Rui Car
21/02/2017 16h40 - Atualizado em 21/02/2017 13h55

Carille diz que se sente abraçado e avisa: ‘Não serei como Tite’

E do Palmeiras, o que esperar?

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Fabio Carille jamais escondeu que se inspira em Tite para construir sua própria história como técnico do Corinthians. Foram cinco anos e meio trabalhando lado a lado, compartilhando impressões, lamentando derrotas e comemorando títulos – muitos deles, aliás. Agora em carreira solo, o profissional de 43 anos admitiu em entrevista ao LANCE! que nem tentará repetir Tite em apenas um aspecto: o comportamento à beira do gramado. Ex-auxiliar do “enérgico” Tite, Carille tem adotado atitudes mais comedidas. E vê a postura como uma mera expressão de sua personalidade no trabalho.

 

“Nunca vou ser um personagem ali, mas a cada jogo vejo que estou mais participativo, mais solto. Contra o Audax mesmo eu passei 90 minutos falando. Estou me ambientando com o espaço. Não vou ser como o Tite, mas com certeza vou ser mais do que sou hoje na questão de participação, de falar, de cobrar em cima do que foi trabalhado. Se eu ficar nervoso eu não penso, então estou sempre tranquilo e ciente do que está acontecendo em campo”, diz o técnico.

 

Treinador do Corinthians em 18 partidas até o momento, sendo oito depois de efetivado, Carille tem quase 80% de aproveitamento nos compromissos deste ano. Ele atendeu o L! antes do primeiro Dérbi como técnico (no qual promete ir para cima) e passou por diversos assuntos.

 

Do comportamento à beira do gramado ao momento político do Corinthians, passando por suas ideias de jogo, conversas com Tite, amizade com Eduardo Baptista, aproveitamento dos jovens jogadores, rótulo de quarta força do Estado, ataque econômico sob seu comando… e até o tratamento que tem recebido da Fiel torcida. Um dos assuntos que ele mais gostou de falar, aliás: “Sinto que fui abraçado”.

 

Você comandará seu primeiro clássico pelo Corinthians. Tem algum jogo em especial que você participou e foi marcante para você?

É um jogo que chama a atenção mesmo, talvez seja o principal clássico do Estado de São Paulo e são muitos jogos marcantes. Mas vou falar de uma partida que aconteceu depois que eu já tinha chegado ao Corinthians, que foi em 2012. Entramos com uma equipe alternativa por conta da Libertadores, nossa dupla de volantes era o Marquinhos, que hoje está no Paris Saint-Germain, e o Willian Arão, hoje no Flamengo, dois garotos. Saímos perdendo de 1 a 0 logo no início, mas controlamos o jogo e viramos para 2 a 1 com dois gols do Romarinho, outro menino que havia acabado de chegar ao Corinthians. Esse jogo foi muito marcante para mim pela resposta que o time alternativo nos deu.

 

Existe algum clássico que vem à cabeça sem que você tenha participado?

Tem um em 1995, em Ribeirão Preto. Eu sou de Sertãozinho, cidade que fica a 15 minutos de carro de Ribeirão. Teve um gol do Elivélton no finalzinho, o Corinthians foi campeão paulista diante de um Palmeiras excelente, com Roberto Carlos, entre outros. Eu fui ao estádio, estive presente, então foi muito marcante para mim.

 

Você foi a essa decisão como torcedor do Corinthians ou foi para assistir, por ser um grande evento próximo da cidade e tal?

Era um evento desse tamanho na região, meu pai havia sido jogador do Botafogo de Ribeirão Preto e teve facilidade para conseguir ingressos. Por isso fui e lembro de tudo até hoje.

 

Falando mais sobre o trabalho, o 4-2-3-1 será mesmo o esquema do Corinthians ou você vai admite voltar ao 4-1-4-1 dependendo do adversário?

Essas são as duas formações que estamos trabalhando desde o início. Vai depender de jogo a jogo, mas está tudo bem explicado aos atletas. Não vou sair nenhuma vez de alguma dessas formações, porque temos jogadores para fazer isso.

 

Você já tem um time ideal ou esse time nem existe?

