Vaiado pela torcida, Odair aceita cobranças e valoriza entrega do grupo do Inter por vitória

Quase uma hora após o término da partida, o treinador apareceu na sala de entrevistas para conversar com os jornalistas. Tratou de elogiar o time de Pingo e o técnico adversário pela postura apresentada e os problemas que o Caxias criou ao Inter ao longo dos 90 minutos. Entretanto, enalteceu a entrega para construir o resultado positivo:

– Foi importante a vitória. Tivemos dificuldades. Tenho que exaltar o Pingo. Eles tentaram jogar, nos enfrentaram com a bola no chão. Fizemos o primeiro gol, mas depois o Caxias escapou. Os atacantes tiveram vitórias aos movimentos que faziam e gerou uma igualdade no jogo. Perdemos o Edenílson e, com um time que já está bem, você ainda tem mais dificuldades. Buscamos estabilizar para depois voltar ao jogo – afirmou, para depois completar. – Hoje tivemos dificuldade no segundo tempo, mas não desistimos e acreditamos até o final. Temos que exaltar este espírito.

Apesar de sair com a vitória, Odair viu seu trabalho contestado. Quando optou em colocar Patrick na vaga de Nonato, no segundo tempo, acabou vaiado e cobrado pelas arquibancadas do Beira-Rio. Pois justamente Patrick marcou o gol da vitória, aos 43 minutos da etapa final, ao completar a cobrança de falta de Rafael Sobis.

– O torcedor é soberano em suas decisões. Eu respeito demais as opiniões e, principalmente o torcedor. Penso, que entre vaiar o jogador e vaiar o treinador, vaie a mim, me chame de burro, mas dê moral para o jogador. O jogador não pode entrar em uma partida sendo vaiado. Ainda mais um jogador que já nos ajudou tanto, que foi tão bem o ano passado, que está retomando. Ele retomou e fez o gol – declarou o treinador.

Na sequência da entrevista, Odair explicou o que pretendia com a alteração. O técnico justificou que Nonato estava desgastado e precisava fortalecer o meio-campo, fragilizado após a expulsão de Edenílson, para então pensar em uma troca mais arrojada em busca da vitória.

– Burro não foi a primeira, não foi a segunda e não vai ser a última. Mas eu gostaria de explicar a substituição. O Nonato já estava sentindo cãibra. Não tirei o Nonato porque ele estava mal no jogo. Pelo contrário, o Nonato estava bem no jogo. Mas ficamos com um volante, três atacantes e mais o Nonato com cãibra. O que você faz? Coloca mais um atacante? Parece que você vai ficar com mais força ofensiva, mas pelo contrário, você já não tem força ofensiva. Precisa fazer a leitura do jogo e entender. O momento era de estabilizar, colocar um jogador de força, e aí fazer a terceira substituição, no caso Sobis, para fazer esta transição, começar a puxar o contra-ataque, ter a posse de bola para gerar uma falta ou situação de perigo. Foi o que aconteceu. Deu certo o que pensamos. Em alguns não darão, mas segue a convicção. Respeito sempre a manifestação do torcedor sem ter agressão. Mas vaiar, chamar de burro, você entende e segue em frente.