Rui Car
12/06/2018 14h16

Walter comemora sequência, se diz aberto a negociações, mas avisa: “Meu intuito é ficar no Corinthians”

Substituto de Cássio, goleiro analisa suas atuações e projeta futuro no Timão

Assistência Familiar Alto Vale
Globo Esporte

Globo Esporte

Delta Ativa

Apesar da fase ruim do Corinthians, que venceu somente um dos últimos sete jogos, o goleiro Walter tem motivos para sorrir. Depois de seis meses sem atuar, ele voltou a ter uma sequência de jogos, substituindo Cássio, que está na seleção brasileira.

 

Cobiçado por outras equipes no passado, inclusive o rival São Paulo, Walter completará nesta quarta-feira o seu sétimo jogo no Brasileirão, o que inviabilizará uma transferência para outra equipe do país em 2018. O fato não preocupa o goleiro, que mesmo com a concorrência de Cássio, afirma que pretende continuar no Timão – embora se diga aberto a negociações.

 

Nesta entrevista ao GloboEsporte.com, Walter avalia seu desempenho nas últimas partidas, comenta os impactos da saída de Fábio Carille e projeta o futuro. Veja abaixo:

 

 

Walter foi titular do Corinthians nos últimos sete jogos (Foto: Daniel Augusto Jr/Ag.Corinthians)Walter foi titular do Corinthians nos últimos sete jogos (Foto: Daniel Augusto Jr/Ag.Corinthians)

Walter foi titular do Corinthians nos últimos sete jogos (Foto: Daniel Augusto Jr/Ag.Corinthians)

 

GloboEsporte.com: Como avalia este seu retorno? Vem enfrentando dificuldades pela falta de ritmo de jogo?
Walter: 
– Estou vendo de uma forma muito positiva, apesar dos resultados. Olho pelo lado individual, até pelo tempo que fiquei parado. Estava desde o ano passado sem jogar. EU me machuquei no jogo contra o Atlético-PR e fiquei seis meses com dor e aquela luta nos trabalhos. Vinha treinar ainda segurando a perna, com dor. Hoje, graças a Deus, está tudo bem. Tenho um mínimo de dor, mas é normal, até pela gravidade da cirurgia. Estou tentando fazer minha parte ali dentro e acredito que as coisas vão caminhar bem, e a gente vai voltar a vencer, que é o mais importante.

 

 

O que é mais difícil para um goleiro quando volta a jogar depois de um longo período de inatividade?
– É claro que o treino tenta chegar o mais próximo possível do jogo, mas acaba não conseguindo. Acho que (o mais difícil é) a bola mais longa, você fica posicionado um pouco mais fora do gol, isso você vai pegando só nos jogos. Aquela cobertura para ajudar os zagueiros você só vai pegando depois de dois ou três jogos e aí vai pegando confiança.

 

Você acha que falhou em algum dos gols sofridos?
– Eu estou tranquilo, até no jogo contra o Flamengo eu me cobrei por não ter jogado a bola por cima da trave. Foi uma bola com curva, que caiu quando eu fui fazer a defesa. Entrei com ela (mão) bem esticada, achando que ia pegar na palma, mas pegou um pouco embaixo. Quando levantei, já vi o cara chutando e acabei entrando no gol. Já contra o Santos foi uma bola cruzada no segundo pau por fora, não tinha como eu sair. Se eu estou na frente, não iria nem ter relado na bola. Tentei fazer a defesa, um milagre, mas não deu. Mas nos jogos também fiz grandes defesas, ajudei com aquela defesa do Rodrygo, contra o Inter também fui bem… Estou tranquilo, as críticas são normais, até por o time não estar vencendo.

 

Você já teve propostas de outros clubes no passado e entrenta a concorrência do Cássio. Seu contrato vai até o fim de 2019. O que pensa sobre o seu futuro no Corinthians?
– Eu não sei nem o que vou fazer amanhã (risos). Só tenho que trabalhar. Falei disso desde a minha primeira entrevista. O Cássio volta depois da Copa, é um grande goleiro.