Tenho algo perto disso. Mas ainda é cedo para falar, porque temos o Jadson para entrar, e não sei onde ele vai entrar ainda. É cedo, mas gosto de deixar aberto. Talvez eu tenha errado depois do jogo da Caldense, de não ter feito algumas modificações por conta da viagem. Talvez eu tenha errado, mas fica como aprendizado. Aí contra o Audax fizemos algumas substituições para deixar o time mais encorpado e ganhamos novas peças.

 

Existe algo que você pede aos jogadores nas conversas ou nos treinos, mas ainda não está sendo feito como você deseja?

Sim, especialmente na parte ofensiva, de fazer as melhores escolhas e ter uma melhor finalização. Estamos chegando, criando, e a partida contra o Santo André foi a prova disso, conosco toda hora na área do adversário, mas faltando paciência, faltando timing de fazer uma escolha melhor. Essa está sendo minha busca hoje.

 

Contra o Audax, o Corinthians esperou mais, teve um jogo mais reativo. Isso pode ser repetido contra o Palmeiras na Arena ou você não abre mão de ser o time que propõe jogo em casa?

Contra o Audax trabalhamos mais nos vídeos e nas conversas, pensamos em pressão alta e baixa. Mas com o calor que estava em Osasco não conseguiríamos pressionar lá em cima o tempo inteiro. Sabíamos que era uma equipe que rodava bem a bola e por isso jogamos mais no nosso campo. O gol que fizemos foi pressionando lá. A ideia era fazer mais isso, mas o desgaste foi forte e controlamos mais no nosso campo. Agora sobre o clássico, temos que propor o jogo, sim. Normalmente as equipes menores vêm fechadas, mas com o Palmeiras temos que contar que eles vêm para jogar mais, por serem uma equipe mais pronta, mais fortalecida. Talvez a gente divida as ações.

 

Conseguimos notar que a torcida do Corinthians te abraçou mais nos últimos jogos, ao contrário do que aconteceu no início do Eduardo Baptista no Palmeiras. Como vê essa pressão no rival? E sente que realmente foi abraçado pela torcida?

Sinto que fui abraçado. Ano passado foi muito importante para mim naqueles seis jogos, 28 dias à frente do comando me fortaleceram. Não só para o torcedor e para a imprensa, mas para mim mesmo, de ir à frente do grupo, dar preleções, expor, falar mesmo com o grupo. Sinto que o clima está legal e com trabalho e dedicação as coisas vão acontecer cada vez mais. A questão do Palmeiras é muito clara para mim: qualquer treinador que chegasse para substituir o campeão seria difícil. Parecido com o que aconteceu aqui quando o Tite saiu. É isso que está acontecendo lá. Mas tenho certeza que eles estão com um excelente profissional lá, conheço muito bem o Eduardo desde o curso da CBF. Ele já teve um resultado que pode acalmar o ambiente e com paciência as coisas podem ficar boas para ele também.

 

Como vocês se conheceram?

No curso da CBF de treinadores, em dezembro do ano passado. Fizemos a licença A. Agora ele não conseguiu fazer o Pró, eu já estou na primeira parte, mas ficamos ali dez dias juntos em Teresópolis.

 

Chegaram a manter contato depois disso ou se distanciaram?

Bem pouco. Mas o convívio naquele período de dez dias foi de bastante respeito e muito legal.

 

E com o Tite, ainda está trocando ideias? Ele continua acompanhando o Corinthians?

Ontem (domingo) mesmo conversamos um pouquinho. Foram cinco anos e meio juntos, ele é um cara que me deu todas as condições de ser um profissional melhor, dividindo responsabilidades, deixando eu ir a campo comandar treino, dando preleções. Sou muito grato e a gente continua se correspondendo, sim.

 

Mas ele é aquele amigo e mentor que só elogia ou também dá umas cornetadas às vezes?

Impressionante, mas ele não fala nada. A não ser que eu pergunte. Mas conheço muito bem e sei que ele não entra em alguns assuntos. Até mesmo por ele não conhecer muito o elenco, é totalmente diferente do que ele pegou. Ele não fala nada e o perfil dele é isso mesmo.

 

Voltando a falar sobre seu elenco, você ganhou quatro meninos da Seleção sub-20 recentemente. Qual deles vê como mais pronto para jogar?

