Rui Car
28/01/2017 08h28

Como Atlético-PR virou ‘pesadelo’ do Flamengo no mercado

Sem acordo, Cirino deve cumprir normalmente seu contrato no Fla

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Flamengo e Atlético-PR aproveitaram o confronto entre os dois pela última rodada do Brasileiro e se reuniram na primeira quinzena de dezembro, em Curitiba, para discurtir diversas situações: entre elas, a saída de Marcelo Cirino do Ninho do Urubu, o novo empréstimo do lateral direito Léo e a possível entrada de Marcos Guilherme e Ederson no negócio. Desde então, foram diversas conversas ao telefone. A maioria delas colocando à prova a paciência de cada uma das partes.

 

Elas tiveram como personagens centrais o diretor de futebol do Fla, Rodrigo Caetano, e o presidente do Conselho Deliberativo do Atlético-PR, Mario Celso Petraglia, e o vice de futebol Marcio Lara. O último capítulo foi pratagonizado nesta semana com a recusa do time da Arena da Baixada em liberar Cirino para o Inter após oferta colorada de R$ 1,8 milhão para comprar 20% dos direitos econômicos do atacante. Ao seu desfecho na última tarde, uma das partes, contrariada, desabafou. “Reforço do Mengão: Marcelo Cirino”, disse.

 

No fim das contas, o Atlético-PR conseguiu manter o lateral direito Léo, titular na última temporada, em seu elenco enquanto que o Flamengo, a contragosto, terá de seguir com Cirino e Ederson e não conseguiu Marcos Guilherme, reforço pedido pelo técnico Zé Ricardo. Conforme o ESPN.com.br mostra, a balança não ficou exatamente favorável para o rubro-negro carioca.

 

Em comum acordo, Flamengo e os representantes de Marcelo Cirino haviam combinado que o atleta de 25 anos estava liberado para procurar um novo clube.

 

Com contrato até dezembro de 2017 na Gávea, ele havia aceitado defender o Inter na Série B, porém, dependia ainda de outras duas partes: o Atlético-PR e o grupo Doyen, donos de 50% de seus direitos econômicos, cada. Em reunião na última semana, o empresário Renato Duprat, que está à frente do fundo de investimentos, havia dado OK para a proposta dos gaúchos.

 

Faltava o aval do Atlético-PR através de Mario Celso Petraglia. Não havia interesse da comissão técnica do CT do Caju na volta do prata da casa nesse momento porque teria de ressarcir o Fla para isso.

 

Ao fim de seu empréstimo em dezembro, não haveria necessidade de qualquer compensação financeira. O seu contrato com o rubro-negro paranaense é até o final de 2019. Petraglia não aprovou e agora o Flamengo inscreveu o jogador no Campeonato Carioca e terá de pagar R$ 16 milhões à Doyen caso não consiga vendê-lo antes de janeiro de 2018.

 

Antes mesmo do fim da temporada de 2016, foi costurado um contrato de três anos para que Léo seguisse na Arena da Baixada, com Atlético-PR e Flamengo dividindo percentual.

 

A princípio, não havia motivo por que atrasar a sua assinatura, mas o time comandado por Paulo Autuori voltou atrás, reviu detalhes e tirou do sério o diretor de futebol do Fla, Rodrigo Caetano. Ao mesmo tempo, o rival Coritiba mostrou interesse pelo lateral direito de 25 anos e encaminhou uma oferta financeiramente maior.

 

Somente, então, o Atlético-PR resolveu agir e cobriu. Para oficializar o novo empréstimo, o camisa 33 teve o seu vínculo na Gávea prorrogado até o final de 2018.

 

No radar do treinador Zé Ricardo, o Flamengo sondou inicialmente a possibilidade do meia-atacante Marcos Guilherme entrar numa troca por Léo. Mais adiante, com a definição da permanência de Léo, foi discutido o empréstimo simples da revelação de 21 anos. Perseguido pela torcida, ele e seus agentes aguardavam a volta de Petraglia do exterior para fechar o negócio.

 

O cartola insistiu, no entanto, em uma contrapartida maior. Mais do que isso, estabeleceu o prazo do dia 30 para definir o assunto e, assim, esperar pelo fim da janela de transferências europeia.

 

A oferta que poderia vir do velho continente se concretizou e, na última quarta-feira, o atleta viajou para assinar contrato de empréstimo de 18 meses com o Dínamo Zagreb-CRO. Ele teve 50% de seus direitos econômicos fixados para compra em 3,5 milhões de euros (R$ 12 milhões).

 

Ausente das primeiras atividades da pré-temporada no Ninho do Urubu, o meia Ederson foi liberado pelo Flamengo para negociar com o Atlético-PR e recebeu também o interesse do Coritiba. Pesou em sua permanência a resistência do próprio jogador e também de seu estafe em sua saída do clube nesse momento.

 

Sem atuar há sete meses e acumulando problemas físicos, fatura em torno de R$ 200 mil mensais e tem contrato até o fim de 2017.

Justen Celulares