Rui Car
24/03/2018 08h53 - Atualizado em 24/03/2018 09h54

Presidente do Sport avalia que clube fez mau negócio por André e destrincha contas

Arnaldo Barros criticou forma como atacante forçou saída do Leão para o Grêmio

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Em entrevista coletiva nesta sexta-feira, o presidente do Sport, Arnaldo Barros, falou sobre vários assuntos que regem o clube. Dentre eles, a situação financeira e as pendências que o Leão tem com seus atletas. Passando por um momento difícil após a eliminação na semifinal do Campeonato Pernambucano, diante do Central – o time já tinha caído na segunda fase da Copa do Brasil diante do Ferroviário-CE -, o mandatário disse também que o Rubro-negro não fez um bom negócio na venda do atacante André, por cerca de R$ 10,1 milhões ao Grêmio. Abaixo, os principais pontos abordados:

 

Mau negócio por André

 

Após imbróglio, André acertou até 2021 com o Grêmio (Foto: Divulgação, Grêmio FBPA)Após imbróglio, André acertou até 2021 com o Grêmio (Foto: Divulgação, Grêmio FBPA)

Após imbróglio, André acertou até 2021 com o Grêmio (Foto: Divulgação, Grêmio FBPA)

 

Fizemos o maior investimento da história do clube, apostamos e seguramos. E depois ele – porque é talentoso e sabe jogar futebol, porque estava comprometido e se esforçou – se destacou. Em menos de um ano de contrato, disse que não quer ficar. “Ah, por que fazer contratos tão longos? Isso é um erro”. Eu tenho de ter condições de negociá-lo da melhor forma. Não esperávamos uma postura da maneira que ele teve. Diego Souza, por exemplo, teve essa compreensão. Quando o Palmeiras veio, eu disse e repeti: se ele disser que não quer mais ficar, eu abro negociação. Mas tem de ser algo que interesse ao Sport. Vendemos André pelo dobro do capital que a gente investiu. E não acho que foi o melhor negócio. Ele vale muito mais do que isso. Mas a postura dele nos levou a fazer esse negócio, o que foi ruim. A postura dele, diga-se, depois da demonstração de interesse do Grêmio.

 

Crise financeira

É difícil responder. Porque avaliar alguma coisa assim não é fácil. O Sport enfrenta dificuldades financeiras como qualquer outro clube do Brasil. Você conta em uma mão os clubes que não passam por dificuldades e é por causa do momento econômico do país. No ano passado, ainda se teve algum fôlego por causa das negociações com as empresas de televisão, que permitiram que os clubes tivessem um caixa relativamente saudável. Eu pergunto qual o clube do Brasil tirando Atlético-PR, Palmeiras, Flamengo, que têm investidores diferenciados por trás, que não enfrenta dificuldades. Crise é muito pesado. Mas dificuldades, todos têm.

 

Salários atrasados

Não. O Sport não tem nenhum. Tínhamos dos atletas até a semana passada e pagamos (o relativo à carteira de trabalho). Tínhamos uma folha atrasada. Não houve em momento algum os atrasos para os empregados. Agora se você me pergunta outros tipos de remuneração como (direitos de) imagem, que sequer são contratadas pelos atletas, são (responsáveis) pelas empresas que detém os direitos, inclusive tem empresa explorando a imagem de mais de um atleta. E imagens, nós temos, dois meses. O 13º dos atletas está atrasado e fizemos uma proposta para pagamento. Já dos funcionários, nada. Acho absurdo o Sport não pagar a imagem. Todo mundo acha. Ou acham que eu peguei o dinheiro e guardei para fazer maldade com os atletas? O Fluminense deveu cinco meses, Scarpa quis sair do clube, forçou a saída. O Cruzeiro também deveu cinco meses de imagem. Isso está no dia a dia de todos.

 

Se arrepende de algo?

Certa vez, na minha última entrevista, abordei o fato do Sport ter vencido todas as competições de futebol em Pernambuco, em todas as categorias, inclusive no feminino, e nesse contexto eu disse que “Pernambuco é pequeno para o Sport”. E aquilo foi interpretado como se eu desprezasse os coirmãos. Não é essa a minha intenção, muito pelo contrário. Seria importante perguntar aos dirigentes de Náutico e Santa Cruz se o Sport lutou para eles terem melhores recursos e terem recebimentos de alguns valores. Eles que vão dizer.

 

Valores a receber

Diego e André foram vendidos parceladamente. André tem uma pequena parcela a ser vencida em 31 de janeiro de 2019. Se não fosse parcelada, não ia ter. Nenhum clube tem dinheiro (para pagar à vista). André foi em cinco ou seis parcelas e Diego Souza igualmente. Houve um pequeno sinal nas duas transações e o restante foi parcelado sim.

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