Rui Car
02/09/2019 17h00 - Atualizado em 02/09/2019 14h02

Neymar de 10? Tite cogita nova posição para o atacante na Seleção

Jogador pode ganhar novas atribuições em amistosos contra Colômbia e Peru

Assistência Familiar Alto Vale
Globo Esporte

Globo Esporte

Delta Ativa

Os hiatos entre jogos da seleção brasileira acumulam ideias na cabeça da comissão técnica. Uma delas para os amistosos contra Colômbia e Peru, nos próximos dias, é escalar Neymar numa posição mais central, com funções de um camisa 10.

 

Nas últimas 11 partidas do Brasil, Neymar participou de apenas 27 minutos. As lesões estabeleceram uma rotina sem o protagonista, aliviada pela conquista da Copa América. Tite não pretende levá-la adiante, reiterou por diversas vezes, mas o momento se apresenta adequado para novas experiências.

 

 

Neymar deve ser titular da Seleção nos dois amistosos — Foto: Pedro Martins / MoWA PressNeymar deve ser titular da Seleção nos dois amistosos — Foto: Pedro Martins / MoWA Press

Neymar deve ser titular da Seleção nos dois amistosos — Foto: Pedro Martins / MoWA Press

 

Só os treinos da semana e uma análise mais profunda sobre seu próprio grupo de atletas e também os adversários levarão Tite à decisão final de deslocar seu melhor jogador. Durante seus três anos de trabalho, o treinador entendeu ser maior o poder de desequilíbrio de Neymar pelo lado esquerdo, na região que lhe proporcionou os melhores momentos no Santos, Barcelona e na própria Seleção.

 

Por que, então, a intenção de mudar sua posição? Alguns fatores contribuem:

 

Everton

Depois da entrevista coletiva posterior ao título da Copa América, Tite encerrou a resenha com os jornalistas com uma brincadeira em resposta ao questionamento sobre acomodar Neymar e Everton na equipe:

 

– São eles e mais nove – disse, rindo.

 

Não é bem assim, mas as atuações do Cebolinha na vitoriosa campanha da Seleção levaram a comissão técnica a debater maneiras de torná-lo um titular mais frequente. O atacante só não está convocado agora pelo conflito de datas com a semifinal da Copa do Brasil, mas certamente voltará assim que o calendário permitir.

 

Everton ganhou muitos pontos na campanha vitoriosa da Copa América — Foto: Marcos RibolliEverton ganhou muitos pontos na campanha vitoriosa da Copa América — Foto: Marcos Ribolli

Everton ganhou muitos pontos na campanha vitoriosa da Copa América — Foto: Marcos Ribolli

 

A procura por um “10”

A migração do 4-1-4-1 para o 4-2-3-1, muito por conta do melhor ajuste entre os volantes Casemiro e Arthur, tornou mais necessária a presença de um jogador com valências de camisa 10, um meia que parta do centro para buscar espaços e se aproximar dos três homens mais ofensivos – dois abertos e o centroavante.

 

Na Copa América, Philippe Coutinho foi esse jogador. Não convenceu, embora tenha apresentado bons momentos, especialmente diante de rivais mais frágeis. Sua melhor versão na Seleção de Tite continua sendo a do meio-campista que partia do lado para o centro, buscando espaços e companheiros para triangular.

 

Coutinho, inclusive, pode até se transformar no homem da esquerda, enquanto a Seleção estiver em Everton. Ambos têm características distintas. Coutinho de flutuação, Everton de agudez, velocidade. Podem ocupar a mesma posição com funções diferentes.

 

PSG

A faixa central não seria total novidade para Neymar. O alemão Thomas Tüchel atribuiu ao brasileiro a atribuição de ditar o ritmo ofensivo do clube francês, com Cavani e Mbappé mais adiantados. Antes de ser parado pelas lesões, Neymar apresentava rendimento muito bom.

 

A menos de 24 horas do fechamento da janela, é cada vez mais provável sua permanência no PSG. O litígio com torcedores e dirigentes há de ser resolvido, não é razoável imaginar um jogador com sua capacidade fora de ação. Em suas entrevistas recentes, Tüchel citou tentativas frustradas de encontrar em Di María e Draxler seu 10. O lugar parece destinado a Neymar.

Justen Celulares