Pela resposta que eles já deram dentro de campo, o que eu menos conheço é o Léo Jabá, o que menos trabalhou com a gente. Léo Santos já jogou com a gente ano passado e foi bem contra o Figueirense. Agora na Seleção ele foi muito bem, conversei com o Micale, com o Eduardo Barroca e recebi esse feedback. Maycon já jogou e deu resposta boa, Marciel de uma geração anterior também. Agora é o Léo Jabá, que precisa ser mais efetivo, aproveitar melhor as oportunidades. Ele tem velocidade, tem força, tem o físico, agora é trabalhar para melhorar a finalização.

 

O que temos observado é que os meninos que estão chegando ao elenco têm mais versatilidade. Isso virou uma filosofia do clube?

O mais importante de tudo é eu sempre mostrar a ideia a todos. Mesmo o Mantuan, que é um cara de meio de campo, sabe o que o lateral do Corinthians precisa fazer. Mesmo o Marciel sendo volante, da mesma forma. Essa é minha ideia de dar oportunidades iguais a todos nos trabalhos, de todos verem o que queremos de distribuição tática, posicionamento sem a bola, posicionamento com a bola. Isso facilita no dia a dia. Dificilmente você verá um trabalho meu no 3-5-2, porque não vou jogar assim. Então os reservas terão a mesma ideia de jogo dos titulares, aí parte para o talento dos jogadores de resolverem as situações.

 

Em cima dessa questão de versatilidade, o Maycon entrou numa posição incomum contra o Audax. Você imagina usar ele assim ou foi uma situação pontual?

Não imagino, não. Foi uma improvisação mesmo. O que aconteceu contra o Audax é que ficamos sem jogadores de lado. Sabíamos que o Léo Jabá não aguentaria e que o Marlone tinha pouco tempo. Se o Kazim fica um pouco mais, já entraria direto com o Marlone, mas o Kazim pediu para sair com cinco minutos, seria muito tempo para deixar o Marlone exposto em campo. Por isso a ideia de trabalhar com o Maycon ali. O Osmar Loss disse que ele poderia fazer a função sem problema e por isso colocamos naquele momento.

 

Muito se fala que o Corinthians está atrás dos rivais atualmente. Você concorda, acha que aina precisa melhorar?

Precisa melhorar, sim. Talvez nosso elenco seja o que mais mexeu, isso leva um tempo de entrosamento, de ideias… Mas nosso elenco é forte. O Jô foi para Copa do Mundo, ninguém faz isso à toa. O Jadson tem qualidade. Contamos com jogadores que estão aqui desde o ano passado e que acredito que esse ano vão dar resposta melhor, como Giovanni Augusto, Marquinhos Gabriel, entre outros. Tivemos de acelerar o processo desses jogadores irem a campo o quanto antes porque vendemos 20 jogadores. Desde que eu cheguei aqui o Corinthians sempre teve paciência com esses jogadores, como foi com o Leandro Castán, que ficou um ano no banco, Paulinho no banco do Elias, Romarinho… Todos conheceram o Corinthians e depois deram uma resposta esperada. Os jogadores que chegaram ano passado não tiveram isso, chegaram e vestiram a camisa com a pressão de um time que havia sido campeão brasileiro.

 

E por que eles não engrenaram ainda?

O que está acontecendo neste início e a torcida está entendendo é a entrega dos jogadores. Eu perdi jogos nestes oito anos de Corinthians e saí de campo aplaudido pela entrega. Corintiano é assim, e está acontecendo isso. O que peço para os atletas é manter a entrega que aos poucos o entrosamento e a técnica vão melhorar, e os resultados acontecerão. Está legal de ver, os jogadores querem saber a forma de jogar, em breve os torcedores estarão mais com a gente.

 

Somando tempo como interino e efetivado, você tem 18 jogos pelo Corinthians. Nesse período o time fez 18 gols. Esse ataque econômico será uma marca do seu trabalho ou você está insatisfeito com esse número?

Não é uma marca e não trabalho para ser isso. Tanto que estamos criando oportunidades. Recebi hoje a informação de que nossa equipe é a que mais finaliza no Campeonato Paulista. Está precisando acertar o gol, ser precisa para aumentar esse gol. Deixei claro no início que a maior preocupação era o setor defensivo, já que levamos muitos gols no ano passado. Isso está controlado, jogados oito partidas e tomamos um gol. Isso está controlado, acertamos, e vamos passar por um outro processo, que tem que ser rápido. Mas o que me deixa satisfeito é que estamos criando, entrando na área do adversário. Precisamos de uma qualidade melhor para finalizar.

