Rui Car
31/12/2017 08h34

Família pede ajuda ao Itamaraty para libertar catarinense preso na Venezuela

Em Balneário Camboriú, familiares não conseguem contato com o designer gráfico Jonatan Diniz, de 31 anos

Assistência Familiar Alto Vale
G1 SC

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Delta Ativa

Uma família de Santa Catarina pediu ajuda do governo brasileiro para libertar o designer gráfico Jonatan Diniz, de 31 anos, que está preso na Venezuela. Familiares tentam contato com ele há dias, mas sem sucesso. Segundo o líder chavista Diosdado Cabello, em discurso transmitido pela TV na quarta-feira (27), o rapaz faria parte de uma organização criminosa e, por essa razão, foi detido.

 

A família nega a acusação de Cabello. Na noite deste sábado (30), o Itamaraty confirmou a detenção de Diniz e disse que acompanha o caso, mas não informou como estaria uma possível negociação para a libertação dele.

 

“A gente não tem contato. A polícia nem identificou o local onde ele está sendo mantido”, diz o irmão do brasileiro, Juliano Diniz, de 34 anos, que mora em Balneário Camboriú, no Litoral catarinense. A última vez que o brasileiro e a família fizeram contato foi na terça-feira (26). Depois, ele não respondeu nem vizualizou mais as mensagens enviadas pela mãe.

 

Segundo Juliano, na madrugada de quarta (27) a família foi procurada por uma amiga de Jonatan informando que ele tinha sido preso com três venezuelanos. Ela estaria com Jonatan quando ele e trio foram abordados por policiais. Então, a família procurou o Itamaraty e a Embaixada do Brasil no país vizinho.

 

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Grupo de ajuda

 

O líder chavista Diosdado Cabello disse em discurso transmitido pela TV na noite de quarta-feira (27) que Jonatan é “diretor da ONG denominada ‘Time for Change’”. Na transmissão, Cabello ainda teria dito que a ONG “servia de fachada para promover por redes sociais supostas atividades de entrega de alimentos a pessoas em situação de rua na Venezuela para obter financiamento em moeda nacional e estrangeira, dólares”.

 

A família nega essas informações. “Tudo invenção, não tem fundamento algum. É que ele sempre se posicionou pela situação de lá”, afirma o irmão de Jonatan.

 

Juliano diz que a ONG mencionada por Cabello não existe. “Não existe ONG nenhuma, falaram dessa ONG só pra incriminar. Ele tinha um grupo de amigos, que conheceu na época que morou lá, e que se deram esse nome, o Jonatan que criou, mas não é uma ONG, não tem CNPJ, nada, é um grupo de ajuda”, afirma.

 

Jonatan vive há pelo menos um ano em Los Angeles, nos Estados Unidos, onde trabalha como prestador de serviço. Segundo a família, antes de mudar para os Estados Unidos, ele morou desde os 4 anos em Balneário Camboriú.

 

“Desde a faculdade ele gostava de viajar, já esteve antes na Venezuela quando se apaixonou por uma menina de lá. Passou um tempo lá e conheceu a realidade. Quando terminou o relacionamento, voltou para os Estados Unidos e ficou planejando isso, de voltar para ajudar as crianças”, diz o irmão. Ainda segundo ele, o irmão tentou levar brinquedos dos EUA para a Venezuela, mas foi impedido no aeroporto.

 

Em nota, o Itamaraty disse que está assessorando os familiares de Jonatan. “O Consulado do Brasil em Caracas acompanha o caso e está em contato com autoridades locais e com a família do nacional para prestar a assistência consular cabível”, informou. O G1 não conseguiu contato com a Embaixada brasileira em Caracas nem com a Embaixada da Venezuela em Brasília.

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