Rui Car
30/10/2020 14h55

Ex-rival, Televisa vira “amiga” da Disney no México

Rede latina tentou impedir fusão entre com Fox; hoje, é parceira do Disney +

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Cena do filme Viva - A Vida É uma Festa (Foto: Reprodução/Disney)

Cena do filme Viva - A Vida É uma Festa (Foto: Reprodução/Disney)

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Parece enredo de dramalhão, mas Televisa e Disney viveram dias de “amigas e rivais” no México. A principal rede de televisão do país tentou atrapalhar o avanço da gigante do entretenimento, mas, atualmente, virou parceira no mais novo negócio da empresa norte-americana: o Disney +.

 

Como no Brasil, a plataforma de streaming da Disney chega ao México em 17 de novembro. No país norte-americano, entretanto, contará com o importante apoio da Televisa, que irá oferecer o Disney + na Izzy, provedora de internet e serviços on demand da rede latina.

 

“Disney + será um serviço adicional que será oferecido à base de clientes no México. Em vez de vê-lo como um concorrente, há maneiras de todos nós podermos nos beneficiar, incluindo a Disney e nós mesmos, com os novos participantes para o mercado”, afirmou Salvi Folch, CEO de TV por assinatura da Televisa.

 

A rede mexicana não revelou valores da cobrança do Disney + na Izzi, porém decidiu se aliar ao conglomerado de mídia dos Estados Unidos como fez com a Netflix, que oferece seus conteúdos também no Blim, o serviço de streaming da Televisa.

 

Televisa e Disney: “Amigas” eram “rivais”

 

O anúncio da parceria, embora a empresa latina tenha acordos com outros concorrentes, não deixa de ser uma surpresa. Menos de um ano atrás, a Televisa se preocupou com a compra da Disney pela Fox e tentou “melar” a fusão na Justiça.

 

Em dezembro de 2019, a rede mexicana obteve uma liminar contra a aquisição dos ativos da Fox pela Disney, alegando que a fusão criaria uma “concentração ilegal” no mercado audiovisual.

“Estamos muito satisfeitos que a Justiça ordenou uma revisão completa da fusão à luz dos argumentos que apresentamos há quase um ano”, comemorou a Televisa em comunicado, na época.

 

Disney e Fox detinham 70% de participação no mercado esportivo no México, deixando a Televisa como o única concorrente. O Instituto Federal de Telecomunicações (IFT), órgão mexicano semelhante à brasileira Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), chamou a liminar de “não definitiva” e afirmou que não prejudicaria a fusão.

 

No Brasil, a Disney enfrentou menos problemas. A fusão com a Fox foi aprovada em maio pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica). Embora a Disney tenha tentado vender o Fox Sports, foi impossível prosseguir com o negócio em função da pandemia de coronavírus.

 

POR: PAULO PACHECO / NA TELINHA – UOL

 

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