 

Nesta quarta-feira você completa dois meses como efetivado. O que mudou?

A diferença para mim é muito clara. Você assume no domingo e na quarta já tem jogo, não tem tempo de colocar as suas ideias em prática porque tem pouco tempo para trabalhar, é mais conversa. O que me deixa mais tranquilo e dá uma tranquilidade de que pode ser melhor do que o ano passado é que tive pré-temporada e desde o primeiro treino com bola eu já deixei a minha ideia clara para o grupo. É isso, todos trabalhando iguais, e vou colocar o grupo para rodar. É claro que não fazendo cinco ou seis trocas, porque isso desmonta a equipe, mas já passei para o grupo que farei mudanças.

 

Isso não pode comprometer o entrosamento do time?

Atrapalha, mas o mais importante é o jogador intenso e inteiro no campo, tanto que o Jô e o Marlone se colocaram fora do jogo por conta das situações deles. É melhor você preservar o atleta e ele estar inteiro do que levá-lo para o jogo e ele não estar no seu melhor. São muitas viagens, muitos jogos, todos têm de estar atentos pois as oportunidades vão aparecer.

 

A efetivação te deu mais confiança na relação com os atletas?

Mudou, porque consigo ser mais claro com eles dentro do trabalho. Em 28 dias que assumi ano passado tive seis jogos nesse meio tempo. Viagem, jogo… Você não consegue passar sua ideia, acaba mantendo como vinha. Agora eu consigo colocar como pressionar, como baixar para marcar, como passar da linha da bola, isso deixa mais à vontade para falar com o grupo.

 

E com tudo isso acontecendo você acredita que haja chance de o Corinthians ser campeão esse ano? Ou “bater campeão”, como dizia o Tite?

Estamos trabalhando para que aconteça o melhor, é muito cedo para falar, o Corinthians precisa melhorar e muito. Quem sabe em cinco jogos eu tenha uma resposta diferente. Mas hoje nossa busca é melhorar, todos terem um bom entendimento do jogo.

 

Por falar em Tite, percebemos que você adota um estilo mais comedido na beira do campo, de energia mesmo. Qual a importância de ser fiel àquilo que observamos aqui, numa entrevista com você?

Nunca vou ser um personagem ali, mas a cada jogo vejo que estou mais participativo, mais solto. Contra o Audax mesmo eu passei 90 minutos falando. Estou me ambientando com o espaço. Não vou ser como o Tite, mas com certeza vou ser mais do que sou hoje na questão de participação, de falar, de cobrar em cima do que foi trabalhado. Mas se eu ficar nervoso eu não penso, estou sempre tranquilo e ciente do que está acontecendo em campo.

 

E em campo, diverge com o Tite?

Não. A gente discutia muito sobre os trabalhos e a forma de jogar. Nisso sim a gente era muito parecido, dificilmente você vai ver algo no meu time diferente do que o Tite fez. Só minha forma de ser, de falar na beira do campo, é muito diferente e nunca vai ser como o Tite.

 

Hoje você tem o seu próprio Carille, que é o Osmar Loss. Já deu tempo de ele acrescentar algo? Como está a relação?

Muito pouco em relação a trabalho, porque não dá tempo, a gente tem que trabalhar dentro de uma ideia e filosofia. Conheço o Loss há muito tempo, de ir ver jogos da base, ficar perto, ver treinos… Ele está ajudando muito, é um parceiro. Sabia que isso iria acontecer, ele está vindo com ideias, me ajudando muito com meninos que subiram, pois ficaram na mão dele por um tempo. Escalar o Maycon aberto, por exemplo, veio dele. Ele já tinha uma ideia do que o Maycon poderia render lá. O Loss está bastante integrado e ajudando a equipe.

 

E também está carregando os gols, preparando material de treino, coisas que antes era você quem fazia…

(Risos) Essa questão é porque a gente fica ali dentro resolvendo problemas, tomando decisões, aí vem para o campo praticamente na hora do trabalho. Mas quando eu venho para o campo antes eu puxo uma trave também, ando no campo com a bola na mão, não consigo ficar parado.

