O porte físico esguio e o fato de mostrar talento no meio-campo renderam a Vitória, então com 12 anos, um apelido inusitado: Yaya, em referência a um dos consagrados irmãos Touré, que brilhou por grandes times da Europa e na seleção de Costa do Marfim. A menina nem precisou de muitos anos entre as profissionais para chamar a atenção de Pia Sundhage, técnica da seleção brasileira feminina.
Hoje com 17 anos, Yaya defende o São Paulo e foi uma das novidades na lista para o torneio amistoso em São Paulo, entre 29 de agosto e 1º de setembro. Os jogos contra Argentina e Chile ou Costa Rica marcarão o início da trajetória da técnica sueca no cargo.
Apesar da proposta de não fazer mudanças radicais na primeira convocação e dar uma segunda chance a muitas jogadoras que defenderam o Brasil na Copa do Mundo, Pia Sundhage transformou a oportunidade dada a Yaya como um símbolo.
— Jogadoras jovens vão pensar: “Se ela pode, eu também posso”. As mais experientes também verão que há jovens para vir. Vai haver competição — disse Pia.
Yaya surgiu para o futebol no Centro Olímpico, em São Paulo. Foi lá que Vitória Ferreira recebeu o apelido que carrega até hoje. Em 2018, chegou ao tricolor paulista. Nesse mesmo ano, disputou o Mundial sub-17 com o Brasil, que acabou eliminado na primeira fase.
O desempenho na Série A2 do Brasileirão feminino tem chamado a atenção. Pia Sundhage viu in loco a atuação de Yaya na goleada sobre o Cruzeiro, domingo, no jogo de ida da final. A meio-campista fez um golaço e convenceu a treinadora de que merecia uma chance ao lado de Marta, a quem já tietou na Granja Comary, e outras jogadoras consagradas, como Formiga.
Pia Sundhage avisou que fará mudanças gradativas na seleção e pediu paciência. A proposta, inclusive, é ter uma real integração com as equipes de base. Quando der, até
Ontem, a CBF anunciou que a ex-lateral Simone Jatobá treinará a sub-17. A sub-20 fica com Jonas Urias. A entidade ainda disse que criará um torneio sub-16, com data ainda indefinida. Quem sabe mais “Yayas” apareçam.