Rui Car
21/07/2018 08h30 - Atualizado em 20/07/2018 15h11

Corte de verbas desacelera obras no lote 1 da BR-470

Sem previsão de recursos, as empresas reduzem o número de trabalhadores e o ritmo da obra

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O ritmo de trabalho no trecho 1 das obras de duplicação da BR-470, que vai de Navegantes a Luís Alves, desacelerou. Os sucessivos cortes de verbas levaram a uma redução nas equipes de trabalho e devem estender o prazo de entrega. O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) já admite que o trecho só será concluído no ano que vem. A obra deveria ter sido entregue no ano passado.

 

Nas últimas semanas, funcionários das empresas que integram o consórcio responsável pelo lote 1 foram dispensados e há trabalhadores em aviso prévio. As empresas não comentam sobre reduções, mas as frentes de trabalho estão visivelmente desfalcadas.

 

O entrave está na liberação de recursos por parte do governo federal. O lote 1 deveria receber R$ 70 milhões, caso o valor previsto para este ano fosse repassado _ mas, do orçamento original, só ficaram R$ 23 milhões. Ontem, o DNIT anunciou a liberação de outros R$ 16 milhões para o segundo semestre, vindos de emenda parlamentar. O valor é menor do que o previsto, porque o governo entendeu que o ritmo da obra é lento.

 

O superintendente do DNIT em Santa Catarinam Ronaldo Carioni Barbosa, diz que a desaceleração é resultado de “incerteza econômica” das empresas, que não confiaram nos repasses anunciados pelo governo, e “problemas pontuais” entre as empreiteiras, que envolve logística de trabalho. Na quarta-feira representantes das empresas foram chamados a uma reunião na sede do órgão federal, em Florianópolis, para tratar dos repasses.

 

A superintendência acredita no empenho de outros R$ 50 milhões para a BR-470 em agosto, fruto de emendas parlamentares. Mas o dinheiro ainda é incerto.

 

O problema é que, sem previsão de recursos, as empresas reduzem o número de trabalhadores e o ritmo da obra. E o governo alega que, se a produção é baixa, não há por que liberar mais.

 

Esta não é a primeira vez que o recurso para a tão esperada duplicação da BR-470 é enviado a conta-gotas. Em 2015, as empreiteiras chegaram a ficar oito meses sem receber.

 

Sem luz

Além das verbas federais, a outros problemas a serem resolvidos no trecho 1 da BR-470, que foi considerado prioritário pelo governo _ é um dos lotes de maior movimento, com a entrada e saída de caminhões-contêineres do Porto de Navegantes.

 

A mudança dos postes, por exemplo, não estava prevista no projeto original. O DNIT definiu que as empreiteiras pagarão pelo serviço da Celesc.

 

Viadutos

As obras do lote 1 da BR-470 incluem, além da duplicação, também dois viadutos, no km2 e no km 4, e duplicação do viaduto atual sobre a BR-101. Toda essa fase dos trabalhos ainda precisa ser iniciada.

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