Das principais figuras da nona conquista brasileira na Copa América, o lateral-direito Daniel Alves foi um dos convidados de Galvão Bueno para o “Bem, Amigos” desta segunda-feira. E, em uma de suas primeiras declarações, destacou o que firmou com o elenco para vencer a desconfiança da torcida local.
– E essa competição começou um pouco conturbada, porque vinha a desconfiança do último resultado, que acabou indo de menos a mais. Numa competição de tiro de curto, você sabe que vai passar por momentos bons e momentos não tão bons, mas a gente tem uma frase que nos marcou como grupo nessa competição. Eles colocavam frases ali, e eu fortifiquei a frase do “mentalmente forte” – afirmou o capitão da Seleção, emendando:
– Para jogar no Brasil, você tem que ser mentalmente forte porque vai ser muito exigido. A seleção brasileira sempre foi muito exigida, mas sempre deu resultado quando foi questionada. Uma vez mais isso aconteceu. Para a nossa felicidade, nós éramos os representantes.
Daniel Alves também aproveitou para brincar. O comentarista Marco Antônio Rodrigues, o Bodão, após uma série de elogios ao lateral, pediu a Tite para deixar o “velhinho” na Seleção até a Copa de 2022. Dani concordou.
– Já era fã. Jogador fantástico e de personalidade que faltava à Seleção. Na Seleção, ninguém assume esse papel de líder há muito tempo. Vamos segurar o velhinho até a próxima Copa de qualquer jeito, precisamos que entre em campo para dar essa moral – disse Bodão.
– Presta atenção na voz da experiência: “vamos deixar o velhinho aí (risos) – insistiu Daniel Alves.
Daniel Alves filhos Brasil Peru — Foto: Ricardo Moraes/Reuters
No lado individual, Daniel afirmou que a conquista chega num momento oportuno, já que considera o ano de 2018 como um dos mais difíceis da carreira. Lesionado, ele foi desfalque do Brasil na Copa do Mundo da Rússia.
– Para mim, é um momento muito especial por ter superado um ano muito difícil na minha vida. Voltar à Seleção era o maior desafio de toda a minha carreira. Poder ser campeão com a seleção brasileira era um prêmio a tudo que se havia construído e foi deixado um pouco de lado exteriormente pela falta de resultados na Copa.
– Mas eu sabia e confiava muito, muito no que estava se fazendo. Porque estava se fazendo com, inteligência, corpo e alma. E o prêmio veio porque batalhamos muito isso. Momento que temos de desfrutar muito. Foi muito suado. Todos os jogadores que representaram a Seleção são dignos dessa conquista.
Daniel Alves também falou do apelido “Good Crazy”, como o próprio se autointitulou nas redes sociais. Perguntado a Galvão Bueno se tinha a ver como o “Maluco Beleza” de Raul Seixas, o lateral concordou.
– Às vezes eu tinha uma forma de me comportar fora do que sou profissionalmente que as pessoas não entendiam. As pessoas achavam que eu estava louco. Às vezes brinco com a minha esposa, coloco uns cabelos que ela usa e fico a imitando. Mas algumas pessoas não entendem, acho que eu queria aparecer. Se soubessem que faço isso desde pequeno com as minhas irmãs, me entenderiam mais.
– Se sou louco, eu sou o louco do bem pelo menos. Vamos criar uma expressão que todo mundo consiga me entender. Posso ser um louco, mas um louco beleza, um louco maneiro. Que quer o bem de todo mundo. Maluco beleza.