Rui Car
17/02/2017 16h40 - Atualizado em 17/02/2017 14h08

Zico questiona se teria o mesmo brilho hoje: “A técnica vem depois da tática”

Galinho participa de homenagem promovida pelo Udinese

Assistência Familiar Alto Vale
Globo Esporte

Globo Esporte

Delta Ativa

Zico voltou à Itália nesta sexta-feira para participar do fim de semana de celebrações pelos 120 anos do Udinese. O Galinho chegou à equipe italiana em 1983 com o status de craque da seleção brasileira e ficou até 1985. Saiu de lá sem títulos, mas fez 22 gols em 40 partidas, o suficiente para virar ídolo local. Em entrevista coletiva na sede do clube, falou sobre diversos assuntos, entre eles a mudança que houve no futebol ao longo dessas três décadas.

 

– O futebol mudou, não há como negar. A técnica vem depois da tática hoje em dia. Talvez não tivesse passado nos testes se jogasse na era moderna. Características físicas são mais importantes do que a técnica hoje em dia – disse o Galinho.

 

Nos últimos ano, Zico treinou o Goa FC na Superliga da Índia. Após a campanha frustrante no ano passado, ele disse que está com o futuro indefinido. Só garantiu que não trabalhará em outro clube brasileiro que não seja o Flamengo.

 

– Estou aberto a ofertas, mas não do Brasil por conta dos meus laços com o Flamengo.
 

Para Zico, a equipe italiana permanece em seu coração, assim como Flamengo e Kashima – os outros dois times que defendeu ao longo da carreira.

 

– Voltar aqui é maravilhoso. Estou feliz e cheio de alegria. Sempre tento seguir o clube. O Udinese permanece no meu coração. A minha grande lembrança vem do dia em que fui apresentado aos torcedores na praça da cidade. Não esperava tanto carinho. Foi inesquecível.

 

Zico em entrevista coletiva Udinese (Foto: Divulgação / Udinese)Zico diz que só aceitaria treinar o Flamengo no Brasil (Foto: Divulgação / Udinese)

 

Além de se dizer fã declarado de Roberto Baggio, o Galinho mostrou muita admiração por outro jogador italiano. Para ele, o maior ídolo da história da Udinese.

 

– Conheci o Di Natale há alguns anos. Ele é o maior jogador da história da Udinese na minha visão. Merecia ganhar o Scudetto.

 

Montagem - Zico e Di Natale pela Udinese (Foto: Divulgação)Zico diz que Di Natale é o maior ídolo da história do Udinese (Foto: Divulgação)

 

Ao ser questionado se Neymar seria seu herdeiro no futebol, Zico foi só elogios ao camisa 11 do Barcelona, só quis evitar taxá-lo como seu sucessor. 

 

– Ele é um dos melhores do mundo, mas eu não gosto de usar essa palavra. Eu nunca quis ser herdeiro de ninguém. Já Pelé é um exemplo para todos, mas as comparações causaram danos a muita gente: é muita responsabilidade.

 

Por fim, o Galinho, que chegou a desenhar uma candidatura à presidência da Fifa, criticou a decisão da nova direção da entidade de aumentar o número de participantes no Mundial de 32 para 48 a partir de 2026.

 

– Infelizmente, o futebol está nas mãos de pessoas que não tem interesses nobres. Uma Copa do Mundo com 48 seleções só existirá por conta de dinheiro – completou.

Justen Celulares