Rui Car
10/10/2018 10h20 - Atualizado em 10/10/2018 08h29

Números oscilam, renovação de Diego gera debate interno e futuro no Fla vira ponto de interrogação

Profissionalismo é ponto a favor, mas custo-benefício pesa

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É mais do que expressão de rede social. De fato é preciso falar sobre o Diego. Do desembarque nos braços da Nação no dia 20 de julho de 2016 a outras chegadas, jogos e partidas nem tão carinhosas, o jogador tem no seu futuro no Flamengo um ponto de interrogação.

 

Correntes internas de situação e oposição têm Diego em pauta e, apesar de ainda ser precoce, uma possível renovação com o jogador que completa 34 anos em fevereiro não tem animado ambos os lados. A idade e o custo-benefício – Diego tem um dos maiores salários do elenco – pesam. Mas toda e qualquer decisão importante da vida do clube esse ano passa pelas eleições que serão realizadas em dezembro.

 

Com vínculo até 31 de julho de 2019, a partir de janeiro Diego pode assinar pré-contrato com um novo clube. Hoje parece ser esse o destino mais provável do jogador, apesar de o pai e representante Djair Ribas manifestar o interesse do camisa 10 em seguir na Gávea.

 

– Por enquanto, não houve procura do Flamengo, até porque o contrato vai até julho do ano que vem. Os campeonatos estão em curso, tem eleição. Creio que vamos sentar para decidir isso mais no fim do ano ou no início do ano que vem.

 

– Mas com certeza o Diego tem todo interesse em continuar no Flamengo, no tempo que o clube achar interessante e for interessante para ele também. No momento oportuno vamos ver a melhor situação para os dois. Por enquanto, não teve procura ou contato de outros clubes – garantiu Djair Ribas.

Flamengo perde Paquetá

É importante destacar: o Flamengo acertou a negociação de Lucas Paquetá com o Milan, a ser consumada em 2019. A saída do principal jogador do meio-campo rubro-negro pode fazer o clube redobrar esforços para manter Diego? A conferir.

Profissionalismo e falta de títulos

 

Diego alternou bons e maus momentos, mas nunca deixou profissionalismo de lado — Foto: Gilvan Souza/FlamengoDiego alternou bons e maus momentos, mas nunca deixou profissionalismo de lado — Foto: Gilvan Souza/Flamengo

Diego alternou bons e maus momentos, mas nunca deixou profissionalismo de lado — Foto: Gilvan Souza/Flamengo

 

Análises internas mostram um Diego profissional ao extremo, um dos que mais trabalham. Em alguns jogos com Mauricio Barbieri, na ânsia de ajudar chegou a mudar, por conta própria, sua função em campo durante alguns jogos. A influência sobre os mais jovens também é bem vista. O camisa 10 é um dos jogadores que mais orienta Lucas Paquetá, por exemplo.

 

Porém, um questionamento de parte da torcida tem ecos dentro da Gávea: o profissionalismo de Diego é ponto a favor, mas há quem entenda que o camisa 10 não tem o perfil de líder, o tal DNA rubro-negro. Há dois anos no Rio de Janeiro, o único título é o campeonato estadual de 2017, quando não atuou justamente nos jogos finais por estar lesionado.

 

– A última coisa que temos que sentir é agonia (pela falta de títulos). A cobrança e exigência por um título existe e deve existir.

– Temos uma excelente equipe, um clube gigantesco, e não pode ser diferente. Temos que encontrar o caminho certo, que é treinar forte, exigir de cada jogador e ter uma mentalidade vencedora de não se acomodar com pequenas conquistas – disse Diego, logo após a eliminação na Libertadores desse ano.

 

Poder de reação e números aquém

 

Diego espera posicionamento do Flamengo; contrato termina no meio de 2019 — Foto: Alexandre Loureiro/BP FilmesDiego espera posicionamento do Flamengo; contrato termina no meio de 2019 — Foto: Alexandre Loureiro/BP Filmes

Diego espera posicionamento do Flamengo; contrato termina no meio de 2019 — Foto: Alexandre Loureiro/BP Filmes

 

A dez meses do fim do contrato, seria precoce falar em decisão definitiva. Diego ainda não foi procurado, mas já provou poder de reação em momentos difíceis. No início do Brasileiro foi o mais cobrado pela torcida pela eliminação no Carioca e foi abordado no aeroporto. No dia seguinte marcou contra o Ceará no Castelão, comemorou nos braços da torcida e ganhou forças para liderar o time no Brasileiro até a parada da Copa.

 

Os números, no entanto, jogam contra na atual temporada. O ano de 2018 tem sido o mais irregular. Houve bons jogos, especialmente quando o Flamengo liderou o Brasileiro, mas atuações destacadas foram raras. Ele ainda é um jogador importante, mas as estatísticas pioraram. Foram nove gols em 39 jogos, média (0,23) inferior às temporadas anteriores, quando marcou um gol a cada três jogos (0,33).

 

Quando chegou, em 2016, Diego precisava de 273 minutos para marcar um gol. Número semelhante ao de 2017 (286 minutos). Nesse ano, ele precisa quase do dobro de tempo para marcar (490 minutos). Por outro lado, manteve boa média de assistências. Tem seis no ano, contra sete na temporada passada inteira.

 

Com lesão na coxa direita, Diego desfalcou o Flamengo contra Bahia e Corinthians. A presença no clássico contra o Fluminense, sábado, é incerta.

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