lenha no fogão. Com o fogo aceso durante todo o dia, a casa da família Zucco, em Canoinhas, no Planalto Norte, permanece aquecida para encarar o frio que chegou, na manhã desta quinta-feira (29), a -1 °C, com sensação térmica de -5 °C.
Tradição que passa de geração em geração, o fogão a lenha é uma das táticas da família para amenizar o frio que já é comum na cidade, mas que nesta semana, superou as expectativas e fez a família adotar algumas técnicas, que incluem roupas, cobertas, café quentinho e, claro, a manutenção do fogo no fogão.
“É uma tradição, desde que nasci e continua sendo. Não tem como não ter fogão a lenha na minha casa, esquenta, tira a umidade e ainda dá outro sabor para a comida”, fala o marceneiro Adir Bartolomeu Zucco, de 58 anos.
Nas primeiras horas desta quinta-feira (29), a mesa do café da manhã, que fica estrategicamente posicionada próxima ao fogão a lenha estava pronta com o café quente que não pode faltar durante todo o dia. “O fogão está aceso 24 horas por dia, temos lenha direito, cada um que passa pela cozinha coloca lenha e o café também, a garrafa está sempre cheia. É a única maneira de se esquentar”, diz a cabelereira Terezinha da Maia Zucco, de 50 anos.
Fogão a lenha, café e mais. A cabelereira conta que o pijama é sagrado e já faz parte do visual do dia. “Eu já durmo preparada com o pijama para, de manhã, colocar a roupa por cima. Toda noite troco o pijama e no outro dia coloco a roupa por cima porque não dá, a roupa está gelada de manhã, dá uma tremedeira”, fala.
Na noite de quarta-feira (28), as cobertas da casa foram desdobradas. O casal conta que “não esquentava de jeito nenhum” e as cobertas se acumularam na cama. “Foi muito frio, usamos uns três cobertores, estava de pijama e assim mesmo não tinha como tirar a mão para fora, tinha que recolher de novo rapidinho. Foi difícil e deu vontade de ficar até meio dia na cama”, confessa o marceneiro.
O casal acordou cedo para cuidar das plantas, dos animais de estimação e sair para o trabalho e Terezinha já tinha o “look” preparado. “Costumo colocar meião, duas meias, calça, três blusas, cachecol e touca”, conta.
Na propriedade, os maracujás precisaram ser colhidos com antecedência e foram colocados em uma caixa em cima do fogão, para ficar em uma espécie de “estufa”. As árvores frutíferas foram cobertas com plásticos e mantas para evitar a geada. Já os animais de estimação são bem protegidos com roupas, cobertas e caminhas.
O trabalho, conta a cabeleireira, fica prejudicado e, em vários dias ela sequer consegue trabalhar. O motivo? Gelo. “Quase não consigo trabalhar, o produto para descolorir o cabelo congela, não chega ao ponto e eu acabo desmarcando cliente todo ano nessa época”, explica.
As táticas já estão traçadas, mas a expectativa da família é de mais. “Estamos nos preparando para o fim de semana, falaram que amanhã vai ser pior”, diz a cabeleireira.
Na cidade, geadas foram registradas na área rural, nas localidades de Marcílio Dias e Alto da Tijuca.
POR: DRIKA EVARINI ND+
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