Rui Car
21/09/2017 21h30 - Atualizado em 21/09/2017 14h16

Disputa nacional polarizada entre Lula e Bolsonaro ainda não tem eco nas pré-candidaturas ao governo de SC

Aliás, que momento, hein?

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Upiara Boschi - Diário Catarinense

Upiara Boschi - Diário Catarinense

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A consolidação de uma polarização pré-eleitoral entre o ex-presidente Lula (PT) e o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC) nas mais recentes pesquisas mostra um quase total descolamento entre essa disputa e as articulações para a sucessão estadual. Um hora os cenários devem começar a cruzar.

 

A influência é visível a cada quatro anos. Primeiro, o projeto nacional influi na composição dos palanques locais. Depois, a força de uma candidatura presidencial tem o poder de mudar os ventos eleitorais no Estado. Ainda não aparecem as velas que possam ser impulsionadas por Lula ou Bolsonaro, especialmente o segundo, representante de um eleitor conservador e irritado com a política tradicional.

 

Na primeira eleição com coincidência de disputas, em 1994, Esperidião Amin (PPR) concorreu a presidente e desmontou com isso a aliança estadual com o PFL de Jorge Bornhausen. O apoio dos pefelistas no segundo turno levou Paulo Afonso Vieira (PMDB) à vitória. Quatro anos depois, Amin e Bornhausen montaram juntos o palanque local de Fernando Henrique (PSDB) e venceram com facilidade.

 

Em 2002, o fenômeno identificado como Onda Lula aumentou as bancadas petistas e ajudou Luiz Henrique da Silveira (PMDB) a derrotar Amin por exíguos 20 mil votos. Sem o PT, em 2006, Luiz Henrique usou o apoio ao presidenciável Geraldo Alckmin (PSDB) como isca para fisgar o PSDB de Leonel Pavan e o PFL de Raimundo Colombo para a tríplice aliança. A receita foi repetida com sucesso em 2010, com Colombo na cabeça e apoio a José Serra (PSDB). Na reeleição, Colombo tentou mudar essa lógica ao se comprometer com a então presidente Dilma Rousseff (PT). Tirou os tucanos do palanque e viu o crescimento da candidatura de Aécio Neves (PSDB) quase levar Paulo Bauer (PSDB) para um imprevisível segundo turno.

 

Por enquanto, a influência da eleição nacional é quase imperceptível na construção das candidaturas a governador. Conversas de Gelson Merisio (PSD) com Ciro Gomes (PDT), elogios de Colombo e Mauro Mariani (PMDB) a Alckmin, a defesa canina de Décio Lima (PT) a Lula. Todos aguardam a consolidação do cenário nacional, baseados no velho clichê de que pesquisas são retratos do momento. Aliás, que momento, hein?

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