Rui Car
11/12/2019 12h30 - Atualizado em 11/12/2019 08h54

Tecnologia e “cheiro de grama”: como a ciência ajudou no modelo de jogo do Vasco em 2019

Daniel Gonçalves explica mudanças na estrutura cruz-maltina

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Vanderlei Luxemburgo nem havia assumido ainda o Vasco quando foi a São Paulo ver o time perder para o Santos por 3 a 0. Após o jogo, reuniu a comissão técnica durante quatro horas para explicar seu método de trabalho. Começava ali a reação cruz-maltina, que saiu da lanterna do Campeonato Brasileiro para terminar o torneio classificado para a Copa Sul-Americana.

 

– Ele passou essa situação: “Quero profissionais com cheiro de grama”. Não adianta ter o processo lá fora se aquilo não for implementável no treino. Tudo gira em função do campo, e não o inverso. É preciso levar o laboratório para o campo de jogo – contou o gerente científico do Vasco, Daniel Gonçalves.

 

 

Marcos Teixeira, diretor médico do Vasco, e Daniel Gonçalves, gerente científico  — Foto: Carlos Gregório Jr./VascoMarcos Teixeira, diretor médico do Vasco, e Daniel Gonçalves, gerente científico  — Foto: Carlos Gregório Jr./Vasco

Marcos Teixeira, diretor médico do Vasco, e Daniel Gonçalves, gerente científico — Foto: Carlos Gregório Jr./Vasco

 

Daniel chegou ao Vasco no início do ano com uma missão bem definida: ajudar o clube a reduzir o número de lesões no futebol. O objetivo foi concluído em conjunto com o departamento médico, liderado pelo doutor Marcos Teixeira.

 

Com a chegada de Luxemburgo, porém, surgiu outro desafio. O técnico rapidamente percebeu que precisava de um time de muita intensidade, que marcasse forte e jogasse em velocidade. Para conseguir isso, era necessário atingir níveis técnicos, táticos, mas também físicos.

 

– A gente conseguiu se moldar. Criamos um modelo que pensasse numa situação em conjunto, liderada pelo Luxemburgo, pelo Mello (Antônio, preparador físico) e pelo Marcos (Teixeira). O Vanderlei entendeu o que estava se passando no Vasco: uma torcida desconfiada, com baixa autoestima.

 

O torcedor influencia no modelo de jogo, pelas exigências que faz. Isso influencia diretamente no estado anímico dos atletas, na postura. Eles vão ter que encontrar outras ferramentas para resolver aquele problema. O Vanderlei criou um modelo que fosse muito agressivo na marcação alta para retomar a bola e agredir o adversário. Isso exigia desenvolvimento e solicitação física mais elevada. Na intertemporada esse aspecto foi feito – completou Daniel.

 

 

Vasco terminou o Brasileirão em 12º lugar — Foto: André Durão/GloboEsporte.comVasco terminou o Brasileirão em 12º lugar — Foto: André Durão/GloboEsporte.com

Vasco terminou o Brasileirão em 12º lugar — Foto: André Durão/GloboEsporte.com

 

A tecnologia

Para alcançar os objetivos, o Vasco fez investimentos para sua área de fisiologia. O principal foi um novo GPS que permitia à comissão técnica monitorar as informações físicas dos jogadores em tempo real. Os processos também foram reformulados.

 

– O trabalho se baseia no monitoramento da carga e nas avaliações individualizadas. Nós fazemos reuniões pré e pós-treino, dividindo as informações com todos os profissionais.

 

Daniel, porém, acredita que o Vasco precisará investir ainda mais em estrutura. A mudança para o novo centro de treinamento em 2020 é vista como um passo importante para o clube também neste aspecto.

 

– A gente quer um nível de competitividade maior. Para isso, tem que elevar ainda mais o processo. Sabemos que vamos ter uma estrutura física melhor que a desse ano. Uma coisa é conforto, outra é funcionalidade. Ano que vem vamos dar um salto de qualidade, porque é planejado, faz parte do CT.

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