Rui Car
07/11/2019 13h25 - Atualizado em 07/11/2019 09h53

Ex-zagueiro lembra entrada de Pelé que o afastou do futebol por cinco anos

Hoje, o ex-zagueiro é professor de educação física da UFMG

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Zagueiro de destaque do futebol Brasileiro nos anos 1960 e 1970 e ídolo do Cruzeiro, Procópio Cardoso ficou afastado do gramado por 5 anos após receber uma entrada de Pelé em 1968 e romper os ligamentos do joelho esquerdo. Em seu retorno pela Raposa, em 1973, Procóprio tinha a missão de marcar o atacante Roberto Dinamite, que vivia grande fase no Vasco, e acabou tendo uma atuação de destaque naquele dia. Nesta quarta, Procópio relatou no Twitter o passo a passo de sua árdua recuperação.

 

Para ser reintegrado ao elenco do Cruzeiro após quase encerrar a carreira, Procópio teve que passar por um teste no clube. Depois, precisou superar a desconfiança do técnico Hilton Chaves, que não o relacionava para as partidas, até que um dia foi surpreendido pela própria mulher, Mariam, assim que chegou em casa. Ela disse que ele viajaria com o restante do elenco para encarar o Vasco, em uma partida do Campeonato Brasileiro.

 
 

Quando Pelé quebrou minha perna eu fiquei 5 anos, 1 mês e 13 dias afastado. Lembrando que 3 destes 5 anos eu fiquei na cama do hospital com risco de ficar aleijado. A cirurgia foi na Santa Casa de BH. A recuperação foi no Arapiara. Tudo pelo INSS.

“Liguei para o clube e, para minha surpresa, de fato a ordem era para me dirigir ao aeroporto. Estranhei porque na Toca ninguém tinha me dito nada. O jogo seria dois dias depois contra o Vasco da Gama, no Rio.”

Carioca me disse: “Procópio, estão armando uma cilada para você. Você será escalado amanhã como titular para marcar o Roberto Dinamite. Se prepare.” 

Estávamos em 1973, Roberto estava no auge de sua carreira. Mas eu estava tranquilo, me sentia preparado. Nunca temi nada nem ninguém, principalmente quando eu vestia a camisa do Cruzeiro

Me lembro como se fosse hoje quando o árbitro apitou o início do jogo. Ouvi um berro: “PROCÓPIO, EU ESTOU AQUI”. Olhei para o lado era o Perfumo. 

Aquilo me encheu de confiança. Na primeira bola que peguei apliquei uma caneta no Dinamite. Ganhei todos os prêmios de melhor em campo naquela noite. Foi assim que voltei ao futebol 5 anos, 1 mês e 13 dias após minha contusão em 1968.

 

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Procópio acabou levando a melhor no duelo com Dinamite, e permaneceria no Cruzeiro até 1974, quando decidiu deixar os gramados. Nessa segunda passagem pela Raposa, Procópio, foi duas vezes vice-campeão brasileiro e ganhou um Campeonato Mineiro. Hoje, o ex-zagueiro é professor de educação física da UFMG.

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