 

Você já falou várias coisas que gosta em ser o técnico efetivado do Corinthians. E do que não gosta? O que te incomoda?

Não é um incômodo, mas tem que passar por você, viagem para o Chile, para Brusque, horário em que vamos treinar… Não são problemas, mas questões que o técnico tem que resolver. Se vamos treinar à noite, à tarde, coisas que temos que cuidar, por isso fico ali na salinha resolvendo com diretores e comissão. O que tenho que me acostumar é mesmo em dar entrevista, vir enfrentar os repórteres… Às vezes você vem preparado para uma situação e tem que dar outra resposta, mas tenho que me acostumar.

 

O que te tira do sério?

Como técnico ainda não passei por nada que me tirasse do sério. Com certeza virão problemas, terei que tomar decisões, ser mais enérgico, mas como técnico o que me incomoda e fez até eu chamar os atletas foi um gol de falta lateral contra o Santo André. Coisa que a gente fala, mostra vídeo, trabalha e que não fizemos. Podemos até tomar o gol, mas do jeito que foi, com linha entrando, linha que quebra… Falei para os jogadores na apresentação: vou cobrar muito vocês, mas para eu cobrar, tenho que treinar. Se eu treino, mostro e acontece, tenho argumentos para cobrar do meu grupo. Vão acontecer coisas no jogo que teremos que usar alternativas que não foram treinadas. Mas situações que treinei, posso cobrar do meu grupo.

 

E nesse período, o que houve que te deixou realizado?

Aconteceram muitas coisas no jogo em que perdemos para o Santo André, como as triangulações, preenchendo espaço, Fagner e Moisés ultrapassando… Pensei “pô, está havendo entendimento do trabalho passado, falta o capricho na finalização”. O outro lado balançava, fechava bem, mas é claro que a gente precisa trabalhar mais e não vinha dando tempo. Mas dá orgulho quando você o trabalho dando resultado.

 

E os jogadores também estão ajudando nesse processo? De leitura de jogo mesmo.

Principalmente o defensivo, pois destruir é mais fácil que construir. A entrega que teve no jogo contra o Audax, por exemplo, com os pontas baixando a marcação, indo até atrás, o triangulo do meio com Camacho, Gabriel e Rodriguinho fazendo o balanço certinho… Exemplar. Isso me deixa muito feliz e vou ficar ainda mais quando a gente equilibrar a parte ofensiva.

 

Por falar nisso, estamos vendo muitos jogadores, especialmente os mais jovens, fazendo trabalhos especiais depois dos treinos. Isso é proposto por vocês ou vem deles?

É incentivado, mas está sendo muito do interesse deles. Isso já acontece aqui com o Pedro, Vilson, outros jogadores até com mais idade, que buscam melhorar, fazer trabalho de cabeceio e passe longo. Deixamos eles à vontade, mas eles se mostram interessados.

 

Agora para encerrar, voltando ao clássico contra o Palmeiras… está ansioso?

Não tem como ser diferente, é um jogo diferente, sabemos a proporção que Palmeiras x Corinthians tem pela grandeza, pela história, mas estou mais tranquilo que o normal. Achei que esses dias seriam de bastante ansiedade, aquele frio na barriga, é claro que tem, mas estou controlando bem, acho que por estar com o grupo sabendo o que queremos, isso ajuda a ter tranquilidade.

 

O que esperar do Felipe Melo?

Palmeiras e Corinthians é sempre pegado, eu preparo meu time para jogar contra o Palmeiras, não contra o Felipe. Ele tem o jeito dele, o respeito, é um cara que jogou Copa do Mundo, mas preparo meu time para o jogo. Individualmente cada um sabe quem é quem. Preparação é para a gente se concentrar no nosso jogo, nas nossas ideias.

 

E do Palmeiras, o que esperar?

Palmeiras é uma equipe que marca muito, se entrega o tempo todo, foi campeão brasileiro assim, com muita doação. É o que espero dentro da qualidade que eles têm. Nossa preparação é para concentrar bem nas ações do adversário e saber o que achamos de deficiente do Palmeiras para fazermos um grande jogo!

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