Rui Car
21/02/2017 15h40 - Atualizado em 21/02/2017 13h52

Ex-jogador uruguaio explica como perder US$ 14 milhões: ‘Cavalos lentos, mulheres rápidas’

O melhor momento da carreira de Fabián O'Neill foi pelo Cagliari

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Durante os 11 anos (1992 a 2003) de sua carreira como jogador profissional, Fabián O’Neill teve bons momentos no futebol, principalmente na Itália, pelo Cagliari. O bom desempenho lhe rendeu uma ida à Juventus, mas com poucas oportunidades. A transferência à equipe de Turim, por outro lado, ajudou o meio-campista a ter um “pé de meia” considevável quando de sua aposentadoria: cerca de US$ 14 milhões.

 

Em entrevista ao diário El País, O’Neill admitiu ter gastado quase todo o dinheiro que ganhou em salários. Pai de três filhos com três mulheres diferentes, ele vive de favor na casa da sogra, revelou que não gosta de trabalhar e que de vez em quando consegue alguns trocados em um hortifruti.

 

“Tive US$ 14 milhões e os perdi. Mas não me incomoda ser pobre. Não me custa. Eu tendo (dinheiro) para beber e que meus filhos estejam bem, está bom. Que meus filhos estejam sadios é ter uma fortuna para mim. Depois, comer, se come arroz com ovo da mesma forma”, afirmou o ex-atleta de 43 anos.

 

Questionado sobre como perdeu o dinheiro, O’Neill foi direto: “Cavalos lentos, mulheres rápidas e aposta, foi isso o que fez com que fique sem nada. Sempre apostava. Eu tive 20 cavalos em Maroñas (conhecido haras). Quando era jogador apostava mais, porque tinha mais dinheiro. Agora não posso, porque não tenho nada”.

 

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Fabian O'Neill com a camisa da seleção uruguaia em 2002: esteve em Copa do Mundo
O’Neill pela seleção uruguaia em 2002
 

“Trabalhar, não gosto muito. Gostaria de descobrir jogadores. Esse trabalho eu gostaria, mas isso apenas. Nada de estar de terno e gravata. Gosto de andar assim, de alpargatas. Quando era o capitão do Cagliari, às vezes tinha que colocar um traje por obrigação. Gostava de ser o capitão, sabia ser capitão, tenho responsabilidades, o que sou é desleixado para mim. A vida me fez assim. Sou assim. Rebelde e orgulhoso”, disse.

 

O desejo de beber já lhe causou um sério problema em 2016, quando precisou ser operado para retirar sua vesícula. O médico afirmou que ele deveria ficar três anos sem tomar bebidas alcoólicas. Aguentou apenas um mês.

 

“É melhor estar assim do que ter dinheiro”, garantiu. “Eu tive muito dinheiro e tive milhões de amigos. Hoje tenho só 10 ou 12, boêmios como eu, mas são os que me ajudam”.

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