 

– A gente está aberto a possíveis negociações, mas meu intuito é ficar o maior tempo que eu conseguir. Tudo que tenho é graças ao Corinthians. Se Deus quiser, vou ficar mais tempo

Há cinco anos no Corinthians, você já encarou outras reformulações. Agora, o Corinthians perdeu o Carille e outros membros da comissão. Você vê semelhanças com momentos do passado?
– Nas outras reformulações houve mudanças gerais, com a chegada de pessoas que não trabalhavam no clube. Agora, não, o Osmar está há muito tempo com a gente. É o mesmo trabalho, as mesmas ideias. Nessa parada ele vai começar a colocar o trabalho dele, e o time vai evoluir. Todo mundo tem que assumir a responsabilidade. Estamos tendo muitos jogos, outros times também estão oscilando. A gente está bem focado no que temos que fazer, confiamos muito no Osmar e temos certeza que vamos dar a volta por cima.

 

O volante Gabriel falou que o time está um pouco ansioso na tentativa de vencer pelo Loss. Concorda com ele?
– Sim. Contra o Santos, a gente estava com o jogo na mão e foi afoito para fazer o segundo gol. A gente poderia ter trabalhado mais a bola, ter tido mais paciência. Vai ser preciso trabalhar a nossa cabeça, o Osmar sabe disso. Vamos tentar vencer o Bahia e sair para essa pausa mais tranquilos.

 

 

Religioso, Walter está há cinco anos no Corinthians (Foto: Daniel Augusto Jr/Ag Corinthians)Religioso, Walter está há cinco anos no Corinthians (Foto: Daniel Augusto Jr/Ag Corinthians)

Religioso, Walter está há cinco anos no Corinthians (Foto: Daniel Augusto Jr/Ag Corinthians)

 

Aos 30 anos, você assume um papel de liderança e tenta orientar a equipe nesses momentos?
– Eu não gosto de falar muito com todos ao mesmo tempo, vou conversando pessoa a pessoa. Depois dos jogos falo, nos treinos também converso. Gosto de fazer as coisas sem precisar mostrar nada para ninguém, sempre fui assim. O mais complicado são os caras de fora, não quem está jogando, é para eles que tento dar mais força.

 

Suas lesões aconteceram em momentos em que você se afirmava na equipe ou teria oportunidades importantes. Como lidou com esses problemas?
– Em 2016 tive uma lesão, mas fiquei só uma semana parado. Aí passou, estava jogando e me machuquei de novo. Voltou o Cássio… Depois eu retornei e me machuquei na pré-temporada, tive um problema na costela durante um treino. Contra o Atlético-PR, quando eu chutei a bola e senti, logo pensei: poxa, de novo?! Na hora que você chora e fica triste passa tudo o que você tem que fazer: cirurgia, fisioterapia, ter dor. A tristeza maior é saber o que vem pela frente. A família me ajudou muito, acabei indo mais para minha cidade (Jaú-SP), foram eles que me deram suporte. A cabeça demorou para voltar ao normal, até nesses primeiros jogos que fiz fiquei um pouco tenso. Graças a Deus as coisas começaram a fluir, espero seguir mais tempo sem problemas.

 

Você tem falado com o Cássio?
– A gente se falou pouco, até porque tem a diferença de fuso. Ele manda mensagem depois de jogos parabenizando, mas precisamos ganhar (risos). Ele é uma pessoa do bem, ajuda a gente aqui dentro, vamos esperar a volta dele e comemorar o hexa, se Deus quiser.

 

Pediu alguma recordação da Rússia?
– (Risos) Ele me deu uma camisa da outra vez que foi para a seleção, em 2015 ou 2016 se não me engano. Guardo com muito carinho.

Justen Celulares